Fim da linha: Moraes determina prisão dos golpistas

Com o trânsito em julgado, golpistas passam a cumprir as penas em regime fechado
bolsonaro-e-preso-prisao-preventiva-foi-decretada-bolsonaro-esta-preso-na-sede-da-policia-federal-pf-brasilia-por-que-bolsonaro-foi-preso-tornozeleira-tvt-news-transito-em-julgado
Com o trânsio em julgado, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ir para prisão definitiva. No sábado, 22 de novembro, Bolsonaro foi retirado da prisão domiciliar e levado sob custódia policial por ser considerado um risco de fuga, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal. O juiz Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro, que em setembro foi condenado a 27 anos de prisão por uma tentativa frustrada de golpe de Estado apresentava "alto risco de fuga". (Foto: EVARISTO SA / AFP)

Prisão definitiva para Bolsonaro, Ramagem e Torres pode ser decretada com a definição trânsito em julgado. Leia em TVT News

Moraes determina que Bolsonaro vai ficar na carceragem da PF para o cumprimento da pena após a definição do trânsito em julgado.

STF declara trânsito em julgado da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu o trânsito em julgado para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Anderson Torres na ação penal da trama golpista.

Com o trânsito em julgado, Bolsonaro, Ramagem e Torres não podem apresentar mais recursos contra a condenação na trama golpista. O próximo passo é o início da execução da penal.

No dia 14 de novembro, por unanimidade, a Primeira Turma da Corte rejeitou o primeiro recurso de Bolsonaro e de mais seis réus do Núcleo 1 da trama, que também foram condenados.

recursos-de-bolsonaro-e-outros-reus-devem-comecar-a-ser-julgados-em-7-de-novembro-bolsonaro-e-aliados-no-banco-dos-reus-durante-julgamento-da-trama-golpista-foto-gustavo-moreno-stf-tvt-news-transito-em-julgado-tvt-news
Bolsonaro e aliados podem ir para prisão definitiva com o trânsito em julgado. Foto: Gustavo Moreno/STF

Heleno e Sérgio Nogueira são levados para Comando Militar do Planalto

Os ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram levados para o Comando Militar do Planalto.

O que significa o trânsito em julgado

Pela jurisprudência do Supremo em matéria penal, o trânsito em julgado abre caminho para que o ministro Alexandre de Moraes determine no próximo despacho que Bolsonaro inicie o cumprimento imediato da pena, em regime inicial fechado. 

Em eventual ordem para cumprimento de pena, Moraes deve definir também o local em que Bolsonaro deve ficar custodiado. Desde o último sábado, o ex-presidente está preso preventivamente em uma sala da Polícia Federal (PF), em Brasília. 

Por ser ex-presidente, a jurisprudência garante a Bolsonaro o direito de cumprir pena em sala especial, segregada de outros detentos. É possível, por exemplo, que ele permaneça em alguma instalação da PF ou das Forças Armadas. 

Torres

Ontem, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal da Justiça Anderson Torres pediu ao Supremo para ficar preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Condenado a 24 anos de prisão, Torres recorre da sentença em liberdade, sob o monitoramento de tornozeleira eletrônica.

Ramagem

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) já está com a prisão decretada. Na semana passada, Alexandre de Moraes determinou a prisão do parlamentar após o site PlatôBR informar, na última quarta-feira (19), que ele fugiu para Miami, nos Estados Unidos.

STF determina prisão de militares golpistas

A ação penal (AP 2668) julgou e condenou os envolvidos em uma organização criminosa armada que atuou de forma estável e permanente, entre julho de 2021 e janeiro de 2023, com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito e dar um golpe de estado.

Com a decisão, Bolsonaro vai ficar preso definitivamente na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde já está preso desde sábado.

Principais condenados e penas

As penas de prisão foram decretadas em regime fechado para os seguintes condenados:

  • Jair Messias Bolsonaro: 27 anos e 3 meses (liderança da organização)
  • Walter Souza Braga Netto: 26 anos
  • Anderson Gustavo Torres: 24 anos
  • Almir Garnier Santos: 24 anos
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira: 21 anos
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: 19 anos
  • Alexandre Ramagem Rodrigues: 16 anos, 1 mês e 15 dias
  • Mauro César Barbosa Cid: 2 anos em regime aberto (em razão da colaboração premiada)

áudios-mostram-aliados-de-bolsonaro-tramando-plano-de-golpe-bolsonaro-com-o-almirante-almir-garnier-santos-e-o-ex-ministro-da-defesa-paulo-sergio-nogueira-marcelo-camargo-agencia-brasil-tvt-news-prisao
STF determina prisão de golpistas. Pela primeira vez, Brasil envia para cadeia Militares condenados por tentativa de golpe de estado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Organização Criminosa e Crimes Cometidos

Segundo a decisão do STF, a organização criminosa era liderada por Jair Bolsonaro e utilizou a estrutura do Estado de forma coordenada para:

  • Desacreditar as instituições democráticas, em especial o Poder Judiciário e a Justiça Eleitoral.
  • Espalhar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral.
  • Preparar o terreno para um golpe de estado caso não houvesse vitória eleitoral em 2022.
  • Executar uma sequência de atos para tentar impedir a posse do governo eleito e, posteriormente, depor o governo legitimamente constituído.

Os crimes pelos quais foram condenados incluem:

  • Organização criminosa armada
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado ao patrimônio público
  • Deterioração de patrimônio tombado (atos de 8 de janeiro)

Saiba o que vai acontecer com cada condenado por golpe de Estado

Além das penas de prisão, a decisão do STF acarretou:

  • Perda de mandato: Alexandre Ramagem perde o mandato de deputado federal.
  • Perda de cargo público: Alexandre Ramagem e Anderson Torres perdem o cargo de delegados da Polícia Federal.
  • Inelegibilidade: Todos os condenados ficam inelegíveis por 8 anos.
  • Suspensão de direitos políticos: Os direitos políticos dos condenados estão suspensos enquanto durarem os efeitos da pena.
  • Perda de patente: O caso dos militares condenados (Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto) foi encaminhado ao Superior Tribunal Militar para análise da perda de patente.
  • Indenização: Os condenados, com exceção de Mauro Cid, foram condenados ao pagamento solidário de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes considerou protelatórios os embargos de declaração apresentados pela defesa de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e declarou o trânsito em julgado da ação penal, autorizando o início imediato do cumprimento das penas. O réu Paulo Sérgio deve ser recolhido ao Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Leia a íntegra da decisão de Moraes sobre a ação penal 2268

Com informações do STF

Com informações da Agência Brasil e do STF

Assuntos Relacionados