A partir de 6 de dezembro, motoristas que utilizam a pista expressa da Rodovia Presidente Dutra no sentido Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, passarão a pagar pedágio. Entenda na TVT News.
A cobrança, no valor de R$ 1,37 até Cumbica, marca a estreia do sistema free flow na região onde antes não havia qualquer tarifa, entre a Marginal Tietê e Arujá. O novo pórtico, implantado pela CCR RioSP (Motiva), é hoje o anúncio mais recente e simboliza a expansão da modalidade eletrônica no Estado de São Paulo. Trata-se de mais um avanço de novos pedágios da gestão do governador carioca bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A cobrança ocorre somente na pista expressa, enquanto a pista marginal seguirá gratuita. Segundo a concessionária, pórticos instalados no acesso às faixas rápidas registrarão a tag ou a placa dos veículos, cobrando o trecho percorrido. O valor será previamente exibido em painéis eletrônicos na marginal, variando conforme destino, dia e horário. Para o motorista que ingressa na expressa pelo km 228,850, a sinalização traz os preços: R$ 0,25 para quem segue à Fernão Dias, R$ 0,52 para Avenida Tiradentes, R$ 1,37 para o aeroporto e até R$ 2,82 para bairros como Aracília e Pimentas.
A tecnologia free flow dispensa cancelas e pagamento presencial mas, se o motorista não pagar até por não saber destasa informações, ele é multado.
Veículos com tag recebem desconto automático de 5%. Para quem circula sem tag, o pagamento pode ser feito em até 30 dias no site pedagiodigital.com ou no aplicativo da CCR. Motos pagam meia tarifa. Totens de autoatendimento estarão disponíveis nas bases da concessão em São Paulo e Arujá.
A novidade na Dutra se soma às mudanças que os motoristas de Mogi das Cruzes, Bertioga e litoral paulista já enfrentam desde 1º de novembro, quando os pedágios free flow passaram a operar na Mogi-Dutra (SP-088), Mogi-Bertioga (SP-098) e Padre Manoel da Nóbrega (SP-055).
Pedágio Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga
O sistema entrou em vigor com regras específicas que tentam mitigar o impacto para moradores de Mogi das Cruzes. Na Mogi-Dutra, deslocamentos internos não são cobrados. Moradores do distrito do Taboão continuam isentos no pórtico P2, graças a um equipamento que controla acessos locais. Já quem utiliza a Estrada da Pedreira recebe um desconto de 70%, pagando R$ 0,57 em vez de R$ 1,99 no mesmo pórtico.
No entanto, para deslocamentos entre Mogi e Arujá, a soma dos pórticos P1 e P2 chega a R$ 7,10 ida e volta. Para moradores da Estrada da Pedreira, o total cai para R$ 4,26. Na Mogi-Bertioga, o pórtico P3 é o mais caro: R$ 6,96 por sentido, sem isenções.
Assim como na Dutra, usuários com tag têm 5% de desconto, motociclistas são isentos e motoristas frequentes recebem abatimentos progressivos a partir da 11ª passagem no mês.
A implantação, porém, não ocorre sem contestação. A Prefeitura de Mogi das Cruzes enviou uma carta aberta ao governador Tarcísio de Freitas reafirmando oposição ao pedágio, afirmando que “a Mogi-Dutra é uma avenida”, construída com recursos municipais nos anos 1970 e historicamente integrada ao trânsito urbano da cidade.
Mais pedágios em SP
O pedágio free flow passa a se tornar padrão em novos projetos do governo paulista. A gestão Tarcísio de Freitas quer entregar à iniciativa privada 533 quilômetros de rodovias no Circuito das Águas Paulista, com previsão de instalar 37 novos pórticos, além dos nove que já avançam na região de Sorocaba. O modelo promete agilidade e cobrança proporcional ao deslocamento, mas é alvo de críticas por supostamente penalizar moradores que realizam trajetos curtos e frequentes, típicos da vida regional.
Para opositores, como o deputado Carlos Giannazi (Psol), o plano impõe “um verdadeiro absurdo” ao encarecer deslocamentos essenciais. Vereadores das cidades envolvidas também apontam risco de “barreira econômica e social”, alertando que trabalhadores, estudantes e comerciantes serão os mais afetados.
Em Sorocaba, a pressão popular já levou o governo a reduzir o número inicial de pórticos anunciados, de 13 para 9. No Circuito das Águas, uma audiência pública está marcada para maio de 2025, mas o edital da nova concessão deve sair antes, no segundo trimestre.
Entre aeroportos, serras e cidades dormitório
Com a chegada do pedágio na Dutra para o Aeroporto de Guarulhos — a principal porta aérea do país — e as cobranças já ativas no Alto Tietê e na Baixada Santista, o Estado de São Paulo consolida uma nova lógica de cobrança por uso das estradas. Para quem faz deslocamentos eventuais, a tarifa tende a ser mais transparente e rápida. Para quem depende das rodovias diariamente, o custo acumulado se torna central no debate.
