Poder de compra para combustíveis é o melhor em oito anos. Veja se vale a pena álcool ou gasolina

Famílias estão gastando menos com combustíveis, refletindo bons indicadores econômicos. Veja se vale a pena álcool ou gasolina
O indicador cruza dados da PNAD Contínua, do IBGE, com os preços de combustíveis monitorados mensalmente pela Veloe. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O indicador cruza dados da PNAD Contínua, do IBGE, com os preços de combustíveis monitorados mensalmente pela Veloe. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O gasto das famílias brasileiras para abastecer o carro com combustíveis alcançou, no terceiro trimestre de 2025, o menor peso sobre a renda em oito anos. É o que mostra o Indicador de Poder de Compra do Monitor de Preço de Combustível, elaborado pela Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo o levantamento, encher um tanque de 55 litros com gasolina comum comprometeu, em média, 5,9% da renda domiciliar nacional, desempenho que não se via desde 2017, quando o índice foi de 5,7%. Confira na TVT News.

Nas capitais, o alívio é ainda mais evidente: o comprometimento ficou em 4,0%, melhor resultado desde 2018. A combinação de reajustes moderados, renda em recuperação e estabilidade recente nos preços explica o avanço do poder de compra.

Apesar da melhora geral, a desigualdade regional persiste. Moradores do Norte e Nordeste continuam destinando uma fatia maior da renda ao abastecimento: 7,9% e 9,2%, respectivamente. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o índice varia entre 5,0% e 5,1%.

O indicador cruza dados da PNAD Contínua, do IBGE, com os preços de combustíveis monitorados mensalmente pela Veloe. Para André Turquetto, CEO da empresa, os resultados mostram um sinal relevante de alívio financeiro.

“A queda no comprometimento da renda com abastecimento mostra que, mesmo em um cenário de oscilações, há uma tendência consistente de recuperação do poder de compra das famílias. Monitorar esses movimentos é essencial para entender o comportamento do consumo e apoiar decisões de planejamento financeiro, tanto de motoristas quanto de empresas”, afirmou.

combustíveis-fipe

Considerando os dados de novembro de 2025, o preço médio do litro do etanol correspondeu a 72,6% do valor apurado
para a gasolina comum, na média das UFs, e 72,8%, na média das capitais. Mantendo-se pouco acima do patamar de
referência de 70%, os dois indicadores têm referendado o abastecimento com a gasolina comum na maior parte do país,
especialmente em postos das regiões Nordeste e Norte. Por outro lado, a escolha pelo combustível de origem vegetal ainda
preserva uma pequena vantagem em estados como: Mato Grosso (68,4%), São Paulo (68,6%), Mato Grosso do Sul (68,8%)
e Paraná (69,8%) – onde a relação entre os preços continua levemente abaixo do patamar de referência de 70%.


Combustíveis em novembro

Em novembro, a gasolina comum registrou leve queda de 0,5% em relação a outubro, fechando o mês com preço médio de R$ 6,263 no país. Mesmo com o recuo, o combustível acumula alta de 0,8% em 2025 e de 1,4% nos últimos 12 meses.

As maiores médias foram verificadas no Norte (R$ 6,712) e no Centro-Oeste (R$ 6,363). Já os menores preços apareceram no Sudeste (R$ 6,136) e no Nordeste (R$ 6,271) — este último registrando retração de 1,1% no mês.

O etanol hidratado teve alta de 0,3% e chegou a R$ 4,374. O combustível acumula aumentos mais fortes: 5,0% no ano e 6,5% em 12 meses. As maiores médias foram novamente no Norte (R$ 5,276) e Nordeste (R$ 4,687), enquanto o Sudeste (R$ 4,256) e o Sul (R$ 4,490) apresentaram os menores valores. O Nordeste foi a única região a registrar queda expressiva no mês, de 3,1%.

Já o diesel S-10 subiu 0,2% em novembro e atingiu R$ 6,169. No acumulado de 2025, porém, ainda registra retração de 0,7%, com leve alta de 0,2% em 12 meses. O Norte (R$ 6,451) e o Centro-Oeste (R$ 6,320) lideraram as maiores médias, enquanto Sul (R$ 6,043) e Nordeste (R$ 6,071) apresentaram os menores preços. Todas as regiões tiveram alta mensal.

Etanol perde competitividade frente à gasolina

O estudo também atualiza o Indicador de Custo-Benefício Flex, que orienta motoristas sobre qual combustível é mais vantajoso para veículos bicombustíveis. Em novembro, o etanol representou 72,6% do preço da gasolina na média dos estados, acima da referência de 70% que define vantagem econômica do etanol. Nas capitais, a relação ficou em 72,8%.

Com isso, a gasolina segue sendo a opção mais vantajosa na maior parte do país, especialmente no Norte e Nordeste. Ainda assim, o etanol permanece competitivo em alguns estados, como:

  • Mato Grosso: 68,4%
  • São Paulo: 68,6%
  • Mato Grosso do Sul: 68,8%
  • Paraná: 69,8%

O cenário reforça que, embora o poder de compra esteja em recuperação, o impacto dos preços de combustíveis ainda varia significativamente de acordo com a região e o tipo de combustível.

Assuntos Relacionados