SP bate recordes históricos de calor. Veja a previsão do tempo para a semana da Virada

Calor segue intenso no Sudeste, ligeiramente mais ameno. Temporais são previstos para a semana da Virada. Confira na TVT News
A cidade de São Paulo atravessa um fim de ano marcado por um calor extremo e estatisticamente raro. Foto: Paulo Pinto/ABr
A cidade de São Paulo atravessa um fim de ano marcado por um calor extremo e estatisticamente raro. Foto: Paulo Pinto/ABr

A cidade de São Paulo atravessa um fim de ano marcado por um calor extremo e estatisticamente raro. Houve quebra sucessiva de recordes de temperatura máxima em pleno mês de dezembro. Confira tudo sobre o tempo e a temperatura na TVT News.

Apenas nos últimos cinco dias, a capital paulista bateu quatro vezes o recorde histórico mensal, culminando neste domingo (28) com 37,2ºC, registrados na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona Norte, referência oficial da climatologia da cidade.

O valor impressiona não apenas pelo número absoluto, mas pela frequência com que os recordes vêm sendo superados. Desde o dia 25, a cidade assiste a uma escalada térmica fora de qualquer padrão histórico recente, algo considerado assombroso do ponto de vista estatístico por especialistas.

Tempo fora da curva

A série de temperaturas máximas registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) evidencia a excepcionalidade do episódio:
33,7ºC (dia 21), 33,9ºC (22), 34,1ºC (23), 34,6ºC (24), 35,9ºC (25), 36,2ºC (26), 35,5ºC (27) e, por fim, 37,2ºC no domingo (28).

O dado mais alarmante é que a marca deste domingo ficou a apenas 0,6ºC do recorde absoluto histórico da cidade desde o início das medições, em 1943, os 37,8ºC registrados em 17 de outubro de 2014. Até então, o maior valor já observado em dezembro havia sido de 35,6ºC, em 3 de dezembro de 1998. Ou seja, o novo patamar não supera o recorde anterior por décimos, mas por 1,6ºC, o que reforça o caráter extremo do fenômeno.

Calor extremo

O episódio chama ainda mais atenção por ocorrer justamente no período em que o Sudeste brasileiro costuma viver o auge da estação chuvosa. Historicamente, é nessa época que a maior frequência de nuvens e precipitações limita a ocorrência de extremos térmicos. Os dias mais quentes do ano, em regra, concentram-se no fim do inverno e no início da primavera, durante a estação seca.

Em dezembro de 2025, no entanto, São Paulo viveu uma combinação atípica de calor intenso, atmosfera seca nos primeiros dias e posterior aumento da umidade, criando um cenário propício tanto para temperaturas elevadas quanto para temporais severos.

Virada do ano

A previsão meteorológica indica que o calor persiste na virada do ano, embora sem atingir os picos extremos observados no fim da semana passada. Com a atmosfera mais úmida, todos os dias desta semana devem registrar temporais, especialmente entre a tarde e a noite, tanto na capital quanto na região metropolitana e no interior paulista.

Há risco de chuva forte a intensa, alagamentos, rajadas de vento, vendavais e até granizo em episódios isolados. Na sexta-feira (26), após uma tarde de calor recorde, a Zona Norte da capital já foi atingida por chuva intensa com queda de granizo, um prenúncio do padrão típico de verão que deve se repetir nos próximos dias.

Noites quentes

Nem mesmo as noites devem trazer alívio significativo. Com máximas muito elevadas durante o dia, as temperaturas mínimas permanecem altas, dificultando a perda de calor acumulado, sobretudo nas áreas mais urbanizadas. O efeito é agravado nas grandes cidades pela concentração de concreto e asfalto e pela baixa cobertura vegetal, fenômeno conhecido como ilha de calor urbana.

Diante desse cenário, o Inmet emitiu na sexta-feira (26) um aviso vermelho de grande perigo para onda de calor, válido até a noite de segunda-feira (29), abrangendo oito estados. Trata-se do nível mais alto na escala de alertas do órgão, acima dos níveis amarelo (perigo potencial) e laranja (perigo).

Perspectiva para 2026

Segundo os meteorologistas, uma onda de calor é caracterizada quando as temperaturas permanecem ao menos 5ºC acima da média por cinco dias ou mais, condição que vem sendo observada em diversas regiões do país. Os efeitos do calor extremo vão além do desconforto, trazendo riscos à saúde, como cansaço excessivo, tontura e sobrecarga do organismo.

A expectativa é que o calor intenso não dê trégua até o fim do ano, com a chegada de 2026 ainda sob temperaturas elevadas. Apenas no fim da primeira semana de janeiro é esperado um aumento mais consistente da nebulosidade e das chuvas no Sudeste, o que pode reduzir as máximas, embora os dias sigam quentes.

O que São Paulo vive neste fim de 2025 entra para a história climática da cidade como um evento excepcional, que reforça alertas sobre extremos meteorológicos cada vez mais frequentes relacionados ao aquecimento global e às mudanças climáticas e seus impactos diretos na vida urbana.

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