*Texto por Emilly Gondim e Rebeca de Ávila
Assista ao vivo na TVT News o interrogatório de Mauro Cid, Jair Bolsonaro e outros seis réus no caso que apura tentativa de golpe de Estado. Veja pontos de destaque do interrogatório iniciado pelo relator, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Acompanhe o minuto a minuto do interrogatório de Bolsonaro e outros sete réus
- Mauro Cid é desmentido pelo advogado de Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens havia dito não ter conhecimento de um evento com Luciano Hang, dono da Havan, e outros empresários no Palácio da Alvorada. Em seguida, Celso Vilardi apresentou um áudio em que Cid citava o evento.
- Mauro Cid nega ter ciência de que a operação Copa 2022 planejava assassinar pessoas e diz que nunca conversou com Jair Bolsonaro sobre o plano.
- Mauro Cid diz que Alexandre de Moraes foi muito criticado na reunião no salão de festas em Brasília
- Mauro Cid nega ter conhecimento prévio dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.
- Celso Vilardi, o advogado do ex-presidente, começa a interrogar Mauro Cid
- A palavra é passada para Demóstenes Torres, advogado do o almirante Almir Garnier Santos.
- O advogado de Alexandre Ramagem, Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, diz que não tem perguntas.
- Mauro Cid diz que Jair Bolsonaro sempre buscou uma fraude nas urnas.
- A sessão é retomada com perguntas do advogado de Mauro Cid, Cezar Roberto Bitencourt.
- Alexandre de Moraes determina um intervalo de 15 minutos depois de três horas de interrogatório.
- Mauro Cid confirma o recebimento de um documento com um plano de fuga para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
- Mauro Cid nega que Jair Bolsonaro tenha dado ordens a ele para a desmobilização dos acampamentos.
- Mauro Cid confirma ter repassado ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro vivo a pedido do general Braga Netto, de quem recebeu a caixa. Cid nega saber a quantia.
- Mauro Cid diz que fazia parte do grupo de Whatsapp das forças especiais, mas não participava de forma recorrente das reuniões. O debate sobre a intervenção militar na frente dos quartéis se tornou mais comum após o segundo turno, disse o ex-ajudante de ordens.
- Mauro Cid diz que general Estevam Cals Theóphilo era conhecido como o que tomaria a frente das tropas e lideraria a execução final do golpe.
- Mauro Cid afirma que, em uma conversa informal, o general Estevam Cals Theóphilo disse que se Bolsonaro assinasse a minuta do golpe o “Exército iria cumprir”.
- Mauro Cid diz que um documento sobre a lisura das urnas eletrônicas apresentada por Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, foi visto como “muito técnico” por Jair Bolsonaro, que desejava uma conclusão “mais dura”
- Mauro Cid explica a afirmação feita durante o depoimento de que o general Mario Fernandes compunha a ala mais radical e tentava convencer os demais integrantes da força a executarem o golpe de Estado. Cid explica que Fernandes fazia pressão para que o então presidente Jair Bolsonaro assinasse um decreto e que o documento fosse aceito pelos generais. Fernandes tinha uma atuação ostensiva nos grupos de Whatsapp, diz o ex-ajudante de ordens.
- Mauro Cid confirma o recebimento de fotos da minuta do golpe, que diz ser um documento “muito mal escrito” e nega saber quem enviou ou quais eram as “provisões finais” – trecho que está coberto por um papel.
- Mauro Cid começa a ser interrogado por Paulo Gonet.
- Mauro Cid começa a ser interrogado por Luiz Fux.
- Mauro Cid confirma o recebimento de uma mensagem do tenente Aparecido Portela cobrando decisões. O militar teria dito “O pessoal que colaborou com a carne estão (sic) me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco”, em 26 de dezembro de 2022. Os termos eram códigos para se referir à cobrança dos participantes de acampamentos em quartéis sobre o golpe e o estado de sítio.
- Mauro Cid diz que havia pressão para a troca de comando do Exército para militares agirem
- Mauro Cid confirmao recebimento do plano Copa 2022, que tramava a morte de Alexandre de Moraes e do presidente Lula. O ex-ajudante de ordens diz ter recebido o documento do major Rafael de Oliveira, um dos kids pretos, com informações sobre passagens aéreas, hotel e alimentação pras pessoas irem pra Brasília, mas negou saber das intenções de assassinato.
- Mauro Cid nega ter conhecimento prévio do plano Punhal Verde Amarelo (para assassinar autoridades) e disse que descobriu a existência da operação pela imprensa.
- Sobre o fato de Filipe Martins, acompanhado de um jurista, terem tido mais de dois encontros com Bolsonaro para apresentarem um documento para o ex-presidente, Mauro Cid afirma que o documento era robusto e que a primeira parte listavam as possíveis interferências do STF e TSE no governo Bolsonaro e na segunda parte, entrava na “prisão de autoridades” e decretação de um conselho para “refazer as eleições”. Ainda a previsão era de quem seriam presos vários ministros do STF, presidente do Senado
- Mauro Cid conta que o ex-presidente Jair Bolsonaro se sentou com o ex-assessor especial Filipe Martins para editar a minuta golpista. Segundo Cid, Bolsonaro “enxugou o documento, retirando a prisão de autoridades”. “Somente o senhor ficaria preso”, disse Cid para o ministro do STF. “O resto conseguiria um habeas corpus“, respondeu o ministro. A sala inteira riu, incluindo de Bolsonaro.
- Mauro Cid afirma que comitiva do governo Bolsonaro não conseguiu comprovar possíveis fraudes nas urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 ou em qualquer ano.
- Mauro Cid fala que áudios vazados em que afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal a dizer fatos inverídicos na colaboração premiada eram “desabafo de um momento difícil que ele e a família estavam passando” e que estava por crise “pessoal e psicológica muito grande”.
- Mauro Cid afirma que em nenhum momento foi pressionado ou induzido a fazer afirmações não condizentes com a veracidade dos fatos. Ou seja, ele afirma que não mentiu sobre os fatos nos depoimentos a Polícia Federal (PF) e que também não foi coagido a fazer a delação premiada. O relator questionou o ponto devido a repercussão de uma matéria publicada na revista Veja que vazava um áudio de Cid desabafando.
- O relator Alexandre de Moraes iniciou o interrogatório com o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.
- O relator Alexandre de Moraes deu início a sessão por volta 14h15.
Confira a ordem dos depoimentos da tentativa de golpe:
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens do ex-presidente;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.
Por estarem na condição de réus, os acusados poderão se recusar a responder perguntas que possam incriminá-los. A Constituição garante aos investigados o direito de não produzir provas contra si.