Países denunciam ameaças militares dos EUA contra a América Latina

Bloco acusa o governo dos EUA de estar por trás de uma ofensiva militar no Caribe, disfarçada de operação antidrogas
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Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), que reúne países como Venezuela, Cuba, países caribenhos e Bolívia, realizou uma cúpula virtual para denunciar o que chamam de "ameaças frenéticas" dos EUA. Foto: Leandra Felipe - Repórter da Agência Brasil/EBC

A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), que reúne países como Venezuela, Cuba, países caribenhos e Bolívia, realizou uma cúpula virtual para denunciar o que chamam de “ameaças frenéticas” dos EUA. O bloco acusa o governo norte-americano de estar por trás de uma ofensiva militar no Caribe, supostamente disfarçada de operação antidrogas, mas com a real intenção de intervir na região. Entenda na TVT News.

Segundo a ALBA, o recente envio de três navios de guerra e 4 mil militares dos EUA para águas próximas à Venezuela, bem como a presença de aviões de vigilância na costa do país, representa uma violação da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz. Essa declaração, assinada em Havana em 2014, é uma forma de garantir que a região seja livre de intervenções estrangeiras.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou sua fala para repudiar a investida militar norte-americana. “Rechaçamos de maneira categórica as ordens do governo dos Estados Unidos de deslocar forças militares, mais sob pretextos falsos, com a clara intenção de impor políticas ilegais, intervencionistas e contrárias à ordem constitucional”, afirmou.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, também condenou as ações dos EUA, que “pretendem nos dividir com sua política de pressões e bloqueio, se propõem nos degradar com discursos de ódio e ações desestabilizadoras”. Ele alertou que as ameaças se estendem a outros países do bloco, como Cuba e Nicarágua, “convertidos ultimamente em alvos preferenciais do cerco e das medidas econômicas coercitivas e unilaterais do governo dos Estados Unidos”.

Em resposta à ação dos EUA, o presidente venezuelano anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para todo o país, reforçando a defesa do território. “Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela ou da América do Sul”, enfatizou.

A cúpula da ALBA também demonstrou apoio a um chamado feito pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para uma reunião urgente de chanceleres da região. O objetivo, segundo os líderes, é que os países assumam uma posição conjunta, soberana e digna contra as ameaças de agressões e interferências contra a Venezuela.

Maduro classificou o encontro como “muito importante” e ressaltou a união dos países. “Reafirmamos a liberdade e a independência, conquistadas há mais de dois séculos e proclamamos nossa inquebrantável decisão de defender a paz, a unidade e a segurança regional, livre de toda forma de intervenção estrangeira”, declarou.

EUA posicionam tropas

A presença militar dos Estados Unidos na costa da Venezuela tem sido intensificada, com o Pentágono movendo uma frota de navios e aeronaves de vigilância para o Caribe. Embora o governo dos EUA justifique a ação como parte de uma operação antidrogas, o governo venezuelano a vê como uma clara ameaça de intervenção militar.

Os Estados Unidos posicionaram na região navios de guerra como os destróieres USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. Segundo o relatório da PF, as embarcações se juntaram a aviões de vigilância, como o P-8 Poseidon, da Marinha, e um Boeing E-3 Sentry, da Força Aérea.

O P-8 Poseidon, que opera a partir de Porto Rico, é um avião de patrulha marítima usado para detectar alvos na superfície e submersos, como os semissubmersíveis comumente utilizados no tráfico de drogas. Já o Boeing E-3 Sentry é um sistema de alerta e controle aéreo (AWACS) que localiza alvos aéreos de interesse.

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