Na próxima quarta-feira (15) até sexta (17), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lidera uma missão estratégica multissetorial à Índia com o objetivo de ampliar o comércio, atrair investimentos e gerar empregos em ambos os países. A viagem marca uma nova etapa na Parceria Estratégica Brasil–Índia, firmada em 2006, e ocorre em meio ao fortalecimento das relações bilaterais, especialmente após a visita do primeiro-ministro indiano Narendra Modi ao Brasil, em julho deste ano. Saiba mais na TVT News.
Segundo Alckmin, a iniciativa também é uma preparação para a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, prevista para fevereiro de 2026, quando será lançado o Fórum Empresarial de Líderes Brasil–Índia, um mecanismo permanente de diálogo entre os setores privados dos dois países.
Comércio em expansão e meta ambiciosa
Com um intercâmbio comercial de US$ 12 bilhões em 2024, a Índia já é o 10º maior parceiro comercial do Brasil. O país asiático ocupa o 13º lugar entre os destinos das exportações brasileiras e é o 6º principal fornecedor de importações. O comércio vem crescendo de forma consistente: entre janeiro e maio de 2025, as exportações brasileiras para a Índia aumentaram 14,8%, enquanto as importações subiram 31,8%.
O objetivo agora é elevar o fluxo comercial para US$ 20 bilhões até 2030. “Estou indo à Índia com o espírito de abrir mercados e aumentar o comércio. Nós podemos ter muita complementaridade econômica e investimentos recíprocos”, afirmou Alckmin.
Eixos estratégicos de cooperação
A missão tem foco em cinco áreas estratégicas: defesa e segurança; segurança alimentar; transição energética e mudança do clima; transformação digital e tecnologias emergentes; e parcerias industriais. Entre os pontos centrais da agenda estão a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a Índia, atualmente restrito a cerca de 450 linhas tarifárias, e o fortalecimento de parcerias em biocombustíveis, indústria farmacêutica e defesa.
Na área da saúde, o Brasil busca aprofundar a cooperação com a indústria farmacêutica indiana, líder global em medicamentos genéricos, para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e diversificar seus fornecedores. Em energia, o país pretende compartilhar sua experiência em biocombustíveis, especialmente no uso de etanol, apoiando a meta indiana de atingir 20% de mistura de etanol na gasolina.
O setor aeroespacial também ganha destaque: a Embraer inaugura seu escritório regional em Nova Delhi durante a missão, ampliando as possibilidades de cooperação tecnológica e produção conjunta em defesa e aviação.
Delegação ampla e Diálogo Empresarial
A comitiva brasileira reúne ministros, autoridades e empresários de diversos setores. Além de Alckmin, participam Alexandre Padilha (Saúde) e José Múcio Monteiro (Defesa), além de representantes de ministérios, da ApexBrasil, Fiocruz, Petrobras e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
O Diálogo Empresarial Brasil–Índia, programado para 16 de outubro, reunirá representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI). O evento será o marco para a assinatura do memorando que cria o Fórum Empresarial de Líderes, com a primeira reunião prevista para 2026, durante a visita de Lula.
A missão ocorre em um momento em que a Índia consolida seu papel como uma das principais potências econômicas globais. O país, o mais populoso do mundo, é hoje a quinta maior economia em PIB nominal e deve ultrapassar o Japão até 2026, tornando-se a quarta maior do planeta.
Com informações do Planalto