Carla Zambelli tem prisão decretada por Alexandre de Moraes

A determinação aconteceu na manhã desta quarta, um dia após Zambelli anunciar ao mundo que saiu do país
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Deputada federal Carla Zambelli. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nesta quarta-feira (4), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Saiba mais na TVT News.

No momento, Zambelli se encontra nos Estados Unidos e pretendia se mudar para a Itália, onde tem cidadania e se considera “intocável”.

O que diz Alexandre de Moraes ao determinar prisão da deputada?

A deputada Carla Zambelli afirmou que deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão, a cassação do mandato e a pagar uma multa de R$ 2 milhões por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica [veja mais detalhes no final do texto].

Em entrevista ao AuriVerde Brasil, a deputada afirmou que deixou o país pela condenação e que o Brasil está vivendo uma “ditadura”. O ministro do STF coloca que Zambelli “se evadiu do distrito da culpa,
fugindo do território nacional”.

No caso, o STF decidiu pela prisão da deputada em razão da fuga do Brasil por demonstrar “a pretensão de se furtar à aplicação da lei penal em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”.

Como justificativa, Moraes apresentou o argumento de que a ré pretende continuar praticando crimes para “descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado
Democrático de Direito”.

A deputada Zambelli anunciou que pretende agir na Europa da mesma forma que Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos: realizando reuniões com líderes políticos e de mídia para propagar a ideia falsa de que o Brasil vive uma ditadura e que precisa de intervenção internacional.

O filho do ex-presidente Bolsonaro já está sendo investigado por obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“Da mesma maneira, a ré anunciou que transferiu as suas redes sociais para a sua mãe e que voltará a propagar notícias fraudulentas acerca do processo eleitoral no Brasil, inclusive no que diz respeito às alegações infundadas de ausência de confiabilidade das urnas eletrônicas”, continua Alexandre de Moraes.

O ministro do STF também ressaltou a condição de deputada de Zambelli “a condenada, no exercício do mandato parlamentar, momento em que deveria zelar pelo equilíbrio e harmonia entre os Poderes, dedicou-se a ações criminosas destinadas a desacreditar o Poder Judiciário e suas autoridades”.

Redes sociais de Carla Zambelli

Também nesta semana, Carla Zambelli transferiu a autonomia das suas redes sociais para a mãe, Rita.

“Tomei a decisão de transferir oficialmente a titularidade das minhas redes sociais, como herança, para minha mãe, Rita Zambelli, uma mulher íntegra, de princípios sólidos, que carrega os mesmos valores que sempre defendi”, afirma em publicação no Instagram.

Durante a live desta terça-feira (3), Carla Zambelli afirmou que está fazendo reuniões com a Meta para oficializar a transferência da titularidade das redes sociais.

Ao tomar essa atitude, ela provavelmente está usando a mãe como laranja para evitar novos processos pelo uso indevido das redes sociais.

Nesse caso, o ministro Alexandre de Moraes considerou suspeito: “da mesma maneira, a ré anunciou que transferiu as suas redes sociais para a sua mãe e que voltará a propagar notícias fraudulentas acerca do processo eleitoral no Brasil, inclusive no que diz respeito às alegações infundadas de ausência de confiabilidade das urnas eletrônicas”

Assim, o espalhamento de desinformação, fake news e tentativa de atrapalhar o judiciário brasileiro que já eram feitos no perfil de Carla não poderão mais ser atribuídos a ela, e sim a mãe. O ato é visto como tentativa de a mãe como “laranja” numa tentativa de ludibriar a justiça, considerado crime.

A escapadinha do país

A deputada anunciou fuga do Brasil para a Europa nesta terça-feira (3). O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Lindbergh Farias, protocolou um pedido de prisão preventiva por “representar risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas brasileiras”.

Em entrevista a CNN nesta tarde de terça-feira (3), a deputada Carla Zambelli mudou parte das afirmações feitas na parte de manhã para AuriVerde Brasil, quando falou pela primeira vez que estava fora do país.

Para a CNN, ela reformulou dizendo que não está na Europa. Ela diz agora que está nos Estados Unidos fazendo tratamento para síndrome de ehlers-danlos, e pretende ir para a Itália por ser “intocável” no país europeu — nas palavras dela.

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Zambelli afirmou que quer atuar na Europa da mesma forma que Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Entenda a condenação de Carla Zambelli

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. A decisão, que ainda cabe recurso, aconteceu em unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (14).

A condenação pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica foi obtida com os votos do relator do caso, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O julgamento virtual começou na sexta-feira (9) e foi finalizado hoje.

Com a decisão, Zambelli também foi condenada à perda do mandato após o fim de todos os recursos possíveis e o pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com hacker Walter Delgatti, que é réu confesso e que foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão neste mesmo processo.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

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