Após conversa com Maduro, Trump convoca Conselho de Segurança

Trump convocará Conselho de Segurança Nacional para discutir Venezuela
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Esta combinação de fotos de arquivo, criada em 20 de setembro de 2025, mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), gesticulando enquanto caminha para embarcar no Air Force One na Base Aérea Conjunta Andrews, em Maryland, em 12 de maio de 2025; e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falando durante uma coletiva de imprensa com a mídia internacional no Hotel Eurobuilding, em Caracas, em 15 de setembro de 2025. Os Estados Unidos ofereceram ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a oportunidade de deixar o país rumo à Rússia ou a outro lugar, afirmou um senador republicano em 30 de novembro de 2025, em meio a crescentes temores de uma iminente ação militar dos EUA. (Foto de Brendan Smialowski e Federico Parra / AFP)

O presidente dos EUA, Donald Trump, convocará seu Conselho de Segurança Nacional para discutir a Venezuela, informou a Casa Branca em meio à crise em curso entre Washington e Caracas. Leia em TVT News, com informações da AFP

“O presidente se reunirá com sua equipe de segurança nacional para discutir este e outros assuntos”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em uma coletiva de imprensa.

Desde setembro, os Estados Unidos realizaram diversos ataques mortais contra embarcações que, segundo eles, transportam drogas no Caribe, e acusam Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas. Caracas nega as acusações e argumenta que o objetivo de Washington é derrubar o presidente venezuelano e assumir o controle do petróleo do país.

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Arte: AFP

Trump confirma que conversou por telefone com Maduro

Caracas, Venezuela, via AFP


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no domingo (30) que conversou recentemente por telefone com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que denunciou a preparação de uma “agressão” por parte de Washington.

Washington afirma que Maduro lidera um suposto cartel de drogas e mantém, desde agosto, uma operação antinarcóticos no Caribe. Entre as forças que foram mobilizadas está o maior porta-aviões do mundo.

Questionado por jornalistas se havia conversado com Maduro na semana passada, como informou na sexta-feira o jornal The New York Times, Trump disse: “Não quero comentar sobre isso, a resposta é sim”.

“Não diria que foi boa nem ruim. Foi uma ligação telefônica”, disse o presidente a bordo do Air Force One.

O senador americano Markwayne Mullin afirmou no domingo que Washington havia proposto a Maduro deixar o país.

“Por sinal, demos a Maduro a oportunidade de sair. Dissemos que ele poderia ir para a Rússia ou outro país, declarou o congressista republicano ao canal CNN.

Maduro, que acusa Trump de usar a luta antidrogas como pretexto para derrubá-lo, assegurou, por sua vez, que a Venezuela é um país “indestrutível, intocável, invencível”.

Durante uma feira de café de especialidade com convidados russos, ele disse que, no setor de turismo, o país terá um dos “melhores Natais que já conhecemos, porque a Venezuela está linda, linda, em paz e feliz”.

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O maior porta-aviões do mundo, USS Gerald R. Ford, navega em 24 de setembro de 2025. Um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA chegou à América Latina em 11 de novembro de 2025, intensificando um acúmulo militar que a Venezuela alertou que poderia desencadear um conflito de grande escala, ao anunciar seu próprio destacamento. O USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, entrou na área de responsabilidade do Comando Sul das Forças Navais dos EUA, que abrange a América Latina e o Caribe, disse o comando em um comunicado.

Pedido de ajuda

Segundo uma  carta de Maduro divulgada no domingo, a Venezuela pediu ajuda à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para deter a “agressão” dos Estados Unidos.

Espero contar com os seus melhores esforços para contribuir para deter esta agressão que acontece com cada vez mais força e ameaça seriamente os equilíbrios do mercado energético internacional”, afirma a carta de Maduro lida pela vice-presidente Delcy Rodríguez durante um comitê ministerial virtual da Opep.

Na carta, o presidente venezuelano afirma que Washington pretende derrubar seu governo e assumir o controle das reservas de petróleo do país.

Uma ação militar “coloca em grave perigo a estabilidade da produção de petróleo venezuelana e o mercado mundial”, acrescenta o texto.

Embora Trump não tenha ameaçado publicamente usar a força contra Maduro, ele afirmou nos últimos dias que os esforços para deter o narcotráfico venezuelano “por terra” começariam “muito em breve”.

No sábado, o presidente Donald Trump advertiu que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado “fechado em sua totalidade”, uma semana após Washington emitir um alerta aéreo que pedia às companhias aéreas que adotassem precauções devido ao aumento da atividade militar na região.

A Venezuela revogou as licenças operacionais de seis companhias aéreas que suspenderam seus voos e chamou os comentários de Trump de “ameaça colonialista que pretende afetar a soberania de seu espaço aéreo”.

A advertência provocou a suspensão de um programa de voos especiais de repatriação para venezuelanos deportados dos Estados Unidos.

Contudo, a vice-presidente anunciou uma operação especial ordenada por Maduro “para o retorno dos venezuelanos retidos em outros países”, além de “facilitar os itinerários de saída” para aqueles que precisem deixar o país.

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Militares americanos participam de treinamento de manobra de sobrevivência em Colón, Panamá, em 22 de outubro de 2025. (Foto de WALTER HURTADO / AFP)

Famílias das vítimas

As forças dos Estados Unidos atacaram quase 20 embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe e no Pacífico desde o início de setembro, com um balanço de pelo menos 83 mortes, sem apresentar evidências de suas acusações.

A Venezuela, que classifica os ataques no Caribe como “execuções extrajudiciais” e solicitou uma investigação da ONU, recebeu no Parlamento as famílias das vítimas dos ataques.

“Nos reunimos no gabinete da presidência da Assembleia Nacional com familiares de venezuelanos assassinados, executados extrajudicialmente”, disse no domingo Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento.

Rodríguez, também principal mediador venezuelano com o governo de Trump, mencionou um artigo do Washington Post que afirma que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou durante um dos bombardeios que todos os passageiros da embarcação fossem eliminados, o que levou os militares a executar um segundo ataque. Rodríguez chamou a ação de “crime de guerra”.

No domingo, Trump disse que pretende investigar o ocorrido, mas expressou confiança na versão do chefe do Pentágono.

“Não sei nada sobre isso. Ele (o secretário de Defesa, Pete Hegseth) diz que não falou aquilo, e eu acredito nele”, acrescentou o presidente a bordo do Air Force One.

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