Austrália anunciou que reconhecerá formalmente a Palestina em setembro de 2025, durante sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em Nova York. A medida, confirmada pelo primeiro-ministro Anthony Albanese e pela ministra das Relações Exteriores Penny Wong, é apresentada como parte de um esforço global para frear a escalada de violência no Oriente Médio. Entenda na TVT News.
O anúncio coloca a Austrália ao lado de países como França, Reino Unido e Canadá, que também sinalizaram movimentos semelhantes. A Nova Zelândia está considerando a mesma decisão, o que faria com que quatro dos cinco membros da rede de inteligência Five Eyes reconhecessem a Palestina, isolando os Estados Unidos.
Por trás do reconhecimento da Palestina
Anthony Albanese justificou a decisão como a “melhor esperança da humanidade para quebrar o ciclo de violência” e “pôr fim ao conflito, sofrimento e fome em Gaza”. Ele enfatizou que a situação em Gaza “foi além dos piores temores do mundo”, citando a crise humanitária e a fome que assola a região. A ministra Penny Wong reforçou a urgência da medida, alertando que “há um risco de não sobrar Palestina para reconhecer se o mundo não agir”.
A decisão australiana está condicionada a compromissos “detalhados e significativos” por parte da Autoridade Palestina (AP). A AP deve reafirmar o direito de Israel de existir em paz e segurança, comprometer-se com a desmilitarização, realizar eleições gerais e garantir que o Hamas não tenha nenhum papel em um futuro Estado palestino. Além disso, a AP se comprometeu a abolir o sistema de pagamentos a famílias de prisioneiros e mártires, reformar a governança e a educação, e aceitar uma supervisão internacional para combater a incitação à violência.
O anúncio gerou reações acaloradas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a classificou como “vergonhosa”, enquanto o presidente Isaac Herzog afirmou que a medida “recompensaria o Hamas”. Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Marco Rubio indicou que o país não seguirá o exemplo da Austrália, considerando tais declarações “largamente simbólicas” e um incentivo ao Hamas.
Atualmente, 147 dos 193 Estados-membros da ONU já reconhecem a Palestina, que possui o status de “Estado observador permanente”. A decisão australiana se insere em um contexto de crescente pressão sobre Israel, à medida que a guerra em Gaza continua a gerar indignação internacional. O conflito já causou mais de 61 mil mortes e uma crise humanitária sem precedentes, com potencial para devastar uma geração inteira de palestinos.
Com Al Jazeera