Bancos pagam R$ 9,2 milhões por executivo e propõem perda real para categoria

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, não há justificativa para esse desrespeito com os trabalhadores. O lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação, entre 2003 e 2023.
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Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Após mais de dois meses de Campanha e nove rodadas de negociação, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs, nesta quarta-feira (21), perda salarial de 0,57% para os trabalhadores. Considerando a projeção para data-base 1º de setembro, 3,96%, a proposta foi de 85% do INPC, equivalente a 3,37%, o que significa perda salarial de 0,57%. O índice foi rejeitado na mesa de negociação.

Enquanto isso, para 2024, a previsão é que a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos 4 maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor (a), aumento de 8% em relação a 2023. O valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor é 46 vezes superior.

Não há justificativa para esse desrespeito com os trabalhadores. O lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação, entre 2003 e 2023. Para 2024, há sinalização de melhora nos resultados. Juntos, os quatro maiores bancos, lucraram R$ 53,9 bilhões no primeiro semestre, alta de 13% em relação ao mesmo período de 2023.

Os setores menos lucrativos da economia tiveram aumento real este ano. Segundo levantamento do Dieese, no primeiro semestre de 2024 cerca de 86% das 8.680 negociações coletivas analisadas tiveram reajustes com ganhos acima do INPC com variação real média (acima do INPC) é, no momento, igual a 1,59%.

A categoria bancária reivindica a reposição total da inflação (INPC de 1º de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2024) mais aumento real para salários, PLR, VA e VR e demais verbas.

Com esse comportamento, os bancos estão querendo jogar a categoria para uma greve. Estamos mobilizados e exigimos respeito!

Por Neiva Ribeiro

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