O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um novo financiamento no valor de R$ 200 milhões, com recursos do Fundo Clima, para a Eve Air Mobility (Eve), subsidiária da Embraer, desenvolver protótipos do carro voador, o eVTOL. Ao todo foram investidos R$700 milhões com o objetivo final de fabricar o veículo de forma comercial.
Em outubro, o Banco já havia aprovado R$ 500 milhões para a primeira fase do projeto, de construção da unidade de produção da empresa em Taubaté (SP), com recursos do programa BNDES Mais Inovação. O fundo também será destinado à campanha de testes para a certificação da aeronave.
De acordo com Johann Bordais, CEO da Eve, o apoio contínuo do BNDES é fundamental para o desenvolvimento que se planeja para o protótipo. “Este financiamento fortalece ainda mais nossa posição financeira e fornece os recursos necessários para atingir nossos principais marcos, incluindo a certificação e a comercialização do nosso eVTOL.”
BNDES investe na tecnologia do carro voador
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também reconheceu a importância da continuidade de investimento, a princípio para a instalação da fábrica de carros voadores em Taubaté.
Esse novo investimento da fábrica de carros voadores em Taubaté vem para garantir que o projeto chegue ao objetivo final: a comercialização.
“Além de apoiar um projeto inovador, estamos investindo em uma indústria de tecnologia disruptiva, que também é verde, contribuindo para a o fortalecimento da indústria nacional no mercado mundial e para a transição energética”, disse Mercadante.
A Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC) publicou recentemente os critérios finais de aeronavegabilidade para o eVTOL da Eve, um passo crucial para a certificação. Isto se segue a um período de consulta pública e permite que a Eve prossiga com a definição dos meios de conformidade para seu eVTOL com a ANAC.
O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, explica que “o projeto de carro voador se enquadra na modalidade Indústria Verde do Fundo Clima, que prevê investimentos em desenvolvimento tecnológico de bens e serviços voltados à descarbonização, com redução da emissão de gases de efeito estufa e foco na eficiência e qualidade de vida.”
O Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e se constitui em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com a finalidade de garantir recursos para apoio à implantação de empreendimentos, aquisição de máquinas e equipamentos e desenvolvimento tecnológico relacionados à redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e à adaptação às mudanças climáticas e seus efeitos.
O que é o carro voador
O eVTOL (do inglês electric Vertical Take-Off and Landing) é um tipo de veículo aéreo projetado para decolar e pousar verticalmente, utilizando propulsão elétrica. Considerado um “carro voador”, ele se assemelha a um drone em escala ampliada, sendo movido por múltiplos rotores ou hélices. A tecnologia dos eVTOLs combina inovações em aviação e mobilidade urbana, oferecendo uma solução sustentável para deslocamentos aéreos de curta distância, como trajetos urbanos e interurbanos.
Uma das principais características do carro voador (eVTOL) é sua propulsão elétrica, que reduz as emissões de carbono e diminui o impacto ambiental em comparação com veículos a combustão. Além disso, por ser silencioso, o eVTOL é ideal para áreas urbanas, onde o ruído é uma preocupação significativa. Esses veículos são projetados para operar em vertiportos, pequenos espaços de decolagem e aterrissagem distribuídos estrategicamente em cidades.
O conceito de carro voador (eVTOL) está diretamente ligado ao futuro da mobilidade urbana. Empresas e governos ao redor do mundo estão investindo em sua implementação como uma alternativa eficiente ao trânsito congestionado. Embora ainda em fase de testes e regulamentações, os eVTOLs prometem transformar a maneira como nos deslocamos, oferecendo viagens rápidas, seguras e sustentáveis, especialmente em centros urbanos densamente povoados.
Texto da Agência BNDES de Notícias