Bom Para Todos entrevista neurocirurgião para entender o quadro de Lula

O neurocirurgião Orlando Maia participa do programa Bom Para Todos, da TVT. Em pauta, a situação clínica do presidente Lula
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Lula está consciente e não terá sequelas. Contudo, é fato que existem detalhes técnicos que um médico pode esclarecer com maior prioridade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O neurocirurgião Orlando Maia, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, participa hoje (12) do programa Bom Para Todos, da TVT. Em pauta, a situação clínica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula fez dois procedimentos bem sucedidos para tratar de um hematoma no crânio, resultado de um acidente doméstico que aconteceu em outubro deste ano.

Lula foi transferido às pressas para a UTI do hospital Sírio-Libanês de São Paulo na madrugada de terça-feira (10). Ele sentiu fortes dores de cabeça durante o dia, mas manteve sua agenda, que incluiu reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Contudo, após agravamento das dores, os médicos detectaram um leve sangramento na meninge cerebral.

No mesmo dia, Lula passou por uma trepanação, uma pequena perfuração craniana para aliviar a pressão interna. Por precaução, na manhã de hoje, os médicos optaram por um novo procedimento; uma embolização de uma artéria na meninge na região afetada. Isso, de acordo com os médicos, reduz drásticamente a probabilidade de novos incidentes.

Lula está consciente e não terá sequelas. Contudo, é fato que existem detalhes técnicos que um médico pode esclarecer com maior prioridade. Neste contexto, o Bom Para Todos convidou o neurocirurgião para que todos detalhes fiquem claros aos brasileiros. Assista no YouTube, pelo link abaixo, ou pelo canal 44.1 da TV aberta em São Paulo e região.

Acompanhe a evolução do estado de saúde do presidente Lula

  • No fim da noite da segunda-feira (9), o presidente foi internado às pressas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo
  • Na madrugada do dia 10, Lula passou por cirurgia para drenagem de um hematoma, a trepanação (uma pequena perfuração do crânio)
  • O presidente segue internado na UTI e “encontra-se bem”, informou o hospital.
  • Estado de saúde do presidente: Lula está conversando e se alimentando normalmente e passou pelo procedimento de forma consciente.
  • Janja está acompanhando o presidente, mas segundo médicos não há visitas por enquanto.
  • A previsão é que Lula volte para Brasília até o início da próxima semana para atuar como chefe de Estado. O prazo não é definitivo, mas a expectativa é que na segunda-feira (16) ele já esteja apto para trabalhar.
  • O boletim médico divulgado às 12h do dia 11 de dezembro afirma que o presidente Lula evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrênicas. Está lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem. O Presidente permanece ainda com dreno enquanto aguarda novos exames de rotina.
  • Um segundo boletim médico divulgado às 16h30 do dia 11 de dezembro revelou que o presidente Lula será submetido a novo procedimento cirurgico na manhã desta quinta-feira (12). O objetivo é impedir novos sangramentos na cabeça.
  • Na manhã do dia 12, Lula assou por uma complementação da cirurgia. Trata-se de um procedimento endovascular, para a neuro embolização de uma artéria na cabeça do presidente.
  • A neuro embolização teve início por volta das 7h10 do dia 12 e durou menos de uma hora,

FAQ: Entenda o que aconteceu com o Presidente Lula

O que é um hematoma subdural e quais são as causas mais comuns desse tipo de sangramento intracraniano?
Os hematomas subdurais são geralmente causados por sangramento das veias, incluindo as veias comunicantes, localizadas entre a camada média e a camada externa do tecido que reveste o cérebro (meninges). Esse hematoma pode ser causado, principalmente, por traumatismo craniano, que pode acontecer durante quedas, acidentes de carro, moto ou bicicleta, ou ainda durante atividades esportivas.
Quais são os sinais e sintomas que indicam a presença de um hematoma subdural, e como ele é diagnosticado?
Vai depender do caso. Quando o sangramento é repentino e severo, pode ocorrer a perda de consciência imediatamente. Em situações menos graves, os sintomas podem aparecer depois de alguns dias, e o paciente começa a lentamente tornar-se confuso e, então, ficar inconsciente.
Os sintomas característicos são: dor de cabeça; confusão; mudança de comportamento; tonturas; sonolência excessiva; fraqueza; apatia; incapacidade de fala e problemas de visão.
Como é o procedimento de drenagem de um hematoma subdural e o que essa cirurgia envolve?
O procedimento se chama trepanação (uma pequena perfuração do crânio), ou uma craniectomia descompressiva, no qual é feito um ou dois orifícios no lado do crânio onde está o coágulo para que o sangue saia. Depois a cavidade, deixada pelo hematoma, é lavada com soro fisiológico. Isso geralmente faz o sangramento parar e elimina o problema. Em alguns casos, pode ser deixado um dreno para expelir algum eventual resquício de hematoma. Geralmente o dreno é retirado um ou dois dias depois da cirurgia.
Quais são os principais riscos e complicações associados à cirurgia para tratar um hematoma subdural, especialmente em pacientes idosos como o presidente Lula?
A cirurgia possui um risco baixíssimo de complicação, tanto queuma das poucas cirurgias que podem ser realizadas em idosos acima de 90 anos, dependendo do caso. Porém, eles não são inexistentes, tem possibilidade de ocorrer um sangramento maior do que aquele que já existia antes talvez seja o problema mais sério a ser enfrentado. Também existe a chance de infecção, que costuma ser maior em pacientes idosos com saúde precária.
Quais são as recomendações para o período de recuperação pós-cirúrgico e os cuidados necessários para prevenir possíveis complicações futuras?
Após o procedimento, o paciente geralmente fica 2 semanas afastados de suas atividades e é necessária a avaliação do neurocirurgião para o paciente voltar às suas atividades.Mas, na maioria das vezes, o paciente se recupera bem e pode voltar às suas atividades habituais em pouco tempo.

Respostas enviadas pelo neurocirurgião Orlando Maia

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