Boulos: “o apagão tem mãe e pai; a Enel e Ricardo Nunes”

Nunes desistiu do debate de hoje (17). Boulos, por sua vez, foi, chamou seu adversário de "fujão" e comentou a crise da Enel e do apagão em SP
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"É muito interessante. Nunes não poda árvore, não faz zeladoria por três anos. E a culpa é do vento, da chuva, do Lula. Ele nada". Foto: Uol/Reprodução

“Lamentamos profundamente que Nunes não tenha encontrado na agenda do governador horário diferente deste, que já estava marcado.” Assim iniciou o debate de hoje (17), a jornalista Fabíola Cidral. O encontro, marcado pelos veículos Uol, Folha de S.Paulo e RedeTV, contou apenas com a presença de Boulos. Nunes desmarcou pois teria uma reunião com o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). O candidato do Psol, por sua vez, criticou a ausência de Nunes e atacou sua gestão em diferentes aspectos, como na zeladoria.

Boulos, em suas considerações iniciais, comentou a ausência de seu adversário no segundo turno de São Paulo. “Mais uma vez o Ricardo Nunes fugiu. Já havia fugido de suas responsabilidades como prefeito, só trabalhando em tempo de eleição. Nesta semana, fugiu das responsabilidades em relação ao apagão. Nunca assumindo seus erros. Hoje, foge do debate por medo. São Paulo não aceita covarde (…) é lamentável se esconder na saia do Tarcísio. Isso mostra que meu adversário não é Nunes. Ele é um fantoche. Amanhã teria mais um debate, no SBT. Ele já cancelou”, disse.

Privatiza, piora e encarece

Boulos chamou Nunes de “fujão” e disse que estará amanhã (18), na Praça Ramos, no Centro da capital, para debater com o povo. Ele também chamou a atenção para o caos que a cidade vive após intensa chuva da última sexta-feira (11). Desde então, paulistanos ainda enfrentam um apagão de grande escala. Nunes vem fugindo à responsabilidade. Defensor das privatizações que levaram a Enel à gestão da luz na cidade, o prefeito afirma não ter relação com o caso.

Entretanto, seu adversário discorda. “A crise da luz só acabará quando Nunes sair da Prefeitura. A mãe do apagão é a Enel. Empresa horrorosa que presta péssimo serviço. É uma resposta para quem acredita que privatização resolve todos os problemas. Privatizaram, pioraram o serviço e a conta ficou mais cara. Tiram funcionários. Como prefeito, vou trabalhar dia e noite para tirá-la de São Paulo. O pai é Ricardo Nunes. Um prefeito que não fez o básico. Manejo de árvores”, disse.

Responsabilidades reais

A campanha de Nunes tenta se esquivar dasanha privatista liberal que acompanha os espectros da direita política a qual ele é filiado. Ele passou a atacar a Enel como empresa e até mesmo o governo federal. Isso por suposta responsabilidade sobre a Agência Nacional de Elergia Elétrica (Aneel). Contudo, a agência tem à frente, no comando, o bolsonarista Sandoval de Araújo Feitosa Neto, nomeado em 2022, com mandato até 2027.

Boulos falou sobre o tema. “Infelizmente, quando a mentira é repetida muitas vezes, por vezes ela cola. A mentira de que Nunes não tem responsabilidade tem sido falada por ele e Tarcísio sem parar. A Enel tem sua culpa. Presta um serviço horroroso e precisa ser tirada de São Paulo. Mas existe responsabilidade da prefeitura de remoção de árvores podres de perto de fios. Tarcísio, por sua vez, fala, fala e fala. Mas a responsabilidade de fiscalizar a Enel é da Arsesp, agência reguladora estadual. A Aneel, comandada por um bolsonarista, tem que garantir a retirada do contrato. O governo Lula está cobrando isso da Aneel”< disse.

“É muito interessante. Nunes não poda árvore, não faz zeladoria por três anos. E a culpa é do vento, da chuva, do Lula. Ele nada”, concluiu Boulos.

“Mídia lamentável”

De fato, o  ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem se manifestando publicamente e também acionando esferas jurídicas contra a Enel. “Defendo que a Aneel abra um processo rápido, célere e objetivo para apurar se ela [Enel] descumpriu índices regulatórios que o TCU [Tribunal de Contas da União] disse, no ano passado, que ela não descumpriu. E que, caso [a empresa] tenha descumprido, instaure um processo e apresente ao poder concedente [União] as possibilidades [de sanções]”, disse.

Boulos concorda com o ministro. “Há um esforço de parte da mídia de jogar um apagão que o governo federal não tem nenhuma responsabilidade. É o Lula quem deveria podar árvores? Parece que há uma tentativa de reproduzir o discurso desesperado de meu adversário que não está aqui hoje. Ele não fez sua lição de casa, seu aliado não fiscalizou a Enel. Não tem aonde jogar a culpa, joga no Lula. É lamentável”

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