Na ONU, Brasil adere à ação contra Israel por genocídio

Em nota, o Itamaraty lamenta as violações rotineiras de direitos humanos e a "utilização despudorada da fome como arma de guerra" na Palestina
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Mais de 55 mil pessoas já foram mortas por Israel em Gaza. Foto: UNRWA

O Brasil anunciou que está na fase final para aderir à ação contra Israel por genocídio na Palestina na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (ONU). Em nota divulgada nesta quarta-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) voltou a condenar as violações de direitos humanos e disse que os direitos dos palestinos podem estar sendo “irreversivelmente prejudicados”. Entenda na TVT News.

Itamaraty cobra ação internacional diante de genocídio na Palestina

Em nota, o Itamaraty expressou “profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, não se restringindo à Faixa de Gaza e estendendo-se à Cisjordânia”. O MRE lamentou que as graves violações de direitos humanos tenham se tornado rotineiras, assim como a “utilização despudorada da fome como arma de guerra”.

A ação contra Israel pelo crime de genocídio na ONU é movida pela África do Sul desde 2023 e tem como base a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio De acordo com o MRE, a adesão do Brasil é justificada pela obrigação de cumprir o direito internacional humanitário e pela “plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra o genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados”.

“O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política”, afirmou o Itamaraty. O órgão declarou que a impunidade de Israel mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral.

O Itamaraty cobrou ação da comunidade internacional, que “não pode permanecer inerte diante das atrocidades em curso” na Palestina. A nota também criticou “a anexação de territórios pela força e a expansão de assentamentos ilegais” que Israel realiza no território palestino.

Durante uma reunião oficial nesta terça-feira (21), o presidente da Tunísia, Kais Saied, mostrou imagens chocantes da crise humanitária em Gaza ao assessor de Trump, Massad Boulos. ‘É hora de toda a humanidade acordar’, disse Saied, exibindo o retrato de uma criança chorando de fome. A situação foi classificada como ‘crime contra a humanidade’. Boulos permaneceu em silêncio.

Uma publicação nas redes sociais mostra a capa do jornal britânico Daily Express, que estampa o apelo: “Pelo amor de Deus, parem com isso agora”. A manchete acompanha a imagem devastadora do pequeno Muhammad, criança palestina lutando para sobreviver à fome extrema no inferno de Gaza.

Nesta quarta-feira (23), 116 organizações de direitos humanos e assistência humanitária emitiram um alerta urgente para o cenário de “fome em massa” em Gaza. Os apelos exigem a suspensão do cerco imposto por Israel, que controla a entrada de água e alimentos. O avanço da catastrófica crise humanitária aumentou o número de denúncias sobre desnutrição e uso da fome como arma de guerra por Israel nos últimos dias.

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