Brasil e China deram mais um passo para fortalecer suas relações bilaterais e impulsionar o desenvolvimento regional sustentável. Entenda na TVT News.
Nesta segunda-feira (11), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Wang Changlin, assinaram, em Pequim, um Memorando de Entendimento que estabelece novas frentes de cooperação econômica, logística, tecnológica e ambiental.
O documento é resultado direto do compromisso assumido pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping de construir a Comunidade Brasil China de Futuro Compartilhado para um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável. O foco é promover a interconectividade, reduzir desigualdades territoriais e melhorar a qualidade de vida por meio de políticas públicas inclusivas e projetos de impacto regional.
“O Brasil e a China compartilham desafios e oportunidades semelhantes no enfrentamento das desigualdades territoriais e na promoção de um crescimento equilibrado. A cooperação bilateral é estratégica para o intercâmbio de experiências e boas práticas”, afirmou Góes.
Áreas prioritárias e ações previstas
O Memorando de Entendimento define setores prioritários como:
- fortalecimento da cooperação entre governos locais;
- incentivo à inovação regional;
- melhor distribuição de atividades produtivas;
- governança ecológica de biomas e bacias hidrográficas;
- realização de Seminários Brasil–China sobre Políticas Regionais.
As ações incluem estudos de caso, visitas técnicas, capacitações conjuntas e trocas de experiências entre regiões e províncias dos dois países.
Para Wang Changlin, a cooperação deve também ampliar o alcance de políticas ligadas a infraestrutura, desenvolvimento verde e inovação tecnológica. O vice-ministro expressou a expectativa de realizar, já no próximo ano, o primeiro diálogo de alto nível sobre políticas de desenvolvimento regional.
Bioeconomia como motor de integração
Góes destacou que a parceria pode fortalecer a bioeconomia brasileira, abrindo mercado para produtos como açaí, cupuaçu, cacau, azeite e coco, especialmente oriundos do Nordeste e da Amazônia. O café, já consolidado no comércio bilateral, continua sendo uma vitrine de qualidade para novos produtos.
Futuro Brasil e China
A formação da Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil–China prevê ações integradas para os próximos 50 anos de relações diplomáticas. A estratégia inclui a criação de sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota, da China, e programas brasileiros como o Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana.
Wang Changlin reforçou que Brasil e China possuem “grande complementaridade econômica” e missões semelhantes diante dos desafios globais. Como parte dessa integração, a NDRC convidou 24 representantes de alto escalão do Ministério do Planejamento e Orçamento e da Casa Civil para um seminário temático sobre desenvolvimento econômico, vinculado à coordenação do Programa Rotas da Integração Sul-Americana.
Com esse acordo, Brasil e China não apenas ampliam sua cooperação técnica e comercial, mas também consolidam uma visão de desenvolvimento que une prosperidade econômica e sustentabilidade ambiental, alinhando interesses regionais a uma agenda global de longo prazo.