O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, fez (28) seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Então, Montenegro expressou o desejo de ver a língua portuguesa reconhecida como oficial na ONU. Em sua fala, Montenegro destacou o impacto global do idioma e o apoio conjunto de Portugal e Brasil para a concretização desse objetivo. Ele disse estar em contato com lideranças brasileiras, incluindo o presidente Lula.
“É com muito orgulho que falo em português. Além de ser o quarto idioma mais falado no mundo como língua materna, unindo hoje mais de 260 milhões de pessoas em todos os continentes, a língua portuguesa é oficial em 33 organizações internacionais, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por isso, é legítima a ambição desta comunidade de ver o português reconhecido como língua oficial das Nações Unidas”, afirmou o chefe do governo português.
Montenegro destacou que o tema foi pauta de reunião com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele reforçou o empenho de ambos os países em liderar esse processo em colaboração com as demais nações lusófonas. Atualmente, Espanhol, Inglês, Mandarim, Russo, Francês e Árabe são as línguas oficiais da ONU.
Português na ONU e mais
Além de defender a inclusão do português como língua oficial da ONU, Luís Montenegro reiterou o compromisso de Portugal com as grandes causas globais, especialmente em apoio ao Pacto para o Futuro, recentemente adotado pelas Nações Unidas. Montenegro elogiou o papel central da ONU na promoção de normas globais e ressaltou a importância de fortalecer a organização como um fórum de cooperação internacional.
“A legitimidade das Nações Unidas, sua capacidade de convocação e autoridade normativa global são trunfos singulares que devem ser utilizados para avançar em nossas causas comuns e em uma visão partilhada do futuro”, disse o primeiro-ministro.
Reforma do Conselho de Segurança
Em seu discurso, Montenegro defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, apoiando a inclusão de novos membros permanentes, como países da África, além do Brasil e da Índia. Ele destacou que o direito de veto deve ser responsável, tendo em vista seu impacto nas decisões globais.
O primeiro-ministro português também abordou as crises humanitárias e os conflitos em diversas regiões, como Gaza, Sudão, Ucrânia, Sahel e Líbano. Montenegro condenou a mudança unilateral de fronteiras pela força, qualificando tal atitude como uma violação inaceitável da Carta das Nações Unidas.
No caso do Líbano, Montenegro destacou a preocupação com a escalada de violência e pediu máxima contenção por parte dos envolvidos.