O Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial apontou Chile, Brasil e Uruguai como os mais preparados para o uso da tecnologia de IA, dentre 19 países analisados. O estudo foi lançado no final de setembro pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile, Cenia, e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O Chile obteve o primeiro lugar no ranking, com 73,07 pontos, seguido pelo Brasil, com 69,30 e Uruguai, pontuando 64,98.
Os três países considerados pioneiros não apenas avançaram na implementação de tecnologias baseadas em IA, mas também estão orientando suas estratégias nacionais para a consolidação e expansão dessas tecnologias em todos os setores da economia e sociedade.
Ambiente para a IA
Além disso, eles foram considerados como tendo um ambiente favorável que promove a pesquisa, o desenvolvimento e a adoção de tecnologias, fortalecendo a inovação e a aplicação da IA.
O secretário executivo adjunto interino da Cepal disse que “a nova revolução tecnológica, marcada pela inteligência artificial, tem o potencial de se tornar um fator-chave para superar as armadilhas do desenvolvimento nas quais a América Latina e o Caribe estão imersos”.
Para Javier Medina Vásquez, a IA pode impulsionar a inovação e “enfrentar os principais desafios em saúde, educação e meio ambiente”. O representante da Cepal defende que a IA pode otimizar os processos administrativos dos governos, melhorar a tomada de decisões e responder melhor às demandas dos cidadãos.
Desenvolvimento e desigualdade
No entanto, ele alertou que a tecnologia também pode “aprofundar as lacunas socioeconômicas pré-existentes se não agirmos de forma rápida e decisiva”.
Em relação ao desenvolvimento científico em inteligência artificial, o estudo observou um número crescente de publicações multidisciplinares associadas à IA atingindo um total de 80% na região. Cerca de 70% das publicações estão concentradas em 10 disciplinas, lideradas pela medicina clínica.
De acordo com o levantamento, apesar de a região da América Latina ter dobrado a porcentagem de concentração de talentos de IA na força de trabalho em média nos últimos oito anos, nenhum país atingiu os níveis que os países do norte global tinham no início do mesmo período.