Durante sua visita ao Japão, a delegação do governo brasileiro anunciou a assinatura de um acordo de aproximadamente R$ 10 bilhões para a venda de 15 jatos modelo E-190 da Embraer para a All Nippon Airways (ANA), maior companhia aérea do país asiático. Confira mais sobre o acordo da Embraer em TVT News.
Embraer vai vender aviões para o Japão
O contrato inclui ainda a opção de compra de mais cinco unidades. O anúncio foi feito pela Embraer durante o Fórum Empresarial Brasil-Japão, realizado em Tóquio.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o trabalho comercial liderado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em parceria com a Embraer tem sido estratégico para fortalecer o desenvolvimento da aviação brasileira no cenário global.
O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, celebrou o negócio. “A Embraer está muito feliz com essa venda de até 20 aviões. A ANA, além de ser a maior empresa aérea do Japão, possui uma imagem extremamente sólida no setor da aviação. Essa decisão reforça a qualidade dos nossos produtos e será fundamental para ampliar nossa presença em outras companhias aéreas ao redor do mundo”, afirmou Gomes Neto.
O presidente Lula, que cumpre extensa agenda na Ásia – incluindo visitas ao Japão e ao Vietnã – ressaltou o potencial de expansão dessa parceria. “Posso dizer ao primeiro-ministro Ishiba que os aviões da Embraer têm muita qualidade. Quem compra 20 pode comprar mais, e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar em aviões da Embraer”, declarou o presidente em seu discurso.

Sustentabilidade e inovação marcam o acordo
Além da venda das aeronaves, o acordo contempla iniciativas voltadas à sustentabilidade. Está em negociação a oferta de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) produzido no Brasil para abastecer o setor aéreo japonês.
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“O SAF é o combustível do futuro, o combustível verde. As companhias aéreas japonesas mostraram total interesse em operar com SAF, e o Brasil tem potencial para se tornar um grande exportador desse combustível”, disse o ministro Silvio Costa Filho. Ele acrescentou: “Estamos trabalhando com o governo japonês para que 10% do combustível utilizado aqui seja derivado de etanol. Isso estimula a indústria sucroenergética brasileira, alinhada aos princípios de sustentabilidade.”
Capacitação e formação de mão de obra especializada
A formação de mão de obra qualificada também foi um dos destaques do acordo. “Com a expansão das vendas de aviões da Embraer pelo mundo, não apenas no Japão, mas em outros mercados internacionais, há um esforço conjunto entre a empresa e o governo brasileiro para preparar nossa mão de obra local”, explicou o ministro. “Estamos implementando um programa robusto de capacitação para inserir jovens no mercado de trabalho. Isso vai gerar empregos, renda e movimentar a economia, sendo uma prioridade do governo federal.”
Francisco Gomes Neto lembrou que a Embraer mantém uma estrutura de suporte técnico no Japão dedicada a atender às demandas do setor aéreo local. “Atualmente, há cerca de 50 aviões da Embraer operando no país há mais de 15 anos, conectando 30 cidades. Esses aviões apresentam uma disponibilidade altíssima, de 99,8%. Ou seja, é um trabalho de excelência realizado em conjunto com os clientes que utilizam nossas aeronaves.”
Consolidação da Embraer no mercado global
A Embraer, terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, ampliou sua participação no mercado de aviação nos últimos anos. Com mais de 8 mil aeronaves entregues e cerca de 18 mil funcionários, a empresa possui unidades industriais, centros de serviços e escritórios espalhados por diversos continentes. A venda para a ANA reitera sua posição estratégica na Ásia e consolida o papel do Brasil como protagonista na aviação global e na transição energética do setor.
As aeronaves encomendadas pela ANA devem ser entregues em 2028. Além disso, a cooperação bilateral entre Brasil e Japão inclui investimentos na formação de mão de obra especializada no setor aeronáutico, com foco na inclusão de jovens no mercado de trabalho e no fortalecimento da indústria de aviação nos dois países.