Uma análise dos indicadores socioeconômicos do Brasil, cobrindo o período de 1995 a 2024, revela as oscilações nas condições de vida da população e no mercado de trabalho. São padrões distintos de evolução em diferentes mandatos presidenciais que revelam uma série de dados positivos do país durante gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O estudo é do Departamento de Estudos Intersindicais (Dieese). Entenda na TVT News.
Os dados evidenciam um ciclo de expressiva melhora social e econômica com Lula, seguido por uma crise que atingiu seu ápice social durante gestão de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), com alta na desigualdade e uma disparada na insegurança alimentar, além de outros resultados negativos.
Com o fim do governo Bolsonaro, o Brasil começou a reverter o cenário negativo rapidamente. A insegurança alimentar que chegou a 58,7% com o político de extrema direita, caiu para 24,2 em 2024, com o retorno de Lula. A desigualdade caiu. O número de pessoas empregadas é o maior da história. Negociações com aumento de salário pularam de 26,2% com Bolsonaro para 85% com Lula. O salário mínimo voltou a crescer. O desemprego é o menor da história. A inflação caiu. O consumo aumentou. Cresceu o investimento em ciência, tecnologia e educação. As emissões de gases do efeito estufa caíram.

Ascensão social com Lula
O período dos primeiros governos Lula (2003 a 2010) foi marcado por melhorias em indicadores de emprego e renda, impulsionadas por um robusto crescimento econômico, cuja média anual foi de 4,0% do PIB.

No mercado de trabalho, a política de valorização do salário mínimo e a alta taxa de negociações sindicais garantiram ganhos substanciais à classe trabalhadora. O salário mínimo real, por exemplo, saiu de R$ 744,2 em 2003 para R$ 1.141,6 em 2011 (em preços de jan/24). Além disso, a proporção de negociações salariais com aumento real atingiu o pico de 87,7% em 2011.
A distribuição de renda também apresentou melhoras significativas, com o Índice de Gini (que mede a desigualdade) caindo de 0,59 para 0,54 no final do primeiro período Lula/início Dilma.

A Crise Pós-2015: Piora nos Indicadores Sociais
A partir de 2016, com a posse de Michel Temer, e se estendendo ao governo de Jair Bolsonaro, o Brasil assistiu a uma estagnação econômica e a uma forte deterioração social. A taxa média de crescimento do PIB no período Temer (2016-2018) foi de -0,1%.
A crise se manifestou de forma aguda no emprego e nas condições de vida:
- Desemprego: A taxa de desemprego, que estava em torno de 9,0% no início da gestão Temer (2016), chegou a 12,0% em 2019 (início do governo Bolsonaro).
- Aumento da Desigualdade e Insegurança Alimentar: A desigualdade medida pelo Gini subiu de 0,52 em 2016 para 0,55 em 2019. O indicador de insegurança alimentar mostrou uma explosão: a parcela da população com algum tipo de insegurança alimentar, que estava em 30,2% em 2011, saltou para 58,7% no pico do período Bolsonaro (2021/2022).
As negociações salariais também sofreram, com o percentual de acordos com aumento real despencando de 75,0% em 2019 para um dos menores da série, 26,2%, em 2023.

O Início de uma Reversão (2023-2024)
No período mais recente, com o retorno de Lula à presidência (2023-2024), os dados apontam para uma tentativa de reversão das perdas sociais.
- Mercado de Trabalho e Renda: A taxa de desemprego projetada para 2024 é de 6,4% , e o salário mínimo real deve alcançar R$ 1.412,0 (em jan/24), demonstrando recuperação do poder de compra. A projeção para 2024 indica que 85,0% das negociações coletivas devem resultar em aumento real dos salários.
- Combate à Fome e Desigualdade: Os indicadores sociais mais críticos também mostram melhora: a projeção para 2024 indica que a insegurança alimentar deve cair para 24,2% , e o Índice de Gini de desigualdade deve atingir 0,51 — o menor patamar de toda a série histórica apresentada.

Em suma, a trajetória dos indicadores socioeconômicos brasileiros evidencia uma forte correlação entre políticas de crescimento com distribuição de renda (Lula 2003-2010) e a melhora das condições de vida, bem como a deterioração rápida em períodos de crise e austeridade (Temer/Bolsonaro), sendo 2023 e 2024 marcados por uma retomada dos indicadores de bem-estar social.