Brasil encerra Mundial de Ginástica Rítmica com duas pratas e melhor campanha da história

Medalhas vieram no conjunto geral e na prova mista
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Conjunto brasileiro brilhou no Mundial de ginástica rítmica disputado no Rio de Janeiro. Foto: Melogym/CBG

As Leoas, como as atletas da seleção de ginástica rítmica são conhecidas, rugiram alto durante o Mundial de Ginástica Rítmica, competição realizada pela primeira vez no Brasil, no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro. Com emoção, beleza e talento elas conquistaram, neste domingo, (24), a prata na final na série mista, com três bolas e dois arcos. Saiba mais em TVT News.

O quinteto formado por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Mariana Gonçalves e Maria Paula Caminha fez uma apresentação cravada, ao som de Evidências – imortalizado por Chitãozinho & Xororó -. e recebeu 28.550 pontos, a mais alta pontuação que a série equipe já recebeu em competições internacionais. O Brasil ficou atrás apenas da Ucrânia, que obteve 28.650, 0.1 ponto à frente. A China terminou em terceiro.

Foi a segunda medalha do país nas 41 edições do Mundial de Ginástica Rítmica. No sábado (23), o mesmo quinteto já havia emocionado o país ao conquistar o primeiro pódio, na prova de conjunto geral, que leva em conta as somas das notas da série das cinco fitas e das duas bolas e três arcos. O Brasil ficou atrás apenas do Japão, por 0.3 ponto. A Espanha terminou em terceiro. Até então, o melhor resultado do conjunto em mundiais havia sido na última edição, na Espanha. Na ocasião, as brasileiras terminou com uma quarta posição.

Série de cinco fitas

Mais cedo, no início da tarde de domingo, o conjunto brasileiro disputou a final das fitas, mas terminou em sexto lugar, com 22.850 pontos. Com o saldo de duas medalhas inéditas, a participação brasileira no Mundial do Rio entra para a história como uma das mais marcantes e emocionantes da ginástica rítmica nacional, celebrada dentro e fora dos tablados, com a torcida entoando no pódio o grito de “campeã”.

Individual geral

O Brasil também alcançou seu melhor resultado na história em mundiais de Ginástica Rítmica no individual, com Bárbara Domingos, a Babi. Com duas coreografias que marcaram o maior feito de sua carreira e da ginástica rítmica brasileira, ela terminou em nono, colocando o país pela primeira vez nesta colocação. Geovanna Santos, que disputou sua primeira final em Mundial, terminou na 18ª posição. No desfecho, prevaleceu a a campeã olímpica Darja Varfolomeev (Alemanha), que conquistou o ouro; Stiliana Nikolova (Bulgária) ficou com a prata, e Sofia Raffaeli (Itália) levou o bronze. A melhor colocação do Brasil em Mundiais já pertencia à Babi Domingos, que havia sido 11ª em 2023.

Músicas brasileiras brilham no Mundial

As trilhas sonoras brasileiras dominaram a competição e se tornaram um elo poderoso entre atletas e público. A escolha de “Evidências”, interpretada por Chitãozinho & Xororó, para a apresentação do conjunto brasileiro emocionou a Arena Carioca 1 e reforçou o vínculo cultural com a torcida.

Já a ginasta Bárbara Domingos,, encantou o público com uma apresentação vibrante ao som de “Garota de Ipanema”, nas maças, e emocionou a Arena Carioca 1 com sua série de fita embalada por “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil.

Mas o repertório nacional não ficou restrito às anfitriãs: atletas estrangeiras também apostaram em sons brasileiros para conquistar o coração do público. A italiana Tara Dragas homenageou os ritmos de Salvador com “Cria da Ivete”, enquanto a húngara Fanni Pigniczki trouxe à quadra a memória de Ayrton Senna em uma rotina inspirada na série da Netflix sobre o piloto. Já Elena Meysembourg, de Luxemburgo, escolheu o clássico “Mas Que Nada”, e a boliviana Mayte Guzman optou por “Romaria”, na versão de Daniel e Seu Jorge. As escolhas mostram como a música brasileira se tornou protagonista no espetáculo do Mundial.

Bolsa atleta e investimentos

 O Ministério do Esporte destinou R$ 2 milhões diretamente ao primeiro Mundial da modalidade realizado na América do Sul e que entra para a história como o maior em número de participantes: mais de 650 pessoas envolvidas, representando 78 países. Do total, R$ 1 milhão foi usado na campanha que consolidou o Brasil como país-sede, R$ 570 mil foram investidos para estruturar os treinamentos das seleções e R$ 490 mil na aquisição de três tablados oficiais.

O apoio foi fundamental para que a capital fluminense recebesse o evento e vibrasse com as apresentações. E como vibraram. A emoção na arena espalhou-se pelos fãs da modalidade e, também, pelos fãs do esporte em geral. Desde 2012, os investimentos na Ginástica chegam a R$ 17,2 milhões, aplicados na compra de equipamentos oficiais para as modalidades artística, trampolim e rítmica, além de viabilizar o treinamento em âmbitos nacional e estadual e a realização de competições, como Mundiais e torneios internacionais.

 A ginástica rítmica no Brasil tem registrado um crescimento histórico, impulsionado por conquistas inéditas do conjunto e individual em competições mundiais, como medalhas em Copas do Mundo e resultados de destaque no Mundial, além de uma infraestrutura de apoio. O Ministério do Esporte, destinou R$ 570 mil para estruturar os treinamentos das seleções, construiu e modernizou o centro de treinamento. E os investimentos prosseguem no ciclo pós-Jogos Olímpicos de Paris 2024 e até Los Angeles 2028, com patrocínio da Caixa para a Confederação Brasileira de Ginástica para o período de julho de 2025 a dezembro de 2028.

A modalidade também foi contemplada com R$ 1,9 milhão via Lei de Incentivo ao Esporte. A parceria garantiu não apenas a viabilização do Mundial, mas também a manutenção dos 29 Centros de Treinamento espalhados pelo país, fortalecendo a base esportiva, ampliando o acesso à prática e estimulando a descoberta de novos talentos.

Seis das sete ginastas brasileiras que disputaram o torneio são beneficiárias atualmente do programa “Bolsa atleta” do Governo Federal. Os últimos editais do Bolsa Atleta e do Bolsa Atleta Pódio mostram que 219 atletas da ginástica são contemplados com o benefício. Desse total, 115 são específicos da Ginástica Rítmica.

O presidente Lula exaltou o feito do conjunto brasileiro em postagens nas redes sociais: “Nossa seleção fez história e ganhou mais uma medalha na final de ginástica rítmica na prova de conjunto misto, com 3 bolas e 2 arcos. O Brasil brilhou ao sediar e conquistar medalhas inéditas no Mundial de Ginástica Rítmica de 2025. Acreditamos que o apoio ao esporte é fundamental porque ele transforma vidas e inspira uma nação”.

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