Brasil quer candidatura única latino-americana para liderar a ONU

Próximo nome de secretário-geral da ONU seria o de uma mulher da região, como Bachelet ou Mia Mottley
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Presidente Lula durante audiência com a Vice-Presidenta do Clube de Madri, Michelle Bachelet, antes da sessão de abertura da Reunião Ministerial da Força Tarefa do G20. Ricardo Stuckert/PR

O governo do presidente Lula vai propor aos países da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na semana que vem, a unificação em torno da candidatura única de uma mulher, representando a região, para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Saiba mais em TVT News

Uma declaração especial proposta pelo Palácio do Itamaraty está em negociação com todos os outros 32 países-membros da Celac, e deve ser aprovada na 9ª Cúpula da entidade, que será realizada no próximo dia 9 de abril, em Tegucigalpa, capital de Honduras. Lula participará do encontro.

“Pelo esquema de rotatividade regional, a gente entende que caberia à América Latina e ao Caribe, então, estamos propondo que os países se unam, comecem a trabalhar em torno de uma candidatura única, o que nos dá chance de fazer valer esse princípio da rotatividade”, destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em entrevista a imprensa nesta quinta-feira (3).

O mandato do atual secretário-geral da ONU, o português António Guterres, termina no ano que vem, quando um sucessor ou sucessora deverá ser escolhido pela Assembleia Geral. Até hoje, a ONU nunca foi liderada por uma mulher.

“Na nossa proposta [de declaração da Celac], existe um parágrafo sobre isso. Nunca houve uma mulher secretária-geral da ONU, nós temos candidatas de grande peso político, intelectual e de liderança [internacional]. Não haveria razão para não ser, mas vamos trabalhar isso com a Celac”, acrescentou Padovan.

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Durante encontro com a imprensa nesta quinta-feira, 3 de abril, a embaixadora Gisela Padovan (à esquerda), secretária de América Latina e Caribe do MRE, ressaltou a importância da integração regional – Foto: Thaís Custódio/Secom-PR

Entre os nomes apontados como potenciais candidatas está o da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que já dirigiu a ONU Mulheres e ocupou o cargo de alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas. Outro nome citado é do da primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, que tem despontado como voz ativa em defesa de propostas mais ousadas para que países pobres tenham financiamento facilitado e perdão de dívidas no desafio de adaptação para a mudança do clima em curso no planeta.

O secretário-geral da ONU é responsável por representar o organismo internacional nas reuniões com líderes mundiais, presidir o Conselho de Coordenação dos Chefes Executivos do Sistema das Nações Unidas e atuar em defesa da paz mundial e para evitar que o agravamento de disputas e conflitos entre os países.

Cúpula

Lula deve viajar para Tegucigalpa na próxima terça-feira (8). Além dele, outros chefes de Estado da região também devem comparecer, como os presidentes Luís Arce (Bolívia), Gustavo Petro (Colômbia), Bernardo Arévalo (Guatemala), Diaz-Canel (Cuba), Yamandu Orsi (Uruguai), o primeiro-ministro da Guiana, Mark Phillips, a anfitriã, Xiomara Castro, presidente hondurenha, entre outros nomes que serão confirmados nos próximos dias.

Um dos temas que podem surgir na discussão entre os líderes regionais é a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos (EUA) a países de todo o planeta, incluindo o Brasil. As medidas foram anunciadas ontem (2) pelo presidente Donald Trump.

Segundo o Itamaraty, a expectativa é que a declaração final da Celac não aborde o tarifaço norte-americano de forma direta, mas deve reafirmar a defesa do multilateralismo e regras comerciais justas entre os países.

Juntos, os 33 países da Celac abrangem uma área de mais de 22 milhões de quilômetros quadrados na América Latina e Caribe, mais do que cinco vezes o território da União Europeia. Já a população total somada, de 670 milhões, é o dobro do número de habitantes dos EUA.

Confira outros temas que deverão ser tratados no evento:

SEGURANÇA E IMIGRAÇÕES: O tema de imigrações também deverá ser tratado pelos chefes de Estado durante o evento. “Nós tivemos no passado um grupo de trabalho que tratava regularmente de imigrações. A ideia é que ele seja reativado porque é um tema que tem impacto em todos os países da região, seja pelo fluxo de entrada ou saída de pessoas”, pontuou a embaixadora Daniela Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional.

SEGURANÇA E BILATERAIS: Outra sugestão a ser apresentada pelo Brasil é a de que a Comunidade divulgue uma declaração conjunta sobre mulheres, paz e segurança. Além de participar da Cúpula, o presidente Lula terá reuniões bilaterais com líderes da região.

INTERLOCUÇÃO GLOBAL: A CELAC também dialoga com outros blocos e países de fora da região. Nesse sentido, estão previstos para este ano o Fórum CELAC-União Europeia, em dezembro, e o Fórum China-CELAC, ainda sem data definida.

DIMENSÃO:  Os países da CELAC abrangem uma área de mais de 22 milhões de quilômetros quadrados na América Latina e Caribe, o que equivale a cinco vezes o território da União Europeia. A população total somada, de 670 milhões, é o dobro do número de habitantes dos Estados Unidos.

Com informações da Agência Brasil*

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