A 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes) começa nesta quarta-feira (13) em Brasília e segue até sábado (16), reunindo milhares de pessoas para discutir e propor políticas públicas voltadas a modelos econômicos baseados na cooperação, autogestão e no fortalecimento comunitário.
O tema desta edição é “Economia Popular e Solidária como Política Pública: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”. Entenda na TVT News.
Vídeo: Presidente Lula participa da abertura da Conferência Nacional de Economia Solidária
A cerimônia de abertura, marcada para hoje no Palácio do Planalto, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As demais atividades serão realizadas no Centro de Treinamentos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO).
O encontro sobre economia solidária reúne representantes do governo federal, estados e municípios, além de movimentos populares, entidades de fomento e gestores públicos. Delegados e delegadas eleitos nas etapas estaduais e temáticas representarão empreendimentos e organizações de apoio. Ao final, as discussões servirão de base para a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Solidária, o primeiro desde 2014.
As etapas preparatórias mobilizaram todo o país, com a realização de 27 conferências estaduais e 14 temáticas e livres. Mais de 700 propostas foram sistematizadas, das quais 243 serão debatidas agora na etapa nacional. A última edição da Conaes ocorreu há mais de uma década e resultou no 1º Plano Nacional, considerado um marco para o setor.
O que é economia solidária
A economia solidária é uma forma de organização econômica em que trabalhadores e trabalhadoras gerenciam coletivamente a produção, dividem resultados de maneira justa e eliminam a figura tradicional do patrão. A prática busca combinar geração de renda e respeito aos direitos sociais e ambientais.
De acordo com estimativas do setor, a economia solidária movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano no Brasil, envolvendo principalmente cooperativas, associações e grupos informais. As mulheres representam aproximadamente 75% da força de trabalho nesses empreendimentos.
Economia solidária com Lula e DIlma
A economia solidária ganhou destaque como política pública federal durante os governos Lula e Dilma Rousseff, com a criação, em 2003, da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego. Entre as ações implementadas na época estiveram o mapeamento nacional de empreendimentos, a oferta de linhas de crédito específicas, a criação de redes de comercialização e a promoção de conferências nacionais para formulação de políticas participativas.
A Conaes de 2014 consolidou o 1º Plano Nacional de Economia Solidária, que estabeleceu diretrizes para ampliar o apoio a iniciativas autogestionárias, fortalecer a capacitação técnica, criar mercados institucionais e promover inclusão social pelo trabalho coletivo. Após um período de descontinuidade, a retomada do debate em 2025 é vista por movimentos e entidades como um passo estratégico para recolocar a economia solidária na agenda de desenvolvimento do país.