Brics: Lula reforça protagonismo do Brasil na agenda climática

Após cúpula no Rio, presidente destaca urgência de transformação econômica e social para enfrentar colapso ambiental
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"Mudanças são concretas e irreversíveis se nada for feito", alertou. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta segunda-feira, 7 de julho, durante declaração à imprensa após a Cúpula dos Chefes de Estado do Brics, no Rio de Janeiro (RJ), o compromisso do Brasil no enfrentamento das mudanças climáticas e a urgência de uma transformação no modelo de desenvolvimento global, alinhada à preservação ambiental e à redução das desigualdades.

Ao citar a realização da COP30, que ocorrerá em Belém (PA) no mês de novembro, o presidente defendeu que os líderes mundiais assumam responsabilidades diante das evidências científicas sobre a crise climática. “O mundo precisa saber: se acreditarmos no que a ciência está dizendo, vamos ter que mudar de comportamento. As mudanças são concretas e irreversíveis se nada for feito. Está nas nossas mãos cuidar disso”, alertou.

O presidente também defendeu uma reorganização das prioridades globais, com ênfase em justiça climática, financiamento adequado e políticas públicas voltadas à saúde e à preservação da vida. “É preciso mudar o nosso comportamento com relação ao tratamento da saúde do povo. É preciso que a gente mude o nosso comportamento com relação ao modelo de desenvolvimento. A gente precisa construir a paz no mundo. Essas são as coisas mais sagradas que nós decidimos”, disse Lula.

PROTAGONISMO — Para o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30, o encontro do BRICS reforçou o protagonismo brasileiro na agenda ambiental e o apoio internacional à conferência. “Ficou claríssimo hoje o apoio de todos os países presentes à COP30 e o desejo muito grande de que esse esforço fortaleça o multilateralismo e concentre esforços no combate à mudança do clima”, avaliou.

SESSÃO PLENÁRIA — Na manhã desta segunda (7), ao discursar na Sessão Plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”, Lula lembrou que o aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto e que as florestas tropicais estão sendo empurradas para o ponto de não retorno. “Nosso desafio é alinhar ações para evitar ultrapassar um grau e meio de aumento da temperatura do planeta. Será preciso triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética. É inadiável promover a transição justa”, pontuou.

COP30 — A realização da COP30 em Belém marca uma nova etapa para o Brasil na agenda ambiental. Será a primeira vez que uma Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança do Clima ocorrerá na Amazônia, bioma estratégico para o equilíbrio climático do planeta. O país tem atuado de forma ativa na construção de consensos multilaterais, reafirmando o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a preservação das florestas tropicais e a justiça climática.

O Brasil vem mobilizando esforços internacionais para garantir financiamento climático, impulsionar a transição energética e combater a desigualdade ambiental. A COP30 consolida esse caminho e coloca o país como articulador de uma agenda climática ambiciosa e inclusiva.

A CÚPULA DO BRICS – A Cúpula dos Chefes de Estado do bloco, encerrada nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro (RJ), foi a primeira a reunir 11 membros titulares e 10 países parceiros.

O encontro também contou com a participação de oito países convidados e de diversos representantes de organizações internacionais, incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres; a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala; o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus; e a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Via Planalto

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