O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi denunciado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) por estelionato e fraude esportiva. Outras oito pessoas também foram incluídas na denúncia, entre elas o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Jr. Saiba mais em TVT News.
A acusação está relacionada a um episódio ocorrido na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, quando o atleta teria antecipado a informação de que receberia um cartão amarelo na partida contra o Santos para beneficiar apostadores.
Em abril deste ano, Bruno Henrique já havia sido alvo de investigação da Polícia Federal pelo mesmo caso. Agora, o MP-DF pede que o jogador pague cerca de R$ 2 milhões por danos morais causados pela suposta fraude. A Justiça Federal ainda analisará se aceita a denúncia, o que tornaria o atleta réu.
Segundo a PF, dez pessoas estão envolvidas no esquema. Três delas têm ligação direta com o jogador: o irmão Wander, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso — todas fizeram apostas na ocasião investigada.
A denúncia foi formulada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF). O documento apresenta uma análise da forma como o jogador teria favorecido familiares e amigos ao receber intencionalmente um cartão amarelo durante uma partida do Flamengo, permitindo lucros em apostas esportivas.
“Nos termos em que será adiante detalhado, a presente denúncia tem por objeto a imputação de crimes de fraude a resultado ou evento associado à competição esportiva (art. 200 Lei nº 14.597/2023), bem como de crimes de estelionato praticados em desfavor de pessoas jurídicas que atuam como agentes operadores de quota fixa, nos termos da Lei nº 14.790/2023”, diz trecho do documento do MPDFT.
O jogador também está sendo acusado na esfera esportiva, sob jurisdição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Se a Justiça aceitar a denúncia e Bruno Henrique for condenado, ele pode enfrentar punições tanto na esfera criminal quanto na desportiva.
O caso agora está nas mãos da Justiça do Distrito Federal, que decidirá se aceita a denúncia e torna o atleta réu. Enquanto isso, Bruno Henrique segue com a delegação do Flamengo, em viagem para os Estados Unidos, onde o clube disputará o Mundial de Clubes da Fifa.
Relembre o caso
Durante partida realizada em 1º de novembro de 2023, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por uma falta em Soteldo, jogador do Santos. A punição resultou em sua expulsão após reclamações ao árbitro Rafael Klein. O cartão era o terceiro dele no campeonato, levando a uma suspensão automática. Investigadores alegam que o jogador agiu deliberadamente para cumprir uma suspensão em um jogo considerado menos importante, liberando-se para enfrentar o Palmeiras, rival direto na disputa do título.
🚨 Esse é o lance em que Bruno Henrique supostamente força um cartão amarelo na partida contra o Santos.
— Coluna do Fla (@ColunadoFla) April 16, 2025
🎥 Reprodução / SporTV pic.twitter.com/LZT8EBP4sq
A Polícia Federal analisou 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique. Muitas estavam apagadas, o que, para os investigadores, indica que o jogador deletou parte dos registros. Já no celular de seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior — também apreendido — foram encontrados diálogos que apontam o envolvimento de Bruno Henrique.
Casas de apostas identificaram movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique em agosto de 2024. Três plataformas — KTO, Betano e Bet da Galera — emitiram alertas às autoridades sobre possíveis irregularidades envolvendo a aposta.
Veja as denúncias do MPDFT
- Bruno Henrique
Fraude a evento esportivo
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
Estelionato tentado (contra a Betano, por duas vezes)
- Wander Nunes Pinto Junior (irmão do jogador)
Fraude a evento esportivo
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
Estelionato tentado (duas vezes contra a Betano)
- Ludymilla Araujo Lima (companheira de Wander)
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Poliana Ester Nunes Cardoso (prima)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Claudinei Vitor Mosquete Bassan
Estelionato consumado (quatro vezes: contra Galera Bet, Blaze — 2 vezes — e KTO)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Rafaela Cristina Elias Bassan (companheira de Claudinei)
Estelionato consumado (duas vezes: Galera Bet e Blaze)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Henrique Mosquete do Nascimento
Estelionato consumado (contra a KTO)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Andryl Sales Nascimento dos Reis
Estelionato consumado (duas vezes: Galera Bet e Blaze)
Estelionato tentado (contra a Betano)
- Max Evangelista Amorim
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)