A Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem (8), em primeiro turno, as novas regras do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para 2026. O texto é do prefeito bolsonarista Ricardo Nunes (MDB). No geral, a proposta pode aumentar impostos, além de ampliar renúncias. Além disso, a base de Nunes tentou emplacar uma homenagem a Roger Ajouri, conhecido por ser cabeleireiro de Michelle Bolsonaro. Entenda na TVT News.
O projeto para homenagear o cabeleireiro não foi aprovado, pois não houve quórum suficiente para votação. A pauta, inclusive, foi alvo de críticas da oposição. O projeto original veio da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, que conta com a presidência de Sonaira Fernandes (PL), do mesmo partido da família Bolsonaro. Além disso, a relatoria foi da vereadora Cris Monteiro, do Novo.
No parecer da Comissão, como justificativas, constam as seguintes palavras: “(…) a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, no âmbito de sua competência, entende que o presente projeto é meritório e merece prosperar, tendo em vista que a concessão do Título de Cidadão Paulistano ao Sr. Roger Ajouri (cabeleireiro de Michelle Bolsonaro) se justifica pela relevância de sua trajetória como referência nacional no setor da beleza e pelo impacto positivo que sua atuação”.

Cabeleireiro de Michelle Bolsonaro
“Estamos contra homenagear o Roger porque ele é cabeleireiro da Michelle Bolsonaro. Não prestou nenhum serviço para a cidade de São Paulo. Se fosse para termos aqui o Dia do Cabeleireiro, votaríamos a favor. Se fosse pelo Dia do Barbeiro, também. Mas para homenagear o cabeleireiro da Michelle Bolsonaro, achamos um escândalo que essa Câmara vote isso no dia de hoje”, criticou a parlamentar Silvia da Bancada Feminista (Psol).
Questão do IPTU
Quando Silvia se refere ao “dia de hoje” foi justamente pela pauta central da quarta-feira; 28 vereadores aprovaram o projeto do Executivo que aumenta o IPTU em 10% para imóveis residenciais e 12% para imóveis comerciais ao ano. No projeto original, sequer havia essa trava. Inicialmente, Nunes queria apenas rever a Planta Genérica de Valores (PGV), que é a base de cálculo do IPTU. Caso fosse aprovado na íntegra, para ter ideia, o aumento em cinco anos poderia ser superior a 80% no Centro Expandido e mais de 130% em periferias.
A PGV foi alterada e os reflexos vão chegar ao longo dos anos. E deve impactar mais bairros periféricos, como explica o vereador Dheison Silva (PT-SP). “A mudança na Planta Genérica de Valores (PGV) aumenta mais (o IPTU) na periferia. E privilegia quem mora no Centro. É um absurdo o que está acontecendo. Na prática, isso significa aumento de imposto pra você da periferia. Nós vamos contra”, disse.