Há pouco menos de um mês do primeiro turno das eleições municipais, José Luiz Datena (PSDB) agrediu com uma cadeira Pablo Marçal (PRTB). A situação aconteceu durante o debate promovido pela TV Cultura neste domingo (15). A agressão veio após o empresário acusar o jornalista de agressão sexual contra uma funcionária da TV Bandeirantes. Ambos os candidatos foram retirados do programa após o ocorrido.
O debate na TV Cultura começou às 22h e foi dividido em 5 blocos, com dinâmicas que variavam. O segundo e o quarto bloco foram realizados com perguntas entre candidatos sorteados ao vivo, foi durante esses momentos que Marçal aproveitou para acusar Datena, o chamando de agressor sexual.
“Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente”, disse o candidato do PRTB. “Tem alguém aqui que é jack e tá aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual”.
O termo “jack” é uma gíria comum para se referir a pessoas acusadas de assédio sexual dentro de penitenciárias.
Datena, por sua vez, argumentou que o caso foi arquivado pelo Ministério Público por falta de provas e que, posteriormente, a suposta vítima teria pedido desculpas a ele pela denúncia.
Porém, Marçal não se deu por vencido com o argumento e seguiu provocando o jornalista, desta vez questionando em que momento Datena desistiria da campanha.
O empresário também o chamou de “covarde”, pois segundo ele, Datena não teria coragem de agredi-lo como disse que gostaria há algumas semanas.
Foi nesse momento que rolou a cadeirada. Datena segurou o objeto, se aproximou de Marçal e o agrediu.
O programa entrou em comerciais e retornou com apenas os outros quatro candidatos: Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) e Ricardo Nunes (MDB).
Datena foi expulso e Marçal foi internado no Hospital Sírio-Libanês. Segundo o boletim médico ele sofreu um “traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas” e já recebeu alta hospitalar.
Além da cadeirada: saiba o que mais aconteceu no debate
José Luiz Datena (PSDB)
Antes da cadeirada, o candidato se recusava a proferir uma pergunta direcionada a Marçal. Segundo o jornalista, a medida era para evitar transformar o debate em um mero programa de internet do ex-coach.
Já na segunda-feira de manhã (16), Datena publicou uma nota nas redes sociais dizendo ter errado na agressão, mas que não se arrepende e que faria novamente nas mesmas circunstâncias.
Guilherme Boulos (Psol)
Outro embate que ganhou força na noite de domingo, foi entre o candidato do PSOL e do MDB. A discussão começou pela falta de ar-condicionado no Hospital do Campo Limpo, mesmo durante a forte onda de calor e crise climática que vive a cidade de São Paulo.
Em seguida, o atual prefeito atacou Boulos por apoiar a legalização de drogas. Em defesa, o candidato de esquerda disse que defende a diferenciação na lei de usuário e traficante.
Marina Helena (Novo)
A candidata fez críticas à Marçal por não fazer perguntas diretas a ela, ele apenas pedia para comentar um tema. A situação foi considerada por Marina como desrespeitosa. Outra cena que cercou o nome da candidata do Novo, foi que a cadeira usada por Datena para a agressão era a de Marina.
Ricardo Nunes (MDB)
Apesar da cadeirada em Marçal, o atual prefeito foi o mais atacado durante o debate. Crescendo nas pesquisas, ele foi criticado por todos os demais candidatos em diferentes áreas. O candidato apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro aparece empatado com Boulos na liderança, ao considerar a margem de erro.
Entre as críticas realizadas, ao longo de todo o programa foi lembrado o boletim de ocorrência realizado pela esposa de Nunes sobre ameaça de violência. Além disso, também foi recordado pelos candidatos as suspeitas de ligações de empresas de ônibus com o PCC.
Tabata Amaral (PSB)
Assim como os outros candidatos, Tabata cresceu em debate direto com Nunes. Ela trouxe como tema a crise climática em meio às queimadas no Brasil e questionou a atuação do atual prefeito. Em resposta, Nunes disse ter criado um comitê de crise. Na réplica, Tabata o provocou sobre mudança constante dentro da política ao buscar apoio em outros nomes.
“O problema do atual prefeito é que não tem liderança, porque não tem convicção, está sempre buscando a sombra do poder. Sempre buscando um benefício próprio. Tanto que agora vive correndo atrás do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, mas antes já esteve com Bruno Covas (PSDB), já esteve com [João] Doria e até com [Fernando] Haddad ele esteve, quando ele votou a favor do aumento do IPTU. Ou seja, nenhuma convicção, apenas poder pelo poder”, disse.
Redação TVT, por Emilly Gondim