Na manhã de hoje (18) as centrais sindicais se mobilizaram em todo o país contra a alta da taxa de juros. Veja em TVT News.
Atualmente, os juros estão em 13,25% ao ano, mas acontece hoje e amanhã uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para redefinir a Selic, os juros oficiais do país. Em São Paulo, o ato foi em frente à sede do Banco Central na Avenida Paulista. Marcaram presença além das centrais, sindicatos e entidades estudantis.
Para Claudionor Vieira, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a taxa de juros alta impede o desenvolvimento e o crescimento do país. “A taxa de juros baixa vai significar mais investimento na produção, na geração de emprego, um trabalhador que quer financiar um carro, uma geladeira, um fogão, vai ter muita dificuldade”, afirmou.
Já João Carlos Juruna, secretário-geral da Força Sindical, reforça que a queda da taxa de juros é um desejo dos trabalhadores brasileiros. “Com os juros muito alto você não consegue comprar as coisas porque elas ficam caras. As empresas não fazem investimento porque é melhor jogar o dinheiro na bolsa de valores”.
Aumentar os juros também resulta no aumento da dívida pública brasileira. Só o último reajuste da Selic, fez com que a dívida pública aumentasse em cerca de 50 bilhões de reais de acordo com cálculos do próprio Banco Central. “O governo emite títulos públicos e esses títulos são pagos com rastreados da Selic, isso aumenta o endividamento do Estado. Diminuir os juros é liberar dinheiro do Estado para investir mais em saúde e educação”, disse Ivone Silva, vice-presidenta da CUT, a Central Única dos Trabalhadores do estado de São Paulo.
- Vídeo: Centrais sindicais realizam ato por redução de juros
Reunião do Copom vai definir taxa de juros
As reuniões do Copom para definição da taxa de juros acontecem a cada 45 dias. A última reunião foi em janeiro e elevou a taxa Selic por unanimidade para 13,25% ao ano. Entre as justificativas são mencionadas as incertezas em torno da inflação. Ivone discorda e lembra que o principal problema é o dólar alto que faz a inflação subir porque faz os alimentos subirem. “Os juros alto prejudica muito a nós trabalhadores porque o nosso salário não consegue fazer uma compra maior”.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, afirma que é preciso repudiar a política do Banco Central. “A equipe econômica do governo, o Conselho Monetário Nacional e o presidente do Banco Central não podem agir como mordomo e garçom da Faria Lima é necessário que a gente possa enxergar mais o nosso povo, porque o Deus mercado não sabe o preço do feijão no supermercado”, enfatizou.
Categorias mobilizadas na base
Na última sexta-feira o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reuniu 5 mil manifestantes em São Bernardo do Campo, ABC Paulista, para reivindicar uma série de pautas da classe trabalhadora. Entre elas, a necessidade da queda da taxa de juros.
Na ocasião o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges afirmou que a categoria vai elaborar um documento com as demandas da classe trabalhadora. “Nós vamos elaborar um documento com as nossas pautas e entregá-lo ao senhor Hugo Motta, dizendo que os trabalhadores exigem que votem as nossas pautas.

Esse mesmo documento será entregue ao presidente Davi Alcolumbre, para exigir a votação favorável à pauta dos trabalhadores. E também entregaremos ao senhor Galípolo. Nós sairemos da Marechal e iremos para o Congresso Nacional, em Brasília, exigir a pauta dos trabalhadores. Essa é a nossa luta”, afirmou.
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