Cesta básica: custo cai em 24 capitais em novembro

Bons resultados da economia se aliam ao controle da inflação. Cesta básica apresenta queda generalizada. Entenda na TVT News
Entre os fatores que explicam a redução geral na cesta básica, o relatório aponta maior oferta de alimentos como tomate e leite, baixa demanda industrial por arroz e queda internacional do açúcar Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Entre os fatores que explicam a redução geral na cesta básica, o relatório aponta maior oferta de alimentos como tomate e leite, baixa demanda industrial por arroz e queda internacional do açúcar Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A cesta básica ficou mais barata em novembro na maior parte do país. Segundo levantamento conjunto do Departamento de Estudos Intersindicais (Dieese) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (9), o custo do conjunto de alimentos essenciais recuou em 24 das 27 capitais brasileiras. O estudo integra a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e, desde 2025, passou a ter abrangência nacional graças à ampliação da coleta de preços promovida pela parceria entre as duas instituições. Confira a seguir um compilado de informações relevantes sobre a cesta básica na TVT News.

Queda generalizada na cesta básica

Na passagem de outubro para novembro, as capitais com as maiores quedas foram:

  • Macapá (-5,28%)
  • Porto Alegre (-4,10%)
  • Maceió (-3,51%)
  • Natal (-3,40%)
  • Palmas (-3,28%)
  • Florianópolis (-2,90%)

Houve aumentos apenas em Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%).

Entre os fatores que explicam a redução geral na cesta básica, o relatório aponta maior oferta de alimentos como tomate e leite, baixa demanda industrial por arroz e queda internacional do açúcar. Já produtos como óleo de soja e carne bovina apresentaram pressão de alta.

São Paulo tem a cesta básica mais cara

Mesmo com recuo de -0,70%, São Paulo segue com a cesta básica mais cara do Brasil, custando R$ 841,23 em novembro. Em seguida aparecem:

  1. Florianópolis — R$ 800,68
  2. Cuiabá — R$ 789,98
  3. Porto Alegre — R$ 789,77

Nas capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta difere — menor quantidade de carne e substituição da farinha de trigo pela farinha de mandioca — estão os menores valores:

  • Aracaju — R$ 538,10
  • Maceió — R$ 571,47
  • Natal — R$ 591,38
  • João Pessoa — R$ 597,66

Evolução anual

Entre novembro de 2024 e novembro de 2025, o custo da cesta aumentou em 14 das 17 capitais comparáveis no período. Os maiores avanços ocorreram em:

  • Salvador — 4,07%
  • Recife — 3,56%
  • Belo Horizonte — 1,89%

As quedas mais expressivas foram registradas em:

  • Brasília — -5,23%
  • Goiânia — -1,41%
  • Natal — -0,36%

No acumulado de 2025 até outubro, metade das cidades analisadas apresenta queda. Os recuos mais fortes estão em Brasília (-5,35%), Natal (-4,20%) e Aracaju (-2,88%).

Salário mínimo é insuficiente

Com base na cesta mais cara, novamente São Paulo, o Dieese estima mensalmente o salário mínimo necessário para suprir despesas básicas de uma família de quatro pessoas. Em novembro, esse valor deveria ser de:

  • R$ 7.067,18 — equivalente a 4,66 vezes o salário mínimo atual (R$ 1.518,00).

Em outubro, o valor estimado era maior (R$ 7.116,83) e representava 4,69 vezes o piso. Em novembro de 2024, o mínimo necessário era de R$ 6.959,31, 4,93 vezes o mínimo de então.

Trabalho necessário para comprar a cesta diminui

Em novembro, o trabalhador remunerado pelo mínimo precisou, em média nacional:

  • 98h31min de jornada para adquirir a cesta, duas horas a menos que em outubro.

Em novembro de 2024, considerando as 17 capitais comparáveis, o tempo era muito maior: 108h04min.

A fatia da renda líquida destinada à alimentação também caiu:

  • 48,41% em novembro
  • 49,29% em outubro
  • 53,10% em novembro de 2024 (base 17 capitais)

Principais variações por produto

Fortes quedas

  • Arroz: redução em todas as 27 capitais (de -10,27% em Brasília a -0,34% em Palmas).
  • Tomate: queda em 26 capitais (de -27,39% em Porto Alegre a -3,21% em Boa Vista).
  • Leite integral: caiu em 24 cidades (de -7,27% em Porto Alegre a -0,28% em Rio Branco).
  • Açúcar: recuo em 24 capitais (até -6,22% em Boa Vista).

Altas

  • Óleo de soja: subiu em 25 capitais, chegando a +20,32% em Macapá.
  • Carne bovina de primeira: alta em 20 cidades (até +3,44% em Salvador).

Nos últimos 12 meses

  • Arroz: queda generalizada nas 17 capitais (-40,22% em Brasília).
  • Batata: quedas profundas (-52,45% em Campo Grande).
  • Café em pó: forte alta (+65,91% em Porto Alegre).
  • Óleo de soja: alta em todas (+15,43% em Vitória).
  • Carne bovina: aumentos generalizados.
  • Leite: queda em todas (-11,76% em Recife).
  • Feijões: queda ampla, com exceção do feijão carioca em São Paulo (+2,54%).

São Paulo: cesta cara, mas queda em novembro

A capital paulista registrou recuo de -0,70%, com nove dos 13 itens ficando mais baratos. Os destaques:

Quedas

  • Tomate: -10,78%
  • Arroz: -3,51%
  • Leite: -2,95%
  • Café: -2,49%
  • Manteiga: -1,50%
  • Açúcar: -1,49%

Altas

  • Óleo de soja: +5,12%
  • Carne bovina: +2,29%
  • Batata: +1,04%

Impacto no bolso

  • Tempo de trabalho necessário: 121h55min (contra 122h46min em outubro).
  • Percentual da renda líquida comprometido: 59,91%.

Apesar do leve alívio em novembro, o custo segue sendo o maior do país, impulsionado pela combinação de alimentos ainda pressionados, como carne, café e óleo, e pelo padrão de consumo da cesta paulista.

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