RJ divulga nomes de 115 dos 117 mortos na chacina

Duas pessoas ainda não foram identificadas
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Chacina nos Complexos do Alemão e da Penha é a mais letal do Brasil. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou no domingo (2) a lista dos nomes de 115 dos 117 executados na chacina nos Complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira (28). O episódio é o mais letal da história do Brasil, superando o massacre do Carandiru, que matou 111 pessoas, em 1992. Saiba mais em TVT News.

De acordo com a Defensoria Pública do Rio, a chacina cometida por forças de segurança pública do estado deixou 132 mortos. A contagem oficial, no entanto, é de 121, sendo quatro policiais que não tiveram nome divulgado. Dois mortos ainda não foram identificados. A Defensoria foi impedida de acompanhar a perícia para identificação das vítimas no Instituto Médico Legal (IML).

No total, foram feitas 113 prisões e a apreensão de 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver. Parte das armas é de uso de forças armadas do Brasil e países vizinhos, como Argentina. O objetivo de atingir a cúpula do Comando Vermelho — Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, um dos maiores líderes da facção em liberdade — não foi atingido pela chacina.

Lista de mortos na chacina identificados

  • Adailton Bruno Schmitz da Silva
  • Adan Pablo Alves de Oliveira
  • Aleilson da Cunha Luz Junior
  • Alessandro Alves de Souza
  • Alessandro Alves Silva
  • Alessandro Martins Moreira de Oliveira
  • Anderson da Silva Severo
  • André Luiz Ferreira Mendes Junior
  • Arlen João de Almeida
  • Brendon César da Silva Souza
  • Bruno Almeida de Oliveira
  • Bruno Correa da Costa
  • Bruno dos Santos Raimundo
  • Carlos Eduardo Santos Felício
  • Carlos Henrique Castro Soares da Silva
  • Cauãn Fernandes do Carmo Soares
  • Célio Guimarães Júnior
  • Cleideson Silva da Cunha
  • Cleiton Cesar Dias Mello
  • Cleiton Souza da Silva
  • Cleys Bandeira da Silva
  • Danilo Ferreira do Amor Divino
  • Diego dos Santos Muniz
  • Diogo Garcez Santos Silva
  • Diogo Souza Nunes
  • Douglas Conceição De Souza
  • Douglas Henrique Simões da Costa
  • Eder Alves de Souza
  • Edione dos Santos Dias
  • Edson de Magalhães Pinto
  • Eliel Castro de Jesus
  • Emerson Pereira Solidade
  • Erick Vieira de Paiva
  • Evandro da Silva Machado
  • Fabian Alves Martins
  • Fabiano Martins Amancio
  • Fabio Francisco Santana Sales
  • Fabricio dos Santos Da Silva
  • Felipe da Silva
  • Fernando Henrique dos Santos
  • Francisco Machado dos Santos
  • Francisco Myller Moreira da Cunha
  • Francisco Nataniel Alves Gonçalves
  • Francisco Teixeira Parente
  • Gabriel Lemos Vasconcelos
  • Gilberto Nascimento da Rocha
  • Gustavo Souza de Oliveira
  • Hercules Salles de Lima
  • Hito José Pereira Bastos
  • Jean Alex Santos Campos
  • Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
  • Jonas de Azeredo Vieira
  • Jonatha Daniel Barros da Silva
  • Jônatas Ferreira Santos
  • Jorge Benedito Correa Barbosa
  • Jorge Santos dos Anjos
  • Josigledson de Freitas Silva
  • José Paulo Nascimento Fernandes
  • Juan Marciel Pinho de Souza
  • Kauã De Souza Rodrigues da Silva
  • Kauã Teixeira dos Santos
  • Keven Vinicius Sousa Ramos
  • Kleber Izaias dos Santos
  • Leonardo Fernandes da Rocha
  • Luan Carlos Dias Pastana
  • Luan Carlos Marcolino de Alcântara
  • Lucas Alves Araujo
  • Lucas da Conceição
  • Lucas da Silva Lima
  • Lucas Guedes Marques
  • Luciano Ramos Silva
  • Luiz Carlos de Jesus Andrade
  • Luiz Claudio da Silva Santos
  • Luiz Eduardo da Silva Mattos
  • Maicon Pyterson da Silva
  • Maicon Thomaz Vilela da Silva
  • Marcio Da Silva de Jesus
  • Marcos Adriano Azevedo de Almeida
  • Marcos Antonio Silva Junior
  • Marcos Aurelio Amaral Carreira
  • Marcos Vinicius da Silva Lima
  • Marllon De Melo Felisberto
  • Maxwel Araújo Zacarias
  • Michel Mendes Peçanha
  • Nailson Miranda da Silva
  • Nelson Soares dos Reis Campos
  • Rafael Correa da Costa
  • Rafael de Moraes Silva
  • Ricardo Aquino dos Santos
  • Richard Souza dos Santos
  • Robson da Silva Monteiro
  • Rodolfo Pantoja da Silva
  • Ronaldo Julião da Silva
  • Ronald Oliveira Ricardo
  • Rubens Lourenço dos Santos
  • Tarcisio da Silva Carvalho
  • Tiago Neves Reis
  • Vanderley Silva Borges
  • Victor Hugo Rangel de Oliveira
  • Vitor Ednilson Martins
  • Wagner Nunes Santana
  • Wallace Barata Pimentel
  • Waldemar Ribeiro Saraiva
  • Wellington Brito dos Santos
  • Wellington Santos de Jesus
  • Wellinson De Sena dos Santos
  • Wendel Francisco dos Santos
  • Wesley Martins e Silva
  • Willian Botelho de Freitas Borges
  • William dos Santos Barbosa
  • Yago Ravel Rodrigues Rosario
  • Yan dos Santos Fernandes
  • Yuri dos Santos Barreto
  • Yure Carlos Mothé Sobral Palomo

Chacina no Rio foi maior do que massacre do Carandiru

A chacina realizada por forças de segurança pública nesta terça-feira (28) é a mais letal da história do estado e a maior do Brasil. A contagem de pelo menos 132 vítimas, de acordo com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, supera a do massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos em São Paulo, em 1992.

Chamada de Operação Contenção, a chacina mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o governo estadual, o objetivo era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção.

Para o governador Cláudio Castro (PL), a chacina foi um “sucesso”. “Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. De vítima, só tivemos os policiais”, disse o governador, que é responsável por três das quatro operações policiais mais letais do Estado: a deste ano no Alemão e na Penha; a do Jacarezinho (2021), com 28 vítimas; e a da Vila Cruzeiro (2022), com 23 mortes.

Em entrevista ao Jornal TVT News Primeira Edição, Monica Benicio, viúva de Marielle Franco disse que “no dia seguinte [à chacina], o que vai acontecer é nada, porque de novo foi dentro de uma favela”. A ativista, nascida e criada na Favela da Maré, diz que episódios como esse passam em branco porque vitimam grupos contra os quais a violência é legitimada pela opinião pública e Estado: pessoas pretas e periféricas.

O Brasil tem um histórico de chacinas apagadas da memória coletiva do país, já que costumam vitimar minorias. Ações policias como a vista nesta terça-feira (28) não tem sucesso no combate ao crime organizado. Sem disparar nenhum tiro, em agosto, uma megaoperação da Polícia Federal contra o PCC foi realizada para desmantelar um esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis orquestrados pela facção.

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