Cinema latino é tema de mostra e debate no Memorial da América Latina

Memorial traz o Ciclo de Seminário e Mostra – Cinema da América Latina: Perspectivas De(s)coloniais
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Ciclo de Seminário e Mostra é gratuito e aberto ao público. Foto: Assessoria de Imprensa

Em 29 de outubro e 12 de novembro, a partir das 14h, o Memorial da América Latina promove o Ciclo de Seminário e Mostra – Cinema da América Latina: Perspectivas De(s)coloniais, na Biblioteca Latino-Americana da instituição. O evento é gratuito e aberto ao público, e conta com a mediação dos pesquisadores das bolsas de pesquisa da Cátedra de Integração da América Latina UNESCO/UNITWIN e a professora orientadora Profª Drª Ana Daniela De Souza Gillone (EACH-USP).

No dia 29, acontece o terceiro encontro do evento que foca nas cinematografias periféricas, o cinema LGBTQIAPN+, cinema indígena e cinema negro, e suas contribuições estéticas e políticas ao cinema latino-americano contemporâneo. O debate discute as pautas étnico/raciais, das múltiplas opressões (as relações entre classe/trabalho, raça e gênero) e sobre a posição do sujeito (o indivíduo latino-americano, mestiço, indígena ou negro) na sociedade. As exibições serão dos filmes Perdida Hija de Perra (Vincente Barros, Chile, 2010), Metrópole (Sosha, Brasil, 2013), O Dia de Jerusa (Viviane Ferreira, Brasil, 2014) e Cores e Botas (Juliana Vicente, Brasil, 2010).

A produção cinematográfica latino-americana se intensificou entre 1950 e 1980, período de regimes ditatoriais na Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Uruguai e Peru, que ficou marcado pela violência e repressão aos artistas e grupos políticos. Os filmes eram idealizados como forma de resistência e imortalizaram a memória das ditaduras militares. Com esta temática, no dia 12 de novembro, a sessão discute, com participação de Taina Carvalho Ottoni de Menezes, a Crítica à colonialidade e ditaduras militares em países latino-americanos, que tem o objetivo de refletir sobre o papel do cinema na memória das ditaduras sofridas pela América Latina. Serão exibidas edições do Noticiero ICAIC Latinoamericano (Cuba, 1970). 

Ciclo de cinema da América Latina 

  • Onde: Biblioteca Latino-Americana, na rua Tagipuru, 500, na Barra Funda. Entrada pelo Portão 2, ao lado do metrô Barra Funda. 
  • Quando: 29/10 e 12/11  
  • Entrada: Gratuita
O debate em 12 de novembro será mediado por Cleonice Elias Da Silva e Luiz Fernando Wilian. Foto: Assessoria de Imprensa

Confira seleção de filmes para entender a política da América Latina

A história política dos países da América Latina é marcada pelos regimes ditatoriais impostos a partir da década de 1960, especialmente após o golpe militar sofrido pelo Brasil em 1964. Além do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai foram alguns dos países que tiveram suas democracias cooptadas por ditaduras. 

Para relembrar as feridas abertas que as ditaduras latino-americanas deixaram na memória, confira uma seleção de filmes que retratam este período:

Brasil

Eles Não Usam Black-tie (1981)

Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas eclode uma greve, e Otávio, pai de Tião, veterano líder sindical, adere ao movimento mesmo contrariado. Ao participar dos piquetes em frente à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve e credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram, criando um conflito no interior da família. (IMS)

O Que É Isso, Companheiro? (1997)

Conta a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Ação Libertadora Nacional (ALN), que lutavam contra a ditadura militar instalada no país em 1964. O objetivo do grupo era trocar o embaixador por 15 companheiros presos pelo regime. Embora baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, o filme condensa figuras envolvidas em uma só, ou divide uma em duas, além de atribuir ações, escolhas, autorias e protagonismos a quem não os teve. (Memórias da Ditadura)

Argentina

Argentina, 1985 (2022)

É inspirado na história verídica de Julio Strassera, Luis Moreno Ocampo e sua equipe de jovens juristas, heróis improváveis que travam uma batalha de Davi e Golias na qual, sob ameaças constantes e contra toda as possibilidades, ousam processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina e embrenham-se numa corrida contra o tempo para fazer justiça às vítimas dos militares. (Prime Video)

Bolívia

Zona Sul (2009)

Na zona sul de La Paz, na Bolívia, a matriarca de uma família de classe alta, que vive isolada em sua bolha social, tenta desesperadamente manter as aparências em meio a dificuldades financeiras, à evidente decadência de sua família e ao ressentimento crescente por parte de seus empregados. (Prime Video)

Chile

No! (2012)

Chile, 1988. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Acreditando que esta seja uma oportunidade única de pôr fim à ditadura, os líderes do governo resolvem contratar René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet. Com poucos recursos e sob a constante observação dos agentes do governo, Saavedra consegue criar uma campanha consistente que ajuda o país a se ver livre da opressão governamental. (AdoroCinema)

Confira os outros filmes na nossa seleção completa:

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