Como um novo Papa escolhe o nome?

Novo Papa é livre, mas há regras que delimitam a escolha do nome, mas elas não estão escritas
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“Quem entra papa, sai cardeal”. Foto: Vatican News/Reprodução

O Conclave após a morte do Papa Francisco se iniciou nesta quarta-feira (7). Na internet, os curiosos questionam: como cada novo Papa escolhe seu nome? Existe regras? A resposta é: cada novo Papa tem liberdade para a escolha e sim há regras. Entenda na TVT News.

Quais as regras para um novo Papa escolher o nome?

Não há regras escritas que proíba o novo Papa de escolher qualquer nome, mas há consenso forte de que as tradições da Igreja devem prevalecer.

Isso significa que os novos pontífices devem escolher um nome com referência à fé e às crenças católicas.

Também não é de bom tom escolher nomes de teor negativo ou pejorativo. Por exemplo, o que você acharia de um papa chamado “Judas” ou “Lúcifer”? Provavelmente, o pontífice que escolher um nome como esse será taxado como anticristo pelos católicos.

Outro costume é não escolher nome de antepassados que foram ruins ou tiveram atitudes inadequadas. O nome “Bento” é um desses que não será escolhido novamente, porque o Bento XVI (Joseph Aloisius Ratzinger) renunciou ao cargo após escândalo de pedofilia dentro da Igreja.

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Sala das lágrimas: onde o cardeal se torna o novo Papa. Imagem: Vatican News

Muito comum até o início da modernidade, o nome “Urbano” chegou até seu oitavo pontífice, o Urbano XIII entretanto entrou na lista proibida após condenar Galileu Galilei ao apresentar provas que a Terra gira entorno do Sol — na época acreditava-se no geocentrismo, que o universo girava entorno do planeta terrestre.

Já durante a Segunda Guerra Mundial, Pio XII comandava a Igreja. Ele é criticado pela postura anticomunista e demora em posicionar o Vaticano contra o nazismo de Hitler e o Holocausto. Após a morte, o corpo de Pio XII explodiu por conta dos gases formados no processo de putrefação, o que fez criar teorias de que seria um recado divido.

Mas a lista de nomes proibidos por consenso não tem apenas nomes negativos, há aqueles que são tão únicos que escolher como nome de pontífice seria visto como um ato de soberba e até arriscado, pois poderia manchar a história de um nome muito importante da Igreja.

Nesse tópico temos o nome de “Pedro”, o primeiro Papa da Igreja Católica nomeado pelo próprio Jesus, filho de Deus. Há também uma profecia do século 12 de São Malaquias que diz que o último pontífice da história se chamaria Pedro II em um período de grandes turbulências.

No X, antigo Twitter, usuários se perguntam se nomes de altas divindades são permitidas. Imagina um pontífice se autodeclarar “Jesus II”. Não há nada que impeça, mas volto a questionar: o que você acharia de um papa Jesus II?

A maioria das pessoas não gostariam. Veria com desconfiança e soberba, que é um dos sete pecados capitais.

Papa Francisco e a aula de nomeação

O último papa, Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, deu uma aula no que significa escolher um nome. Ele foi o primeiro membro da Companhia de Jesus (Jesuítas) e o primeiro papa latino-americano.

Ele sempre foi muito humilde, não gostava de luxo e durante seu pontificado ele abdicou do salário em votos de pobreza. Antes de morrer, Francisco doou 200 mil euros de suas economias pessoais para um pastifício de presos em Roma.

O nome escolhido para o papado foi o primeiro ato que demonstrou como seria sua postura enquanto líder da Igreja Católica. Francisco foi escolhido em homenagem ao Francisco de Assis fazendo referência à “sua simplicidade e dedicação aos pobres”.

A motivado veio de uma frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: “Não esqueça dos pobres”.

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