Computação quântica. Entenda o que é e os avanços recentes

A Google revelou uma nova tecnologia de computação quântica. A China também lidera esforços pela tecnologia que pode mudar o mundo
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A corrida pela supremacia na computação quântica também conta com contribuições significativas da China. Foto: Divulgação

Na segunda-feira (09), o Google revelou seu novo chip de computação quântica, batizado de Willow, com uma capacidade que pode redefinir os limites da tecnologia. De acordo com a empresa, o Willow consegue realizar cálculos complexos em apenas cinco minutos, algo que os supercomputadores mais avançados levariam até dez septilhões de anos para concluir — um período maior que a idade do Universo.

O CEO do Google, Sundar Pichai, destacou o avanço em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter). Já Hartmut Neven, fundador do Google Quantum AI, classificou o desenvolvimento como uma conquista histórica. Segundo ele, o chip alcançou o chamado “limiar de erro”, um ponto crucial em que os erros nos cálculos são reduzidos enquanto o número de qubits — unidades básicas de informação na computação quântica — é ampliado.

Além de sua eficiência, o Willow representa um marco na redução de erros, um dos maiores desafios enfrentados na computação quântica. O progresso, segundo o Google, é parte de sua estratégia baseada em qubits supercondutores, tecnologia também explorada por concorrentes como IBM e Amazon. Paralelamente, o Google investe em tecnologias alternativas, como os qubits de átomos neutros da startup QuEra Computing Inc., para avaliar possíveis vantagens.

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Imagem do processador quântico Willow. Tecnologia de ponta pode mudar o mundo. Foto: Google

China avança na corrida quântica

A corrida pela supremacia na computação quântica também conta com contribuições significativas da China. O país estabeleceu um novo marco com o lançamento do Tianyan-504, um computador quântico de 504 qubits, resultado de uma parceria entre o China Telecom Quantum Group, a Academia Chinesa de Ciências e a QuantumCTek.

Integrado à plataforma de computação quântica na nuvem Tianyan, o Tianyan-504 já atraiu mais de 12 milhões de acessos de usuários de mais de 50 países. A plataforma visa democratizar o acesso à tecnologia, oferecendo serviços avançados de computação quântica para aplicações globais.

Segundo Liang Futian, professor associado do centro de pesquisa envolvido, o desenvolvimento do chip Xiaohong — também de 504 qubits — tem sido essencial para melhorar a precisão e a eficiência dos cálculos. A infraestrutura de medição e controle associada ao Xiaohong é apontada como um fator determinante para a expansão de sistemas quânticos em escala.

Supremacia quântica x fusão nuclear

O campo da computação quântica tornou-se uma das áreas mais competitivas da tecnologia global. Enquanto o Google lidera com sua abordagem baseada em qubits supercondutores, a China se destaca por combinar tecnologias de fotônica e supercondutividade, como demonstrado com o Jiuzhang 2.0 e o Zuchongzhi 2.1. Esses avanços consolidam o país como uma das principais potências no setor, junto a gigantes como IBM e Amazon.

Com cada anúncio, fica claro que a supremacia quântica — a capacidade de realizar cálculos impossíveis para computadores clássicos — não é apenas um marco científico, mas também um diferencial estratégico na nova era tecnológica. Trata-se de um possível ponto de inflexão da humanidade, com o desenvolvimento de uma tecnologia extrema, assim como o domínio de uma possível tecnologia de fusão nuclear. Mas este é assunto para uma outra reportagem…

O que é computação quântica?

Em linhas gerais, um computador quântico é um tipo de computador que utiliza os princípios da mecânica quântica para realizar cálculos de maneira extremamente eficiente, especialmente para problemas complexos que são difíceis ou impossíveis de resolver com computadores convencionais.

Enquanto os computadores clássicos processam informações usando bits, que representam 0 ou 1, os computadores quânticos utilizam qubits, que podem estar simultaneamente em uma combinação de 0 e 1 devido a um fenômeno chamado superposição.

Além disso, os qubits podem interagir entre si de forma interdependente através do entrelaçamento quântico, permitindo cálculos paralelos em grande escala. Essa capacidade única os torna ideais para resolver problemas em áreas como criptografia, simulações moleculares, inteligência artificial e otimização. Existe certa tendência a erro nestes processos, que estão sendo corrigidos pelos desenvolvedores.

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