Confira os bastidores das negociações dos bancários

"Pensamos em alguns momentos em fazer greve (...) mas avançamos e mantivemos a categoria unida", afirma presidenta do sindicato dos bancários
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"Eles já têm o poder do capial. Mas essa é nossa vez", disse Neiva sobre as negociações com os bancos. Foto: Reprodução

As coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira e Neiva Ribeiro, participaram do podcast Sindpod, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (SPBancários). Durante a conversa com a apresentadora Erica Ribeiro, elas falaram sobre as dificuldades enfrentadas nas negociações da convenção coletiva deste ano. Além disso, destrincharam as diferentes manobras tentadas pelos banqueiros e a luta da categoria a cada mesa negocial.

Neiva é presidenta do SPBancários e Juvandia presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT). “A primeira convenção coletiva nacional foi assinada em 1992. E nem todos os bancos estavam na mesa, por exemplo os bancos públicos. Então, bancários perderam muito dinheiro durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por exemplo. Por isso, em 2003, com a eleição do presidente Lula conquistamos uma mesa única. Essa é a base para todos os bancários”, explica Juvandia, ao abordar um breve histórico por trás da luta dos bancários.

A campanha 2024 foi um sucesso. Após mais de uma dezena de rodadas de negociações, o sindicato conseguiu acordos satisfatórios, com ganhos reais aos bancários. “Vieram duros para a mesa (representantes dos bancos). Tivemos reuniões que duraram mais de 24 horas. Entregamos a pauta na primeira reunião, começamos pela cláusula social, deixamos as econômicas para o final. Eles entregaram uma pauta e nós recusamos. A negociação é nossa. Eles já têm o poder do capial. Mas essa é nossa vez. Devolvemos essa pauta”, lembrou Neiva.

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Melhores condições para bancários

“Disseram que estavamos custando muito e que queriam economizar. O Santander tercerizou metade do contingente de trabalhadores. Vieram em uma ofensiva muito forte, como se nosso acordo fosse caro. Foi muito difícil. Pensamos em alguns momentos em fazer greve mesmo, com todas dificuldades que sabemos que existe. Tem muitos efeitos, é um instrumento legítimo mas tem dificuldades. Então, acordo é melhor. Avançamos em 10 novos direitos, mantivemos a categoria unida. Foi importante”, completou Neiva.

Então, a presidenta lembrou que a proposta dos bancos sequer repunha a inflação do período. Neste momento o sindicato começou a cogitar greve. “Ficamos muito tempo com eles falando até 85% da inflação. Pensamos em já chamar as assembleias”, disse Neiva. Juvandia completou: “quem não vive o dia a dia da negociação é desconfiada. A quem interessa que as pessoas desacreditem da negociação? A proposta deles era sem correção dos vales refeição e alimentação”.

Por fim, a presidenta da Contraf avaliou a relevância dos sindicatos para a base dos trabalhadores. “Quando falamos de direitos, da convenção, temos que estar unidos. Temos boas oportunidades de levantarmos debates e buscar avançar. Para isso, participe do sindicato. Diga o que gosta ou não, participe”.

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