Uma coalizão bipartidária no Senado dos Estados Unidos lançou uma ofensiva para derrubar as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos do Brasil e do Canadá. A iniciativa, liderada pelo democrata Tim Kaine e apoiada pelo republicano Rand Paul, força uma votação obrigatória no plenário, contornando a liderança republicana e expondo o impasse entre a Casa Branca e o Congresso sobre política comercial. Saiba mais na TVT News.
As tarifas, justificadas por motivos distintos, provocaram indignação. No caso do Brasil, Trump impôs uma alíquota de 50% alegando, entre outros fatores, perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Canadá foi alvo de sobretaxas sob a alegação de não conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA. Em agosto, quase 700 itens brasileiros foram temporariamente isentos, mas a medida não bastou para conter as críticas.
Entre os opositores das tarifas, dois argumentos dominam o debate. O primeiro é constitucional: Rand Paul afirma que Trump extrapolou seus poderes ao usar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para impor taxas sem aprovação do Congresso. O segundo é econômico: críticos alertam para alta nos preços de produtos essenciais e prejuízos a setores que dependem do comércio exterior. O Brasil, por exemplo, responde por cerca de 130 mil empregos nos EUA e exporta anualmente quase US\$ 2 bilhões em café.
Já o senador Tim Kaine, disse que Trump errou ao impor tarifas ao Brasil. “Precisamos impedir o presidente de iniciar essas guerras comerciais incompetentes e caóticas que estão encarecendo os bens de consumo para os americanos que estão apenas tentando sobreviver”, declarou.
Apesar do impulso no Senado, a derrubada das tarifas enfrenta obstáculos na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos. Em abril, uma resolução semelhante contra as tarifas canadenses foi aprovada pelos senadores, mas ignorada pelos deputados. Agora, democratas e republicanos dissidentes apostam que os efeitos econômicos negativos da medida ajudem a ampliar o apoio. A liderança da Câmara, porém, já indicou que pretende adiar qualquer votação até o próximo ano, tornando, por enquanto, a ação do Senado mais um gesto político do que uma mudança concreta.
Com informações do The Washington Times