A contraproposta apresentada pela Petrobras à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025, na quinta-feira (16), gerou insatisfação entre os trabalhadores do setor. A federação classificou o documento como “muito aquém” das expectativas da categoria, por deixar de atender pontos centrais das reivindicações econômicas e sociais. Saiba mais na TVT News.
Segundo a FUP, a gestão da Petrobras ignorou cláusulas essenciais da pauta construída pelos petroleiros, como a reposição da inflação, o fim dos equacionamentos dos planos de pensão da Petros (PEDs) e medidas voltadas à segurança, saúde e condições de trabalho. A única correção proposta pela estatal foi a dos vales alimentação e refeição, benefício que atinge apenas parte dos empregados.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, considerou inaceitável que a Petrobrás se negue a repor as perdas inflacionárias, ponto que, segundo ele, deveria ter sido garantido desde o primeiro dia de negociação. Bacelar lembrou ainda que 80% das categorias com acordos firmados em 2025 conquistaram reajustes acima da inflação, conforme dados do Dieese.
“Desde quando apresentamos nossa pauta reivindicatória, reforçamos que a reposição inflacionária é algo que já deveria ter sido implementada desde o primeiro dia de negociação, pois o que queremos discutir aqui é ganho real de salário”, afirmou Bacelar.
A federação também criticou a ausência de uma proposta para solucionar os equacionamentos da Petros, considerada uma das principais urgências da campanha reivindicatória. O tema é tratado como decisivo para o fechamento do ACT, mas, até o momento, não houve sinalização de encaminhamento por parte da empresa.
Outro foco de descontentamento é a falta de medidas voltadas aos trabalhadores terceirizados. A FUP acusa a Petrobras de permitir o descumprimento de direitos trabalhistas por parte das contratadas, incluindo ausência de reajustes salariais e demissões em massa. Apenas na Bahia, 150 prestadores de serviço foram dispensados nos últimos dois meses.
A entidade sindical também destacou que a empresa desconsiderou capítulos inteiros da pauta de reivindicações, como os que tratam de segurança e meio ambiente, distribuição de riqueza e relações sindicais. Para a FUP, o argumento de que atender as demandas aumentaria custos é infundado, já que, segundo o sindicato, o gasto com empregados representa apenas 6% das despesas totais da estatal, que vem registrando lucros elevados e distribuindo dividendos expressivos aos acionistas.
Apesar da frustração, a FUP reafirmou o compromisso com o diálogo e com a continuidade das negociações. O Conselho Deliberativo da entidade se reunirá no próximo dia 22 de outubro para definir os indicativos e próximos passos da campanha.
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