Começa nesta segunda-feira (10), a Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) em Belém (PA). Pela primeira vez na Amazônia, delegações de 194 países se reúnem para negociar medidas contra o enfrentamento climático. Saiba mais em TVT News.
O que está em jogo?
Até 21 de novembro, Belém será palco de negociações decisivas para o futuro do planeta. Mais de 50 mil pessoas, entre diplomatas, observadores, cientistas, sociedade civil e movimentos sociais participam das discussões. Dez anos após o Acordo de Paris, a COP30 ambiciona frear o aquecimento da Terra.
A abertura política da COP30, a Cúpula do Clima, antecipou que as discussões se darão em torno da transição energética, adaptação climática e financiamento. No evento, o presidente Lula apresentou o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), uma ferramenta de financiamento para auxiliar países a conservarem as florestas tropicais, presentes em mais de 70 nações, entre elas, o Brasil.

Os primeiros aportes serão feitos por governos nacionais, com recursos que devem ativar o fundo para alavancar capital da iniciativa privada. A proposta, desenhada pelo governo brasileiro, pretende alcançar inicialmente US$ 25 bilhões com as adesões dos países e chegar a US$ 125 bilhões com o capital privado.
As presidências da COP29 e COP30 elaboraram um plano estratégico chamado de Mapa do Caminho de Baku a Belém para mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão para financiar ações contra as mundanças climáticas nos países em desenvolvimento.
Entre os principais objetivos da COP 30 está a negociação de novos compromissos de mitigação das emissões. Para o Brasil, a Conferência também será um momento de reafirmar a meta de desmatamento zero até 2030 e de buscar parcerias internacionais que apoiem a transição para uma economia de baixo carbono.
- Leia mais: Resumo da Cúpula do Clima da COP30
O que esperar do primeiro dia de COP30?
De acordo com comunicado da COP30, nesta segunda,
- Bancos multilaterais de desenvolvimento e parceiros lançam novas ferramentas e modelos de financiamento para transformar planos de adaptação em projetos escaláveis e viáveis;
- Um pacote bilionário de inovação agrícola é anunciado para apoiar agricultores de regiões vulneráveis em seus processos de adaptação à mudança do clima;
- Líderes do governo, do setor privado e digital lançam o Green Digital Action Hub, uma plataforma global para acelerar a transformação digital de forma inclusiva e sustentável;
- Outras iniciativas incluem o AI Climate Institute, tecnologias de descarbonização digital e avanços na transparência de dados sobre emissões do setor de TIC, ajudando os países a usarem a tecnologia para alcançar suas metas climáticas.
| 12h00 – 14h00 | Evento de Alto Nível sobre Adaptação com Presidentes e Vice-Presidentes de Bancos Multilaterais e Fundos Climáticos | Reunião de líderes de bancos multilaterais, governos e setor privado para discutir soluções inovadoras que ampliem os resultados de adaptação climática, destacando boas práticas e identificando barreiras e facilitadores, como coordenação governamental e uso otimizado de financiamentos concessionais. |
| 12h30 – 14h00 | Mostra de Inovação Agrícola: Evento de Liderança de Alto Nível | Evento para anunciar um pacote bilionário de apoio à inovação agrícola, ajudando agricultores em regiões de baixa renda a se adaptarem às mudanças climáticas e aumentarem sua resiliência. Após o evento, a imprensa poderá visitar soluções lideradas por agricultores na Embrapa AgriZone. |
| 14h30 – 16h00 | Evento Ministerial de Alto Nível: Combate à Fome e Pobreza para a Justiça Climática | Discussão sobre Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, adotada em 7 de novembro por 44 países, e sobre a parceria para proteção social resiliente ao clima e financiamento da agricultura familiar. |
| 16h30 – 18h00 | Mesa Redonda de Alto Nível: Liderança e Ação para um Futuro Digital Verde | Com base na Declaração da COP29 sobre Ação Digital Verde, apoiada por 82 países e mais de 1.800 partes interessadas, os parceiros apresentam os avanços na utilização de tecnologias digitais em prol da sustentabilidade. |
| 16h30 – 18h00 | Evento Ministerial FRLD: Solicitação de Financiamento para Modalidades de Implementação de Barbados | nício da operacionalização do FRLD através do BIM Frame, mecanismo financeiro para apoiar países na resposta a perdas e danos. |
| 16h30 – 18h00 | Consulta de Lideranças de Alto Nível: Implementação da Nova Era de NDCs com Apoio do Sistema ONU | Consulta de alto nível com governos, ONU, instituições financeiras, filantropia e setor privado para acelerar a implementação das próximas NDCs (2026–2030) e ampliar o impacto da ação climática. |
- Leia mais: Confira a programação completa da COP30
Espaços da COP30
Zona Azul (Blue Zone)
A Zona Azul (Blue Zone), no Parque da Cidade, é onde ocorrem as negociações oficiais. Apenas delegações, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada podem entrar no espaço. “É o espaço em que o interesse diplomático global é centrado em respostas concretas para o meio ambiente”, diz comunidado da COP30.
Lá, ocorrem as plenárias da Cúpula de Líderes e as reuniões multilaterais. O Brasil tem um pavilhão oficial na Zona Azul, onde apresentará programas para um futuro mais sustentável.
Green Zone
Também no Parque da Cidade, a Zona Verde (Green Zone) é onde sociedade civil, instituições públicas e privadas e líderes globais entram em cena para debater ações de sustentabilidade, uso de recursos naturais e redução das emissões de gases do efeito estufa.
O espaço de acesso livre ao público visa “tornar o debate acessível e inclusivo” e promover a pluralidade de vozes no debate climático, afirma comunicado da COP30. O objetivo é garantir participação da sociedade civil e mostrar soluções do setor privado.

Leia sobre a COP30 na TVT News
- Lula: “mundo precisa definir o caminho para acabar com a dependência dos combustíveis fósseis”
- TFFF: entenda o fundo que Lula propôs para combate às mudanças climáticas
- De Baku a Belém: conheça os caminhos da COP30
- 10 anos do Acordo de Paris: para Lula, desenvolvimento não precisa sacrificar a geração de riqueza
