Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, fez coletiva de imprensa no parlamento norueguês. Não respondeu diretamente sobre a ofensiva mlitar dos EUA, mas disse que, em breve voltará ao país. Leia em TVT News, com informações da AFP.
María Corina Machado afirma que a “tirania” na Venezuela acabará “em breve”
Oslo, Noruega, com informações da AFP.
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado afirmou nesta quinta-feira (11) em Oslo que a “tirania” em seu país acabará “muito em breve”, um dia após se ausentar da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz, evento em que foi representada por sua filha.
“Vim receber o prêmio em nome do povo venezuelano e o levarei à Venezuela no momento adequado”, afirmou, em inglês, a opositora de 58 anos no Parlamento da Noruega.
“Não direi quando nem como isso acontecerá, mas farei todo o possível para poder retornar e também para acabar com esta tirania muito em breve”, disse, antes de acrescentar que é necessário “terminar o trabalho” para estabelecer a democracia em seu país.
A vencedora do Nobel da Paz também agradeceu “a todos os homens e mulheres que arriscaram suas vidas” para que ela pudesse viajar a Oslo.
Após uma viagem secreta, Corina Machado chegou tarde para participar da cerimônia de entrega do prêmio na capital norueguesa, recebido por sua filha Ana Corina Sosa.
Corina Machado reapareceu em público em plena crise entre Venezuela e Estados Unidos, que mobilizou desde agosto uma flotilha naval para, oficialmente, combater o narcotráfico no Caribe e no Pacífico, onde causou 87 mortes.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro, no entanto, acusa Washington de querer derrubá-lo para se apossar do petróleo de seu país.
Uma crítica implacável de Maduro, Corina Machado saiu para acenar a seus apoiadores da sacada de seu hotel em Oslo, depois das 2h00 locais (22h00 de quarta-feira em Brasília). Em seguida, ela cantou o hino nacional da Venezuela com os apoiadores.
Depois, ela desceu para cumprimentar seus apoiadores nas ruas e foi recebida como uma estrela do rock, aos gritos de “Liberdade!” e “Corajosa!” e com pedidos de “María, nos ajude a voltar!”.
Muitos entoavam canções tradicionais com o “cuatro”, um instrumento típico venezuelano, e gritavam palavras de ordem por uma “Venezuela livre”.
Esta foi sua primeira aparição pública desde janeiro, quando participou de uma marcha em repúdio à posse de Maduro para um novo mandato presidencial.
A visita ao Parlamento norueguês era um dos primeiros compromissos da sua agenda oficial nesta quinta-feira, que também prevê uma entrevista coletiva, segundo o Instituto Nobel.
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María Corina Machado diz que recebeu ajuda americana para sair da Venezuela
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado afirmou nesta quinta-feira (11) em Oslo que recebeu ajuda dos Estados Unidos para sair da Venezuela, onde vive na clandestinidade desde agosto de 2024, e viajar até Oslo para receber o Prêmio Nobel da Paz.
“Sim, recebemos ajuda do governo dos Estados Unidos”, disse Corina Machado ao responder a uma pergunta da AFP durante uma entrevista coletiva no Instituto Nobel em Oslo, onde chegou na madrugada de quinta-feira após uma viagem secreta.
Viagem de Corina à Noruega
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, agradeceu nesta quinta-feira (11) aos “homens e mulheres que arriscaram suas vidas” para que ela pudesse viajar a Oslo, depois de passar mais de um ano na clandestinidade.
“Quero aproveitar sua pergunta para agradecer a todos os homens e mulheres que arriscaram suas vidas para que eu pudesse estar aqui hoje. Algum dia eu poderei contar, porque neste momento não quero colocá-los em perigo”, disse Corina Machado, durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
María Corina Machado, 58 anos, não chegou a tempo da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz na quarta-feira e foi representada no evento por sua filha, Ana Corina Sosa.
Oposição ao governo Maduro
Algumas horas antes, no discurso lido por sua filha Ana Corina Sosa Machado durante a cerimônia de premiação na quarta-feira, a líder opositora venezuelana fez um chamado para “lutar por liberdade”.
Por sua vez, o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, enviou uma mensagem ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
“Senhor Maduro: você deve aceitar os resultados eleitorais e renunciar ao cargo”, disse Frydnes.
O discurso de Corina Machado denunciou os “crimes contra a humanidade, documentados pelas Nações Unidas” e um “terrorismo de Estado, usado para enterrar a vontade do povo”.
“Se queremos ter democracia, devemos estar dispostos a lutar por liberdade”, sustentou.
Dezenas de venezuelanos exilados, aliados políticos de Corina Machado e os presidentes de Argentina, Panamá, Equador e Paraguai viajaram à capital norueguesa para a cerimônia.
Não é a primeira vez que um vencedor do Nobel da Paz não pode comparecer à entrega. Isso já aconteceu com a iraniana Narges Mohammadi (2023), o chinês Liu Xiaobo (2010) e a birmanesa Aung San Suu Kyi (1991).
No mês passado, o procurador-geral da Venezuela declarou à AFP que Corina Machado seria considerada “foragida” caso deixasse o país, onde é acusada de “atos de conspiração, incitação ao ódio e terrorismo”.
“Não seria do meu agrado que ela fosse detida, eu não ficaria feliz”, declarou na quarta-feira o presidente americano Donald Trump, em resposta a perguntas de jornalistas na Casa Branca.
Benedicte Bull, professora especialista em América Latina na Universidade de Oslo, destacou que Corina Machado “corre o risco de ser presa se voltar, embora as autoridades tenham mostrado mais moderação com ela do que com muitos outros, porque uma prisão teria um simbolismo muito forte”.
María Corina Machado passou à clandestinidade depois das eleições presidenciais de julho de 2024, que concederam um terceiro mandato a Nicolás Maduro. Os resultados não foram reconhecidos por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
A líder opositora afirma que Maduro roubou as eleições de seu candidato, Edmundo González Urrutia, e publicou cópias das atas de votação como evidência da fraude. O chavismo nega essas acusações.
Elogiada por seus esforços em favor da democracia na Venezuela, seus adversários criticam sua afinidade com Trump, a quem dedicou seu Nobel.
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