Apresentação do Projeto Rudá destacou a preservação ambiental e os povos originários; grupo participará da Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30 em Belém. Leia em TVT News.
Belém, PA, por Fábia Regina Ribeiro Gonzaga Medeiros, sob supervisão de Alexandre Barbosa*
Startup paraense une saberes indígenas e tecnologia em performance na Estação das Docas
Uma performance do Projeto Rudá, startup surgida na Universidade Federal do Pará (UFPA), ocupou no sábado (8) a Estação das Docas, em Belém. A ação artística uniu elementos indígenas e tecnológicos para chamar atenção à urgência da preservação ambiental e à valorização dos povos originários.
Durante a apresentação, uma figura representando uma onça azul se movimentava em alusão à vida das florestas, enquanto um pajé tocava maracá e uma família indígena reforçava a mensagem de conexão entre natureza e humanidade. A performance percorreu toda a extensão do complexo turístico, de 32 mil metros quadrados, às margens da Baía do Guajará, um dos cartões-postais da capital paraense.
O Projeto Rudá nasceu no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, vinculado à UFPA. A maioria dos integrantes é formada por estudantes e pesquisadores da universidade. O nome “Rudá” vem de uma divindade tupi-guarani associada ao amor e à harmonia.
Segundo o médico e ativista Edvan Brandão, um dos fundadores do projeto, a iniciativa busca integrar saberes ancestrais e tecnologias emergentes.
“A startup Rudá mescla a interface teórica entre saberes ancestrais indígena com tecnologias emergentes. É uma revolução digital inspirada pela ancestralidade”, afirma Brandão.
Ele ressalta que enfrentar a crise climática requer incluir as populações que vivem nas florestas.
“Não basta proteger a floresta; é preciso cuidar da sociedade a partir daquilo que nos conecta a ela”, completa.
O projeto se mantém com recursos próprios e por meio de editais públicos de fomento. A sede funciona nas instalações da UFPA, em Belém.
O Projeto Rudá participará da Cúpula dos Povos, que ocorrerá de 12 a 16 de novembro na UFPA, no bairro do Guamá. O evento, com o tema “Da Amazônia para o Mundo: Justiça Climática Já!”, reunirá movimentos sociais e organizações civis paralelamente à COP30. No encerramento, no dia 16, o presidente da conferência, André Corrêa do Lago, lerá a “Declaração dos Povos”.

Como parte da programação, o Rudá convida o público para uma nova performance no dia 13, a partir das 18h, no Mirante do Rio, na UFPA (Rua Augusto Corrêa, nº 1, Guamá). A atividade contará com rituais conduzidos pelo pajé Nato, do Baixo Tapajós, além de atrações musicais e um manifesto artístico sobre a Amazônia.
* A estudante de jornalismo Fábia Regina Ribeiro Gonzaga Medeiros é paraense e está em Belém acompanhado a COP30, sob orientação do jornalista Alexandre Barbosa.
