Dados do PAC comprovam que a compra de medicamentos de laboratórios públicos é mais vantajosa 

Em 2023, foram gastos 71% do orçamento para medicamentos em laboratórios privados, enquanto os públicos custaram apenas 19%
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Medicamentos de laboratórios públicos custaram apenas 19% do orçamento da saúde. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A pandemia da Covid-19 acendeu a necessidade de se investir mais em medicamentos no Brasil. De acordo com o balanço do governo federal de 2022, desde 2020 foram investidos R$ 540 bilhões para o enfrentamento do vírus com aleitamento, vacinas e medicamentos.

O assunto foi tema da palestra Produção nacional de medicamentos inserida no 59° Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP 2024), que também abordou o alto custo na compra de medicamentos de laboratórios privados em relação aos laboratórios públicos. 

Segundo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2023, 24% dos medicamentos comprados nos laboratórios privados custaram 71% do orçamento voltado para saúde, enquanto 58% dos medicamentos adquiridos pelo Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), custaram apenas 19% do fundo. De acordo com o DARF, até o final do ano ainda estão disponíveis R$ 19 bilhões para o investimento em medicamentos. 

Comprar medicamentos é mais barato que manter pacientes em serviços hospitalares

Monica Felts, cientista e gestora pública de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), afirmou durante o encontro que comprar e ofertar medicamentos à população é mais barato do que manter um paciente com comorbidades internado. “Um paciente com doenças crônicas sendo medicado evita idas excessivas aos serviços de saúde pública e diminui os custos com internação diária que atualmente são bem altos”, afirma.

Segundo o DATASUS, só no mês de julho de 2024, a cidade de São Paulo gastou R$ 331 milhões em serviços hospitalares.

Investimentos na indústria da saúde chegam a R$ 57,4 bilhões 

Em agosto deste ano, o governo anunciou o investimento de R$ 57,4 bilhões na indústria da saúde. A meta é elevar a produção de 45% a 70% em nove anos.

A indústria da saúde já conta com financiamento público de R$ 16,4 bilhões, segundo o governo. São R$ 8,9 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde, R$ 4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 3,5 bilhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência federal vinculada ao MCTI. 

Além disso, somam-se R$ 39,5 bilhões em investimentos privados das empresas do setor, que incluem companhias das indústrias médica e farmacêutica.

Desse total, R$ 33,5 bilhões são aportes do Grupo FarmaBrasil, Interfarma e Sindusfarma, previstos entre 2024 e 2026, que vão financiar novas plantas industriais e ampliação da fabricação nacional de insumos.

Com Assessoria de Imprensa

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