Datafolha: 91% não se arrependem do voto para presidente em 2022

Levantamento mostra forte convicção do eleitorado nas últimas eleições, com apenas 8% declarando arrependimento e maioria já enxergando a eleição de 2026 como decisiva
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Taxa de “não arrependidos” tende a ser ainda maior entre eleitorado com renda entre cinco a dez salários mínimos. Foto: Reprodução

Dados da pesquisa Datafolha divulgados nesta segunda-feira (8) revelam que 91% dos eleitores brasileiros afirmam que não se arrependem do voto dado ao presidente no segundo turno de 2022. Apenas 8% declararam arrependimento, e 1% disseram não saber responder. Leia em TVT News.

O levantamento ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, distribuídas em 113 municípios, entre os dias 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Confiança generalizada — e ampla estabilidade

Segundo os dados, o sentimento de convicção no voto se mantém forte tanto entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto entre os que escolheram Jair Bolsonaro (PL) — 91% dos primeiros e 92% dos segundos manifestaram não se arrepender.

A taxa de “não arrependidos” tende a ser ainda maior entre eleitorado com renda entre cinco a dez salários mínimos (94%). Já entre os que recebem até dois salários mínimos, o índice de arrependimento atinge cerca de 10%. A região Sul aparece como a que concentra a maior proporção de arrependidos, com 11%.

2026 na mira: maioria já considera a eleição muito importante

Além da consistência do voto em 2022, a pesquisa avaliou o grau de importância que os eleitores dão à próxima disputa presidencial. Para 77% dos entrevistados, as eleições de 2026 terão papel “muito importante” na vida pessoal e de suas famílias. Outros 14% disseram que será “um tanto importante” — apenas 8% apontaram que a eleição não terá importância.

Curiosamente, o sentimento de importância é um pouco mais forte entre os que votaram em Bolsonaro em 2022 (85%) do que entre os que escolheram Lula (79%). A faixa etária de 45 a 59 anos é a que mais enfatiza a relevância da próxima eleição (80%).

Implicações políticas: eleitorado firme, ambiente eleitoral ainda polarizado

A manutenção dos níveis de “arrependimento” tão baixos sugere que a polarização continua sendo um fator definidor na política nacional.

O resultado também dá a entender que, para muitos eleitores, o voto não parece depender apenas de satisfação com o governo, mas de uma identificação política ou ideológica mais profunda — ou de um voto de longo prazo, com vistas a 2026.

Com a eleição de 2026 já no horizonte, os dados da Datafolha colocam em perspectiva a solidez dos eleitores que decidiram em 2022. Para quem analisa o cenário político, será importante acompanhar nas próximas pesquisas se esse padrão de convicção se mantém — especialmente diante de eventuais oscilaçães econômicas, da conjuntura política e dos desdobramentos judiciais envolvendo figuras de destaque.

A pesquisa indica que o eleitorado brasileiro, mesmo num momento de turbulência, segue ligado no pleito — e com a convicção de que seu voto refletiu, de fato, suas convicções.

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