A mais recente pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial de 2026 confirma um cenário que preocupa extrema direita. Lula (PT) aparece hoje como favorito em todos os confrontos diretos. De Flávio Bolsonaro (PL-RJ) a Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O levantamento, feito entre terça (2) e quinta (4) com 2.002 eleitores, indica que nem mesmo a tentativa da família Bolsonaro de se recolocar como liderança central do campo extremista rompe a barreira da rejeição acumulada desde 2022. Entenda na TVT News.
Distância no Datafolha
Ungido oficialmente pelo pai na sexta-feira (5), o senador Flávio Bolsonaro é hoje o principal nome da ala bolsonarista. Mas, no tira-teima do segundo turno, fica 15 pontos atrás do presidente:
- Lula: 51%
- Flávio: 36%
Em julho, o petista vencia por 48% a 37%. A diferença aumentou e confirma a tese de que o sobrenome Bolsonaro pesa negativamente no cenário nacional.
A própria família demonstra essa tendência:
- Eduardo Bolsonaro passou de 37% para 35%; Lula foi de 49% para 52%.
- Michelle Bolsonaro perde por 50% a 39%.
Governadores da direita também ficam atrás
Entre os nomes com menos rejeição e mais reconhecimento administrativo, o quadro muda — mas não o suficiente:
- Lula 47% x 42% Tarcísio (antes 45% x 41%)
- Lula 47% x 41% Ratinho Jr. (antes 45% x 40%)
Tarcísio e Ratinho Jr. têm melhor desempenho, mas ainda perdem. A avaliação positiva em seus estados ajuda, o que não ocorre com os Bolsonaro, todos com índices de rejeição muito altos.
Jair Bolsonaro perde por mais
O Datafolha testou também o ex-presidente Jair Bolsonaro. Inelegível até os 105 anos após condenação por tentativa de golpe, Bolsonaro ainda será figura ativa na campanha, como Lula foi em 2018.
Mesmo assim, sua situação piorou:
- Antes perdia por 47% a 43%
- Agora perde por 49% a 40%
Primeiro turno mantém Lula à frente
Nos cenários realistas de primeiro turno, sem Jair Bolsonaro, Lula mantém liderança estável, com 41%. A dispersão da direita reforça a vantagem:
Cenário com Flávio Bolsonaro:
- Lula 41%
- Flávio 18%
- Ratinho Jr. 12%
- Caiado 7%
- Zema 6%
Com Eduardo Bolsonaro:
- Resultado idêntico: Lula 41%, Eduardo 18%
Com Michelle Bolsonaro:
- Lula 41%
- Michelle 24%
Com Tarcísio:
- Lula 41%
- Tarcísio 23%
A pulverização mostra que a direita não apresenta, neste momento, um nome capaz de unificar o campo conservador já no primeiro turno. A lógica política aponta para alianças apenas no segundo turno, o que favorece Lula nas simulações atuais.
A rejeição a Bolsonaro
A rejeição aos Bolsonaro é o principal obstáculo:
- Jair Bolsonaro: 45%
- Lula: 44%
- Flávio: 38%
- Eduardo: 37%
- Michelle: 35%
Governadores da direita têm rejeição muito mais baixa, Tarcísio (20%), Caiado (18%), Zema e Ratinho Jr. (21%), o que os torna mais competitivos. Mas ainda insuficientes para ultrapassar o petista.
O anúncio de Flávio como candidato gerou incômodo no Centrão, no MDB e no PSD, partidos que compõem a base de Lula, mas que cogitam lançar alternativas próprias em 2026. O Datafolha joga água fria na expectativa bolsonarista de hegemonia na direita, reforçando a leitura de que o sobrenome Bolsonaro está cada vez mais tóxico eleitoralmente.
