Departamento de Justiça orienta promotores federais a pedir pena de morte a Luigi Mangione

Gestão Trump vê o caso como emblemático para retomar a política de execuções de pena de morte
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Mangione executou Thompson a tiros em uma rua de Nova York, em dezembro de 2024. Foto: Wiki Commons

A procuradora-geral e secretária de Justiça dos Estados Unidos, Pam Bondi, declarou que orientou promotores federais responsáveis pelo caso do assassinato do CEO da UnitedHealth, Brian Thompson, a solicitar a pena de morte para Luigi Mangione. O crime ocorreu em dezembro de 2024, quando Mangione executou Thompson a tiros em uma rua de Nova York. Dias após o atentado, ele foi preso na Pensilvânia, em um restaurante fast-food e transferido para uma prisão federal. Confira mais em TVT News.

Mangione se declarou inocente das acusações apresentadas pelo Estado, argumentando que seu ato não configura homicídio, mas sim um delito associado a terrorismo e crimes envolvendo armas. Apesar disso, ele enfrenta a acusação de homicídio, cuja pena máxima no estado de Nova York é a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Além disso, Mangione também foi indiciado por assassinato em uma denúncia federal, embora nenhuma acusação formal tenha sido apresentada em tribunal até o momento.

É incomum que o Departamento de Justiça peça a pena de morte em casos em que nenhuma acusação federal tenha sido oficialmente formalizada. No entanto, Pam Bondi classificou o assassinato como um ato político. “O assassinato de Brian Thompson — um homem íntegro e pai dedicado de duas crianças — foi premeditado, cruel e a sangue frio, um crime que chocou os Estados Unidos”, afirmou Bondi. “Após uma análise cuidadosa, determinei que os procuradores federais devem buscar a pena de morte neste caso.”

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Procuradora-geral e secretária de Justiça dos Estados Unidos, Pam Bondi assumiu o cargo em dezembro do ano passado. Foto: Departamento de Justiça dos Estados Unidos

Bondi, nomeada por Donald Trump para o cargo de procuradora-geral em dezembro de 2024, já havia anunciado em seu primeiro dia no cargo que retomaria as execuções federais, encerrando uma moratória que suspendeu todas as penas capitais durante anos. Sob o governo Biden, a pena de morte foi solicitada apenas em casos específicos, mas nenhuma execução foi realizada.

Em um de seus últimos atos antes de deixar o cargo, o presidente Joe Biden comutou as sentenças da maioria dos prisioneiros no corredor da morte federal, convertendo-as para prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

Com a mudança de administração, o governo Trump busca reativar as políticas de aplicação da pena de morte em nível federal. O caso de Luigi Mangione, marcado por sua repercussão internacional, emerge como um símbolo emblemático dessa retomada. Para muitos analistas, a decisão de buscar a pena capital reflete uma tentativa de atender às expectativas do eleitorado conservador que apoiou Trump em sua campanha à presidência.

A defesa de Mangione ainda não se manifestou sobre a declaração do Departamento de Justiça.

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