O mercado de trabalho brasileiro trouxe boas notícias hoje (29). O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu o maior patamar da série histórica, e a taxa de informalidade recuou. O desemprego é o menor desde 2012 para o período. Os dados são da PNAD Contínua Mensal, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo IBGE. Trata-se de mais um bom resultado econômico do governo Lula. Entenda na TVT News.
Governo Lula, desemprego e mais
O desemprego ficou em 6,6%, praticamente estável frente aos 6,5% registrados no trimestre anterior (novembro de 2024 a janeiro de 2025), e representou uma queda de 1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024. O número absoluto de desocupados também caiu na comparação anual: são 7,3 milhões de brasileiros sem trabalho, 941 mil a menos do que há um ano.
Com 103,3 milhões de pessoas ocupadas no país, o nível da ocupação se manteve em 58,2%, mas teve crescimento anual de 0,9 ponto percentual, acompanhando a alta de 2,4% no total de ocupados. “A estabilidade nas taxas de desemprego, desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”, analisa William Kratochwill, do IBGE.

A informalidade, por sua vez, caiu para 37,9% da população ocupada, o equivalente a 39,2 milhões de pessoas. Esse número é inferior tanto ao trimestre anterior (38,3%) quanto ao mesmo trimestre do ano passado (38,7%). O avanço se deu sobretudo com a expansão do trabalho formal: o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,6 milhões, o maior número já registrado, crescendo 0,8% no trimestre e 3,8% no ano.
A taxa composta de subutilização – que considera desocupados, subocupados e a força de trabalho potencial – ficou em 15,4%, também em estabilidade, mas com queda expressiva de 2 pontos percentuais na comparação anual.
No recorte por setor, apenas o grupamento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve aumento significativo na ocupação em relação ao trimestre anterior. “Esse grupamento possui uma característica peculiar neste trimestre, pois é quando ocorre o início do ano letivo”, explica Kratochwill. No ano, outros cinco setores também ampliaram seus contingentes, como Indústria Geral, Comércio e Transporte.
A massa de rendimento real habitual dos trabalhadores também bateu recorde, atingindo R$ 349,4 bilhões – crescimento de 5,9% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Já o rendimento médio real habitual chegou a R$ 3.426, com alta de 3,2% na comparação anual.
Para o IBGE, a combinação entre estabilidade no número de ocupados, crescimento do trabalho formal e aumento dos rendimentos sinaliza um mercado de trabalho em fase de consolidação e amadurecimento, ainda que com desafios persistentes como a elevada taxa de subutilização.
Principais dados
Indicador | Resultado | Variação trimestral | Variação anual |
---|---|---|---|
Taxa de desocupação | 6,6% | Estável (6,5%) | -1,0 p.p. |
Pessoas desocupadas | 7,3 milhões | Estável | -11,5% (-941 mil) |
Pessoas ocupadas | 103,3 milhões | Estável | +2,4% (+2,5 milhões) |
Nível da ocupação | 58,2% | Estável | +0,9 p.p. |
Taxa de subutilização | 15,4% | Estável (15,5%) | -2,0 p.p. |
Carteira assinada (setor privado) | 39,6 milhões (recorde) | +0,8% | +3,8% |
Taxa de informalidade | 37,9% (39,2 milhões) | -0,4 p.p. | -0,8 p.p. |
Rendimento médio real habitual | R$ 3.426 | Estável | +3,2% |
Massa de rendimento real habitual | R$ 349,4 bilhões (recorde) | Estável | +5,9% (+R$ 19,5 bi) |
Setores com principal crescimento de ocupação
- Administração pública, educação e saúde: +4,0% (+731 mil)
- Comércio e reparação de veículos: +3,7% (+696 mil)
- Indústria Geral: +3,6% (+471 mil)
- Informação, comunicação, finanças, atividades administrativas: +3,4% (+435 mil)
- Transporte e armazenagem: +4,5% (+257 mil)
Redução:
- Agricultura, pesca e aquicultura: -4,3% (-348 mil)
A PNAD
A PNAD Contínua é conduzida pelo IBGE em 211 mil domicílios de 3.500 municípios. Desde 2021, a coleta voltou a ser presencial. A identidade dos entrevistadores pode ser confirmada no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181.
A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em maio, está prevista para 27 de junho.