DH Fest celebra memória, terra e liberdade com programação diversa e gratuita

5ª edição do festival mescla cinema, música, teatro e debates em São Paulo
DH-Fest-celebra-memoria-terra-e-liberdade-com-programacao-diversa-e-gratuita-divulgacao-tvt-news
DH Fest 2025 traz extensa programação cultural, saiba mais na TVT News. Foto: Divulgação

A 5ª edição do DH Fest, o Festival de Cultura em Direitos Humanos, começou nesta terça-feira (25) em São Paulo reunindo cinema, música, teatro e debates em uma programação gratuita que se estende até 2 de dezembro. Realizado pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Criatura Audiovisual, com patrocínio da Petrobras e da CAIXA, o evento deste ano adota o tema Memória, terra, liberdade, tratado como um manifesto sobre resistência, pertencimento e futuro. Saiba os detalhes na TVT News.

A proposta da curadoria destaca que memória, terra e liberdade são pilares que se entrelaçam: a memória como ferida aberta e impulso de transformação; a terra como corpo, alimento e base de existência; e a liberdade como direito inegociável, sustentado pela arte, pelo diálogo e pela ação coletiva.

Homenagem a Herzog marca 50 anos de seu assassinato

Um dos eixos centrais desta edição é o tributo ao jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975. Quatro produções compõem o ciclo dedicado à sua trajetória, incluindo A Vida de Vlado – 50 Anos do Caso Herzog, de Simão Scholz, e o programa triplo que reúne Marimbás, único filme dirigido por Herzog, Herzog: O Crime Que Abalou a Ditadura e o teaser de Antonio e Vladimir.

Estreia do Prêmio Marimbás

Outra novidade é a criação do Prêmio Marimbás, que reconhece artistas cujas obras dialogam com direitos humanos. O troféu, desenhado por Laerte, será entregue em 2 de dezembro no Espaço Petrobras de Cinema. Os homenageados desta primeira edição incluem o fotógrafo Sebastião Salgado, morto em maio, e a cantora e atriz Zezé Motta, que também apresenta um pocket show na cerimônia. O curta Deixa, estrelado por ela, integra a programação.

Cinema como eixo estruturante

Mais vinte filmes compõem a mostra cinematográfica, com produções inéditas e premiadas. São destaques: Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo; Honestino, de Aurélio Michiles; Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel; Apolo, de Tainá Müller e Isis Broken; e Não Dá Pra Esquecer, de Fabi Penna e César Cavalcanti, que discute o apagamento da memória e o avanço de grupos extremistas.

A programação também exibe episódios inéditos da série De Menor – A Série, de Caru Alves de Souza, e uma seleção de curtas com temáticas que vão de resistência indígena e questões socioambientais a narrativas LGBTQIA+ e registros dos atos golpistas de 8 de janeiro. Oito curtas ficarão disponíveis gratuitamente na plataforma CultSP Play durante todo o festival.

Teatro estreia no DH Fest

Pela primeira vez, o festival incorpora espetáculos teatrais. A peça musical Cerrado!, do Grupo Pano, indicada ao Prêmio Shell 2025, será apresentada no dia 26 no Centro Cultural São Paulo. A obra usa elementos de realismo fantástico e teatro do absurdo para abordar colonialismo, disputas territoriais e identidades latino-americanas.

Debates conectam arte, política e território

Os encontros temáticos aprofundam o manifesto do festival. No dia 27, o debate Memória, Terra e Liberdade reúne o pesquisador martinicano Malcom Ferdinand e a escritora e ativista indígena Geni Nunez. Já no dia 29, o Galpão Cultural Elza Soares recebe o encontro Terra e Luta: sementes para uma alimentação digna, com Jerá Guarani e Ana Chã, do MST.

O sábado (29) terá uma programação intensa no Galpão Cultural Elza Soares, com almoço da Cozinha Escola Dona Ilda (MST), a festa Discopédia e show da cantora Leci Brandão. A artista sobe ao palco às 17h30 com um espetáculo que celebra resistência, memória e as lutas do povo negro.

Abertura com filme sobre bailes black

A cerimônia de abertura, no Reserva Cultural, exibe o longa Alma Negra, do Quilombo ao Baile, de Flávio Frederico, um mergulho na história dos bailes black e no protagonismo da cultura afro-brasileira a partir do olhar de intelectuais como Beatriz Nascimento e Lélia González.

Festival espalhado pela cidade

As atividades do DH Fest acontecem em diferentes espaços culturais da capital paulista (Reserva Cultural, Centro Cultural São Paulo, Cinemateca Brasileira, Espaço Petrobras de Cinema e Galpão Cultural Elza Soares) além da plataforma CultSP Play.

Confira a programação completa e os lugares de realização no site do DH Fest.

Leia mais notícias na TVT News

Assuntos Relacionados