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Documento aponta alta em violência contra a mulher

Os dados revelam que mais de 1 milhão de mulheres foram violentadas em 2023
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Capa do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024

Dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 revelam piora nos indicadores e violência contra a mulher em alta no país. As modalidades de violência observadas pelo estudo incluíram homicídio e feminicídio, agressões em contexto de violência doméstica, ameaça, perseguição (stalking), violência psicológica e estupro. Quando somadas, as violências atingiram 1.238.208 de mulheres em 2023.

As agressões decorrentes de violência doméstica cresceram 9,8% e atingiram 258,9 mil casos. Já as ameaças cresceram 16,5% e foram o tipo de violência mais frequente em números absolutos: 778, 9 mil casos foram registrados em 2023, ante 668,3 mil em 2022. A maior alta percentual (34,5%) aconteceu com o stalking. Caracterizado por uma perseguição insistente, o crime atingiu 77.083 registros em 2023, contra 57.294 no ano anterior.

A empresa ‘G2A Gestão de Condomínios’ vem chamando a atenção para o preocupante aumento nos casos de agressão contra a mulher dentro dos condomínios que administra. De acordo com Giovanni Gallo, síndico profissional e administrador da empresa, os casos de violência doméstica cresceram em 55% entre 2021 e 2024. Este aumento ressalta a urgência de medidas eficazes e da responsabilidade compartilhada na proteção das vítimas.

A Lei 17.406 de 2021, em vigor no Estado de São Paulo, impõe a obrigação aos síndicos de condomínios residenciais e comerciais de comunicar os órgãos de segurança pública sempre que houver indícios ou a ocorrência de violência doméstica e familiar contra mulheres, crianças, adolescentes ou idosos. Essa lei visa assegurar que esses casos não passem despercebidos e que as vítimas recebam a proteção necessária.

“Temos notado um aumento alarmante nas ocorrências de violência contra a mulher dentro dos condomínios que gerenciamos. Isso reforça a importância de nosso papel não apenas como administradores, mas como defensores da segurança e do bem-estar dos nossos moradores.”, destaca Giovanni. “Desde a implementação da Lei 17.406, intensificamos nossas ações, investindo em treinamentos para os síndicos e funcionários, orientando-os sobre a identificação de sinais de violência e o procedimento correto para reportar esses casos às autoridades competentes.”

Além de atender às exigências legais, a G2A tem promovido campanhas de conscientização junto aos moradores, com o objetivo de criar uma cultura de respeito e solidariedade, onde todos se sintam responsáveis pela segurança do ambiente coletivo.

“Acreditamos que a união da comunidade é fundamental para a prevenção da violência. Estamos comprometidos em fazer nossa parte e encorajar nossos moradores a fazerem o mesmo”, complementa Giovanni.

A forma mais extrema de violência contra a mulher, o feminicídio, cresceu 0,8% entre 2022 e 2023. No Brasil, as mulheres mortas de forma violenta são negras (63,6%) e com idade entre 18 e 44 anos (69,1%).

A edição mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública Brasil também indica um novo recorde de estupros e estupros de vulneráveis consumados. Em 2023, o país registrou 83.988 vítimas de estupro, uma alta de 6,5%. A estatística significa um crime de estupro a cada 6 minutos.

No Brasil, as vítimas de estupro são basicamente meninas (88,2%), negras (52,2%), de no máximo 13 anos (61,6%). Os autores do crime normalmente são familiares ou conhecidos (84,7%) e acontecem dentro de suas próprias residências (61,7%).

Informações de Diogo Cardoso.

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