A tempestade perfeita atingiu o churrasco norte-americano. Enquanto o dólar desvaloriza globalmente, o preço da carne bovina nos Estados Unidos atinge patamares históricos, pressionado por clima extremo, restrições comerciais com o México e tarifas contra o Brasil. Entenda na TVT News.
Tarifaço prejudica o barbecue dos EUA
Os consumidores norte-americanos estão sentindo no bolso um dos efeitos mais visíveis de uma crise que une fatores climáticos e políticos.
O preço médio da carne bovina nos EUA atingiu US$ 11,875 por libra – o equivalente a quase R$ 150 o quilo, o maior valor já registrado no país. O aumento foi de 3,3% em apenas um mês e de 9% no acumulado de seis meses, segundo o último relatório de inflação.

A carne moída, essencial para os populares hambúrgueres e pratos do dia a dia, também não escapou da escalada. Subiu 3,9% em julho e já acumula alta de 15,3% em seis meses, com preço médio de US$ 6,338 por libra, ou R$ 75 o quilo.
Trump é a crise
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) descreve o cenário como uma redução estrutural na oferta de carne bovina, causada por mudanças climáticas. Contudo, o próprio extremista de direita, presidente Donald Trump, nega que exista crise no clima. Mas estiagem persistente nas principais regiões produtoras reduziu tanto o número de animais nos pastos quanto o peso médio do gado abatido.
Em seu último relatório, o USDA reduziu novamente a projeção para a produção nacional de carne em 2025. A nova estimativa é de 25,9 bilhões de libras (cerca de 11,7 milhões de toneladas), 1% abaixo da previsão do mês anterior e 4% menor do que no início do ano. É o menor volume em pelo menos uma década.
“A produção de carne bovina foi reduzida devido à diminuição do abate de bovinos alimentados e não alimentados, e também porque os animais têm registrado peso menor”, aponta o relatório da semana passada.

Ao fator climático, soma-se a tensão comercial. O governo dos Estados Unidos intensificou restrições à carne vinda do México, tradicional fornecedor para o mercado norte-americano, e impôs novas tarifas sobre a carne brasileira por questões políticas de apoio a aliados extremistas como o réu por diversos crimes Jair Bolsonaro, além de tentar enfraquecer mercados emergentes do Sul Global.
Dólar derrete
Enquanto os preços disparam nos EUA, o dólar tem derretido no mercado internacional – inclusive frente ao real. A cotação da moeda americana chegou a R$ 5,38, menor valor em 14 meses. Em 2025, a moeda já acumula queda de 12,38%, de acordo com levantamento da Elos Ayta Consultoria.
Em relação ao ouro, a desvalorização é ainda mais severa e passa de 25% desde que Trump assumiu. Trata-se de um reflexo do enfraquecimento da moeda no mercado internacional, particularmente frente ao lastro clássico do ouro.

No cenário global, o DXY – índice que mede a força do dólar frente a outras moedas fortes – caiu cerca de 10% no ano. A desvalorização foi a maior desde 1973, segundo o analista Bruno Shahini, da Nomad, ano em que o mundo abandonou o padrão-ouro com o fim do acordo de Bretton Woods.

Impacto global do tarifaço
O momento é sensível para o consumidor dos EUA. O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, tenta negociar tarifas impostas pelos EUA, mas não encontra caminhos devido a fatores como o boicote de traidores da pátria como o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA trabalhando contra o Brasil e os produtores nacionais. Já o México, principal parceiro regional dos norte-americanos, enfrenta obstáculos políticos similares.