Doulas: série retrata experiências e desafios de gestantes e doulas brasileiras

Segunda temporada da série Doulas traz o protagonismo feminino na luta pelo parto humanizado
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Marcha pelo Parto Humanizado na segunda temporada da série Doulas. Foto: Divulgação

No Mês da Mulher, a segunda temporada da série Doulas amplia o debate sobre direitos reprodutivos, assistência humanizada ao parto e a força do protagonismo feminino. Disponível gratuitamente no YouTube, a produção mostra o trabalho das profissionais que transformam a experiência do ciclo gravídico-puerperal, promovendo respeito, segurança e acolhimento para mães e bebês.

A temporada O Protagonismo Feminino na Luta pelo Parto Humanizado se aprofunda na realidade das mulheres brasileiras durante a gestação, o parto e o pós-parto, ao mesmo tempo que acompanha a organização e a luta das doulas pela regulamentação de sua profissão no Brasil. Em três episódios, a produção apresenta histórias reais, dados impressionantes e a mobilização dessas mulheres para ampliar seus direitos e garantir que mais partos sejam conduzidos de forma respeitosa e segura.

A importância do trabalho das doulas

O trabalho das doulas, reconhecido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem impacto direto na melhoria da saúde materna: contribui para o aumento das taxas de partos normais fisiológicos, partos mais curtos, redução das cesáreas desnecessárias, alívio da dor e menos intervenções médicas.

Os episódios mostram como o apoio contínuo e personalizado das doulas pode reduzir a mortalidade materna e neonatal, além de promover autonomia e acolhimento. Vale ressaltar que seu trabalho não substitui outros profissionais de saúde, mas complementa o cuidado com um toque essencial: suporte emocional, informações claras e técnicas de conforto que fazem a diferença em momentos cruciais.

Como destaca Larissa Leal, doula e consultora da série: “parir seu filho, confiar na sua fisiologia e no seu bebê, não é irresponsabilidade. Quando foi que passamos a considerar perigoso um processo fisiológico e considerar mais segura uma cirurgia de médio porte, mesmo sem indicação clínica real?” e ainda, “acreditamos no resgate do nascimento como rito de passagem seguro e humano. A doula não faz o parto, ela faz parte.”  

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Pôster da segunda temporada da série. Foto: Divulgação

“O parto do Luca foi a experiência mais transformadora que vivi”, afirma Sheila Capra sobre o parto humanizado hospitalar, na terceira gestação, após duas cesáreas anteriores. Mais do que oferecer suporte emocional e físico às gestantes, as doulas também protagonizam uma luta política por reconhecimento e regulamentação da profissão, questionando um sistema obstétrico majoritariamente criado e conduzido por homens.  

“A doulagem não é só docilidade, é também indignação”, afirma Thais Rocha, doula e antropóloga de Belo Horizonte, entrevistada no documentário, reforçando a importância desse movimento por um parto mais respeitoso e seguro. 

A série é um registro histórico dessa mobilização, como na aprovação da Nota Técnica do Ministério da Saúde Nº 13/2024 e o PL 3946/2021, fundamentais para ampliar os direitos ao trabalho das doulas e assegurar que mais mulheres tenham acesso a partos humanizados. 

“A série Doulas nasceu de uma experiência pessoal marcada pela violência obstétrica, a partir da qual compreendi o quanto o apoio das doulas é essencial. Queremos, com a série, levar essa informação ao maior número de pessoas, para o resgate do nascer respeitoso e para mudar a realidade obstétrica do país”, comenta Fabia Monstavicius, idealizadora e produtora do documentário. 

Confira a série completa no YouTube

Com Assessoria

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