E-book vai ajudar professores a praticar a educação antirracista

Livro foca em levar conhecimentos sobre a cultura negra e indígena para as salas de aula
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E-book para educação antirracista é lançado dia 20 de novembro. Foto: Divulgação/Grupo +Unidos

Grupo +Unidos lança e-book “Sequências didáticas para uma educação antirracista” no Dia da Consciência Negra. Veja mais em TVT News

Como promover educação antirracista?

O e-book Sequências didáticas para uma educação antirracista nasceu no âmbito do projeto Culturas em Diálogo: Educação e Diversidade, desenvolvido pelo Grupo +Unidos e financiado pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil. O material será lançado no próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, com o propósito de auxiliar educadores da rede pública a trabalharem em prol de uma educação antirracista e inclusiva.

O projeto visa fortalecer a compreensão e o reconhecimento das histórias e culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, reforçando a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatórios esses conteúdos no currículo escolar, e promover um diálogo com o contexto educacional dos EUA. Por meio de uma formação que combina teoria e prática, o projeto ofereceu aos profissionais da educação o suporte necessário para que possam atuar como agentes de transformação, promovendo uma sociedade mais consciente e inclusiva.

“O projeto Culturas em Diálogo representou um passo fundamental para avançarmos na construção de uma educação antirracista, que valoriza a pluralidade cultural do Brasil”, afirma Esdras Soares, gerente de projetos do Grupo +Unidos. “Nosso objetivo com o lançamento do e-book é ampliar o alcance do projeto e oferecer possibilidades para que educadores levem, para suas salas de aula, práticas pedagógicas que fortaleçam a identidade e o pertencimento de cada aluno”, explica. 

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E-book para educação antirracista é lançado dia 20 de novembro. Foto: Divulgação/Grupo +Unidos

Na primeira edição, realizada ao longo de 2024, 90 educadores de todas as regiões brasileiras participaram do programa, que incluiu encontros semanais de abril a junho. O grupo foi composto por professores do ensino fundamental e médio, coordenadores pedagógicos, servidores de secretarias de educação e professores universitários. Durante a formação, os participantes receberam orientação teórica e prática sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) e tiveram a oportunidade de trocar experiências com iniciativas educacionais dos Estados Unidos, enriquecendo a compreensão e aplicação dos temas envolvidos.

Como resultado do processo formativo, cada participante foi incentivado a elaborar sequências didáticas para o ensino fundamental e médio ou propostas para a formação de professores. As propostas pedagógicas, que incluem temas como identidades e saberes africanos, afrobrasileiros e indígenas, estão organizadas em cinco eixos temáticos no e-book do projeto: Repensando o ambiente escolar; Povos originários; Sabedorias do cotidiano; Línguas e literaturas; e Experiências plurais. O material é uma ferramenta prática e acessível, oferecendo aos educadores recursos concretos para enriquecer suas práticas com abordagens inclusivas e antirracistas.

Para Esdras, o impacto do Culturas em Diálogo vai além da formação dos professores e do lançamento do e-book. “Este é um trabalho que visa a construção de uma educação que valorize o respeito, a empatia e a diversidade. Ao oferecer subsídios para que nossos educadores abordem a história e a cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas, contribuímos para a construção de uma sociedade que regulariza e celebra a riqueza de suas origens”, destaca. 

  • Veja entrevista sobre a necessidade da Educação Antirracista

O projeto é mais um passo no compromisso do Grupo +Unidos com o fortalecimento da educação e o desenvolvimento de uma sociedade equitativa. Em colaboração com a Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, Culturas em Diálogo é uma iniciativa pioneira no apoio aos educadores brasileiros, promovendo o intercâmbio cultural e a ampliação do conhecimento sobre as diversidades étnicas e culturais do Brasil.

Outras dicas de leitura para educação antirracista

Há muitas obras e livros que retratam a luta das mulheres negras contra o racismo e o machismo que podem contribuir na educação antirracista. Para quem quer se aprofundar mais no tema, alguns livros escritos por mulheres negras são referências essenciais sobre o Dia da Consciência Negra e a experiência afro-brasileira.

Um defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves (Record). Já considerado pela crítica e pelo público um dos principais livros da literatura brasileira, Um defeito de cor conta a história de Kehinde, desde o sequestro na África até os horrores da escravidão no Brasil. O romance  tem tantos detalhes que você sente o cheiro nauseabundo do navio negreiro e não consegue conter as lágrimas com os crimes que foram cometidos contra os escravizados. O livro inspirou o samba enredo da escola de samba Portela, em 2024.

Por um feminismo afro latino americano, de Lélia Gonzalez (Zahar). Coletânea de artigos escritos por uma das mais importantes intelectuais negras brasileiras, que cunhou o termo feminismo afro-latino-americano. A leitura é fundamental para entender como o machismo e o racismo são estruturais nas sociedades latino-americanas, ainda profundamente marcadas pelas consequências do colonialismo.

Consciência Negra: livro retrata trajetória de intelectuais negros e negras

Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, a Selo Negro Edições lança Vidas Impressas – Intelectuais Negras e Negros na Escravidão e na Liberdade, uma obra que resgata trajetórias inspiradoras de pensadores negros e negras que atuaram no Brasil entre o século XIX e o início do XX. Organizada pelos historiadores Iamara Viana e Flávio Gomes, a coletânea revela contribuições até então silenciadas de intelectuais que, por meio da educação, literatura e medicina, enfrentaram os desafios de seu tempo e ajudaram a construir uma nova visão de cidadania, liberdade e identidade cultural em um país em transformação.

Com 280 páginas, Vidas Impressas reúne artigos que destacam esses pensadores negros/as que produziram literatura, fundaram escolas e desenvolveram ideias pioneiras sobre liberdade, cidadania e exclusão. A obra proporciona ao leitor o contato com biografias e trajetórias até então pouco conhecidas, dando visibilidade a intelectuais que marcaram a luta pela emancipação negra no Brasil. Cada capítulo revela tensões e conflitos na construção de uma nação que buscava se assemelhar aos valores e à estética europeus, mas que também continha resistências de intelectuais negros, que subverteram o apagamento imposto a suas histórias e memórias.

Entre as personalidades trazidas na coletânea estão o médico negro Joaquim Candido Soares de Meirelles, o professor e abolicionista Luiz Gama, a pioneira Maria Firmina dos Reis e o lendário capoeirista Bimba. Cada trajetória é enriquecida com documentos históricos, fotos e referências que complementam essa imersão histórica. Os artigos abordam desde temas como a genealogia e o gênero até a presença da capoeira e a literatura como formas de resistência e expressão.

Os organizadores, ambos com vasta experiência acadêmica, foram essenciais na seleção e organização dos conteúdos.

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Leitura para o Dia da Consciência Negra: lançamento do Selo Negro, da Editora Summus. Crédito: Editora Summus

Com Assessoria de Imprensa

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