Dia do Nordestino: veja dicas para curtir a cultura do Nordeste em SP

Homenagem ao pernambucano Naná Vasconcelos e festa de forró estão entre as dicas para a semana
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Praça do Nordestino, em Itapevi. Foto: Felipe Barros/ExLibris/PMI

Em 8 de outubro é comemorado o Dia do Nordestino. Para marcar a data, a TVT News traz dicas culturais para celebrar a data em São Paulo. Egberto Gismonti faz homenagem ao pernambucano Naná Vasconcelos no Itaú Cultural e o grupo Forró Rainbown promove festa da cultura nordestina na Vergueiro.

Entre sexta-feira (11) a domingo (13), o multi-instrumentista e compositor Egberto Gismonti realiza no Itaú Cultural três shows em homenagem ao percussionista pernambucano Naná Vasconcelos (1944-2016). As apresentações, que também celebram amizade e parceria artística entre os musicistas, acontecem em sinergia com a Ocupação Naná Vasconcelos, mostra em cartaz no piso térreo do IC até 27 de outubro.

Os ingressos dos shows são gratuitos e já podem ser reservados no site do Itaú Cultural. Quem não conseguir garantir o seu, pode comparecer ao Itaú Cultural no dia do show, uma hora antes do começo da apresentação, quando é formada a fila de espera. Os ingressos que tiverem desistência são distribuídos por ordem de chegada.

Caso você não consiga o ingresso para o show de Egberto Gismonti em homenagem a Naná Vasconcelos, terá ainda mais um evento para você celebrar o Dia do Nordestino neste final de semana: a festa do Forró Rainbow.

Por que 8 de outubro é Dia do Nordestino?

8 de outubro é o Dia do Nordestino. A data foi criada por lei municipal, do estado de São Paulo., em homenagem ao poeta popular, compositor e cantor cearense Patativa do Assaré, que morreu em 2002, Nascido Antônio Gonçalves da Silva, em 1909, foi mais tarde que o poeta adotou o nome Patativa, que compara a beleza da poesia ao canto da ave nordestina.

Projeto de Lei n° 2755, de 2022, que prevê a criação da data, por lei federal, em homenagem ao povo, à cultura nordestina e à diversidade folclórica típica da região. O projeto está na pauta da reunião da Comissão de Educação nesta terça-feira (8).

Amizade e história de Egberto Gismonti com Naná Vasconcelos

Apesar de já se conhecerem no circuito musical, Gismonti e Naná se tornaram próximos em 1976, quando gravaram o disco Dança das Cabeças, lançado um ano depois. Foi a primeira de várias colaborações artísticas que viriam depois. “Estou reunindo uma série de histórias que pretendo contar antes ou depois de cada música, sobre Naná ou lembrando situações que nos aproximaram”, diz ele. Por exemplo, um encontro que tiveram em Paris, ocasional, inesperado e absolutamente necessário, segundo o músico, para que criassem este álbum e depois Sol do Meio Dia e Saudades.

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Egberto Gismonti junto a Naná Vasconcelos em foto tirada por Lizzie Bravo (1951-2021), cantora brasileira conhecida por gravar com os Beatles. Foto: Lizzie Bravo/Divulgação

“Minha intenção com esses shows é homenagear meu amigo e parceiro, que estabeleceu minha régua e compasso de qualificação para a vida”, diz Gismonti. “Meu interesse é mostrar a música que inventamos a partir de formações sem precedentes: violão e berimbau, e piano e tumbadora, que abriram mais um afluente para nosso rio frondoso que atende pelo nome de miscigenação”, conclui.

No palco da Sala Itaú Cultural, Gismonti, ao piano, é acompanhado pelo músico Daniel Murray, no violão. O repertório traz canções de alguns dos vários álbuns do artista, como Cego Aderaldo, do Circense (1980), e Água e Vinho, composta com Geraldo Carneiro, do álbum de mesmo nome lançado em 1972. Gismonti também escolheu tocar obras de outros músicos, que inspiraram o trabalho de Naná, como Carinhoso (c. 1917), clássico da música popular brasileira, de Pixinguinha e Braguinha. Não poderia faltar Dança das Cabeças, música que dá nome ao primeiro disco feito com Naná Vasconcelos – juntos, eles criaram ainda Sol do Meio Dia (1978) e Saudades (1980).

Sobre este último, Egberto tem mais lembranças. “Naná sempre teve o sonho de fazer um álbum com berimbau e orquestra. Quando surgiu a oportunidade, estávamos viajando para fazer 20 shows na Europa antes da data da gravação”, lembra ele. “Então, compusemos no ônibus. Eu sabia de memória o solo de berimbau do Naná e pedi para ele cantar para mim a orquestra que queria. Ele ia cantando e eu ia escrevendo”, conta.

Ainda segundo o músico, às vezes, quando paravam em um posto na estrada, ele procurava um piano e tocava para os dois irem construindo o disco. “Depois que gravamos Saudades, pedi para que dessem os créditos para Naná, pois a sua participação no Dança das Cabeças, que acabou levando o meu nome, havia sido muito forte. Quando ele descobriu, ficou um mês sem falar comigo, mas depois passou a rir da situação”, completa.

Essa é uma das muitas histórias que eles foram construindo com sua convivência musical e de amizade, que Gismonti planeja contar no show. De acordo com ele, o espetáculo será inteiramente preenchido pela lembrança da vida e da obra do amigo. “Apesar de Naná já ter morrido, eu converso com ele todos os dias. Ao Naná, pelo Naná e sobre o Naná, só há coisas vivas”, conclui o artista.

Sobre a Ocupação Naná Vasconcelos

O berimbau original de Naná Vasconcelos está fincado no coração da Ocupação dedicada a ele no Itaú Cultural, em cartaz até 27 de outubro. O instrumento foi construído pelo percussionista, em 1967, com uma corda de piano afinada em Fa em substituição à tradicional. Foi o único berimbau que teve e o acompanhou até a sua morte, em 2016. Desde então, o objeto permaneceu fechado em um depósito da família, em Recife, e agora é exposto pela primeira vez.

A Ocupação Naná Vasconcelos traz a essência e unicidade da vida e obra desse multiartista brasileiro, nascido em Pernambuco em 1944. Localizada no térreo do Itaú Cultural, à vista logo que se entra, a mostra traz ampla seleção de fotos, vídeos, vestimentas, instrumentos e objetos originais – como uma das premiações recebidas por ele: o Grammy Latino, conquistado em 2011 pelo álbum Sinfonia e Batuques.

A concepção e realização é do Itaú Cultural, com curadoria da gerência de Curadorias e Programação Artística, consultoria de Patrícia Vasconcelos, mulher de Naná, e pesquisa do jornalista Mateus Araújo. A expografia é da Casa Criatura.

Forró Rainbow promove festa ao som de Dj King Mum’s e Flavinho Lima

Quer celebrar o Dia do Nordestino e ainda aprender a dançar forró? A dica é aproveitar a festa promovida pelo grupo Forró Rainbow.

No dia 19 de outubro de 2024, a partir das 16h30, na Rua Vergueiro, 915, o evento promete muita animação e celebração do forró em um ambiente acolhedor e inclusivo. Com entrada gratuita, o evento é produzido pela equipe de aulas gratuitas de forró para a comunidade LGBTQIAPN+.

A festa contará com a presença especial do DJ King Mum’s, que garantirá uma trilha sonora vibrante, além do cantor Flavinho Lima, que trará o melhor do forró ao vivo, proporcionando uma experiência única para todos os presentes.

Será a primeira oportunidade dos alunos colocarem em prática o que aprenderam nas aulas, levarem os amigos e está aberta ao público geral. Segundo a professora Raiane Kely, uma das organizadoras do projeto, “O Forró Rainbow é muito mais do que aprender a dançar. É um espaço de acolhimento e liberdade, onde todos podem se expressar de forma autêntica e sentir-se parte de uma comunidade”.

Quem é o grupo de Forró Rainbow

O Forró Rainbow é um projeto que visa democratizar o acesso à dança, com um foco especial na comunidade LGBTQIA+, promovendo inclusão e celebração da diversidade. O projeto tem o apoio da 4ª edição de Fomento ao Forró da Prefeitura de São Paulo, o que possibilita a realização gratuita das atividades e eventos.

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SERVIÇO

Shows de Egberto Gismonti em homenagem a Naná Vasconcelos
Dia 11 de outubro, sexta-feira, às 20h, e dias 12 e 13 de outubro, sábado e domingo, às 19h
Local: Sala Itaú Cultural
Capacidade: 224 lugares
Classificação indicativa: AL – livre
Duração: 90 minutos aprox.
Entrada gratuita
Ingressos disponíveis para reserva a partir de 2 de outubro no site do IC: www.itaucultural.org.br

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